quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O pão nosso de cada dia, em que somos roubados no peso, ficou mais caro em Moçambique



Adérito Caldeira - @Verdade

O Governo, do nosso “empregado” Filipe Nyusi, em conivência com a Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPÃO), enquanto os moçambicanos estavam “embriagados” em mais um fim-de-semana longo, decidiram aumentar em mais um metical de cinquenta centavos o preço do pão, que tem emagrecido de peso, desde a revolta popular de Setembro de 2010, apesar de o Executivo subsidiar a farinha que os panificadores usam. O assalto aos bolsos dos moçambicanos é também agravado pelo incumprimento do Regulamento de Produtos Pré-medidos que determina que o peso do pão vendido ao público deveria ser: “45g, 68g, 100g, 130g, 210g, 240g, 450g, 500g e 1000g”. É que os panificadores preferem usar as suas próprias medidas: 75g, 125g, 150g, 200g e 250g em que também roubam o povo. O @Verdade visitou dezenas de padarias, na cidade e província de Maputo, e em nenhuma delas o peso indicado ao público corresponde à quantidade que pesamos.

A maioria dos moçambicanos nunca sentiu o crescimento que se diz estar a ser registado na economia, 7% a 8% ao ano. O que se tem sentido é o aumento dos preços dos produtos, sejam os considerados de primeira necessidade assim como os de todos os outros bens essenciais para uma vida com o mínimo de dignidade.

Os investimentos directos estrangeiros e os créditos comerciais não param de entrar na nossa economia, e o Governo, mesmo sem a nossa autorização, tem-se endividado para fazer investimentos de viabilidade duvidosa e o resultado é que o número absoluto de pobres aumentou em mais de dois milhões na última década.

Em Abril, na apresentação do Orçamento do Estado, o ministro Adriano Maleiane disse que os rendimentos do povo tinham aumentado de 59 meticais por dia para 64 meticais.

Uma família moçambicana média é composta por pelo menos cinco pessoas. Mesmo imaginando que o chefe da família e a esposa trabalhem, e possam duplicar o rendimento diário para 128 meticais, há muito que o cinto ficou sem furos para ser ainda mais apertado.

Ir trabalhar num transporte semicolectivo custa todos os dias, a uma família que resida num dos bairros periféricos da capital moçambicana pelo menos 38 meticais para cada um dos membros produtivos.

É que, embora o preço do “chapa” não tenha aumentado oficialmente desde 2012, a verdade é que os operadores encurtam as distâncias regulamentares obrigando os utentes a pagar o dobro do preço de casa para o emprego e vice-versa.

Agora esta família gasta pelo menos 13 meticais por dois pães que deveriam pesar 250 gramas. “(...) A partir do dia 05 de Outubro de 2015 o preço do pão em Moçambique vai sofrer um reajustamento na ordem de 1,50 MT em cada unidade dos diferentes tamanhos produzidos”, indica um comunicado da AMOPÃO.

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