Desempregados
de diferentes zonas do país estão a ser notificados para devolver quantias do
subsídio de desemprego devido à expedição incorreta de notificações geradas por
um desfasamento no sistema que estão a ser reanalisadas.
A
informação foi avançada à Lusa por fonte da Segurança Social a partir do caso
de um desempregado de Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, que, um mês
depois de esgotado o subsídio de desemprego foi notificado para devolver
metade, mais de 2.600 mil euros.
A
fonte da Segurança Social garantiu à Lusa que todas as notificações "estão
a ser reanalisadas" e que "o beneficiário em questão, bem como outros
nas mesmas condições vão receber outra notificação dando conta se esse cálculo
está correto ou não".
David
Torres recebeu no dia 28 de setembro a notificação da Segurança Social para
"restituição de prestações indevidamente pagas" no valor de 2.681
euros, metade do que recebeu durante mais de um ano de subsídio de desemprego e
o social subsequente.
A
notificação não justifica a origem do valor apurado e, segundo contou à Lusa,
quando se dirigiu aos serviços regionais foi informado de que "um novo
programa informático deu que não tinha direito" aos 270 dias, mais 140 dos
subsídios atribuídos, mas apenas a metade.
David
continua desempregado e alega que aquilo que recebeu "foi o sustento da
família" e que se tiver de devolver o dinheiro significa que esteve a
pagar para trabalhar, já que parte do tempo foi colocado num programa
ocupacional numa instituição local.
O
visado criticou ainda o facto de nem na notificação, nem nos serviços lhe ser
explicado o valor da dívida que lhe estava a ser cobrada.
Contactada
pela Lusa, fonte da Segurança Social confirmou a situação deste e de outros
beneficiários no país nas mesmas condições, devido a um
"desfasamento" entre a Segurança Social e o Instituto de Emprego e
Formação Profissional (IEFP) na articulação do processo dos beneficiários.
Segundo
a fonte, "é normal o sistema emitir as notificações, o que não é normal é
serem expedidas para os beneficiários" como está a ocorrer e cuja razão
não adiantou.
Por
norma, continuou, os serviços da Segurança Social reanalisam e corrigem as
notificações geradas automaticamente e a informação enviada ao beneficiário é a
correta.
Da
reanálise às notificações poderá resultar que os beneficiários possam "vir
a ter que repor alguma coisa (fruto do desfasamento na entrada e registo do
processo), mas nunca os valores em questão", de acordo ainda com a fonte.
Lusa,
Notícias ao Minuto
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