Valdemar
Cruz serve hoje o Expresso Curto. Está cremoso e quentinho. Até apetece
repetir. Valdemar sabe. Não admira, é jornalista. Os que habitualmente servem
este Expresso Curto são diretores, diretores-executivos e etc. Até parece que já
não são jornalistas. Mas foram, em tempos. Uns melhores, outros menos melhores,
mas foram jornalistas. Trocaram a profissão por uma de diretor? Parece que sim.
Ou então têm vergonha da profissão quando passaram a diretores. Caso contrário
definiam-se, para quem os lê, como jornalista, diretor. Ou jornalista,
diretor-executivo. E etc e tal. Qualquer mentecapto pode ser diretor. Jornalista é que não –
pelo menos antes era assim. Pois é, os tempos mudam.
Este
é só um aparte, se quiserem até é uma sugestão. Têm ou não ainda a profissão de
jornalistas? Que se saiba não existe a profissão de diretor. Como se diz lá
pela minha terra: "caganeiriçes".
A
talhe de foice: o acordo à esquerda. Ao que parece os compadres não chegam a
acordo. O PS já deu o recado pela voz de Carlos César: ou há acordo ou não
rejeitam o governo do Cavaco que anda por aí a fazer de conta que governa, com
ministros broncos e opacos a evocar as inimizades de Deus para justificar
incompetências como as ocorridas em Albufeira. Esse tal Calvão tem de ir é para
fiador dos restantes vigaristas de Portugal, já que deu um parecer tipo
toucinho do céu sobre Ricardo Salgado ao Banco de Portugal… Idrominadores. E são estes trastes ministros. Políticos de rastos, tanta é a falta de idoneidade.
Acordem!
Afinal
o acordo leva tanto tempo a parir e vai dar em nada para gáudio da direita? É o
que está a parecer. Tanta conversa e depois… nada? Mas que fantochada é esta?
Lembram-se por acaso daquilo que disseram? O PCP foi perentório: “o PS só não é
governo se não quiser.” E que o PCP tudo faria para que o governo de Passos não
continuasse no poder governativo. O Bloco de Esquerda foi mais longe e até deu
garantias de que este governo de Cavaco, já investido, não iria ser governo. Que
a esquerda não permitiria tal.
E
agora… nada? Desde dia 4 que se clarificou onde estava a maioria absoluta. Já
passaram 30 dias, um mês. E nada? Quem é que anda a roer a corda e a não
permitir que se faça a devida poda da árvore plantada por Cavaco com ramos carregados
de moléstias? São ramos que têm de ser rapidamente podados ou senão vai-se tudo
e continuaremos rumo à desgraça de milhões. Quem, afinal, são os empata podas? Passado um mês e ainda não há acordo? Acordem!
Redação
PG / CT
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Valdemar
Cruz – Expresso
E
o navio vai, ou encalha?
Posso
começar com uma daquelas perguntas capazes de fazer temer o pior? Então aí vai:
e você, acredita que a felicidade tem futuro? Não o sabemos, nem ameaçarei
avançar com um tratado filosófico sobre o assunto a esta hora da manhã.
Sabemos, porém, como o nosso presente tem sido todo ele despendido a debater um
tema responsável por trazer ao Porto, a partir de hoje, grandes nomes do
pensamento mundial, das mais diversas áreas. Vão participar no Fórum do Futuro e estão convidados a refletir sobre a
felicidade.
Ou seja, exatamente o que temos andado a discutir em Portugal desde as eleições de 4 de outubro. O grande dilema do momento reside no modo como encontrar o melhor percurso rumo aos dias felizes, algo que o Benfica resolveu ontem com algum sacrifício e muito empenho. Na opinião do Dr. Cavaco, do Dr. Passos, do Dr. Portas, de outros Doutores e dos comentadores do arco hegemónico, ou Portugal segue a TINA (There Is No Alternative -Não há alternativa) ou não atinamos com as saídas para o buraco em que nos meteram. Os partidos situados à esquerda parecem preferir entender-se à volta da TIA (There Is Alternative - Há Alternativa). Neste imbróglio de parentescos, em que uns parecem filhos e outros enteados para quem se pretende reservar o lugar secundário de espetador, ocorre-me pensar em George Gershwin e numa das suas deliciosas máximas: “A vida é um pouco como o jazz... É melhor quando se improvisa”, isto é, quando se revela disponibilidade para aceitar a hipótese de poder haver um percurso novo para chegar à tal de felicidade. Antes que chovam carradas de reprimendas por um aparente elogio do improviso na política, assentemos num acordo mínimo: é uma metáfora. Não é para levar à letra. Mas lá que a política portuguesa está a precisar de um pouco mais de jazz, está.
Anda tudo muito crispado. Tudo muito sério. Tudo muito dramático. Tudo muito violento. Tudo muito apocalíptico. O país, ao que parece, desmorona-se do alto dos seus oito séculos de história caso o PS, o BE e o PCP consigam um entendimento, o que não é ainda um dado adquirido, para felicidade de uns e porventura infelicidade de outros, ao ponto de o Jornal de Negócios dar conta de uma reunião decisiva entre o PS e o PCP marcada para hoje. De resto, sublinham o JN e o I, o PS avisa que, sem acordo à esquerda, deixará passar o governo de Passos Coelho. Os dias políticos portugueses tornaram-se enormes e tudo pode acontecer, como um governo só do PS, que, segundo Elisa Ferreira, daria mais garantias a Bruxelas. E já que estamos na EU, registe-se a decisão governamental de não enviarpara os organismos europeus qualquer esboço de Orçamento de Estado, uma opção que, escreveu Pedro Santos Guerreiro ontem no Expresso Diário, "pode ser amuo de quem sabe que vai cair. Pode ser para evitar polémica política em Portugal".
Está tudo à espera. Ninguém sabe o que sucederá nos próximos dias. Nem Francisco Assis, atarefado a preparar um almoço na Mealhada . Nem Passos Coelho que, destaca hoje o Público, pode estar a caminho de um "irrevogável 2", a confirmar-se que, como noticia o jornal, está disposto a ficar à frente de um governo de gestão. Justifica-se, por isso, se definirmos a boa governação como um dos critérios par alcançar a felicidade, colocar a felliniana questão de saber: e o navio vai, ou encalha? Se vai, iniciará uma viagem histórica e terá de estar preparado para enfrentar tempestades nunca vistas. Se encalha, terá de lidar com imprevisíveis turbulências internas das quais poderá sair muita gente em estado comatoso. Enquanto o Económico garante que "investidores dão sinais de desconforto com incerteza política após um mês de impasse", Ricardo Costa perguntava ontem no Expresso Diário: Há ou não acordo? Embora o nosso diretor acredite numa resposta afirmativa, com esta simples questão resumia a angústia com sentidos diferentes de milhares de portugueses. Um povo angustiado não pode ser feliz. Por isso, calma, como diria Manuel António Pina, “não é o princípio nem o fim do mundo, é apenas um pouco tarde” para andar ainda com discursos inflamados e revivalistas de uma ideia de PREC sem adesão à realidade e que já nada diz às novas gerações, tal como, de resto, o permanente evocar do espírito do 25 de abril. Há um conjunto de portugueses a equacionar uma alternativa à política dos últimos quatro anos. É só isso. É só política. É só aceitar que ninguém detém a verdade, e é perigoso alguém julgar-se possuidor da verdade absoluta. Engraçado como os campos se invertem, não é?
Ou seja, exatamente o que temos andado a discutir em Portugal desde as eleições de 4 de outubro. O grande dilema do momento reside no modo como encontrar o melhor percurso rumo aos dias felizes, algo que o Benfica resolveu ontem com algum sacrifício e muito empenho. Na opinião do Dr. Cavaco, do Dr. Passos, do Dr. Portas, de outros Doutores e dos comentadores do arco hegemónico, ou Portugal segue a TINA (There Is No Alternative -Não há alternativa) ou não atinamos com as saídas para o buraco em que nos meteram. Os partidos situados à esquerda parecem preferir entender-se à volta da TIA (There Is Alternative - Há Alternativa). Neste imbróglio de parentescos, em que uns parecem filhos e outros enteados para quem se pretende reservar o lugar secundário de espetador, ocorre-me pensar em George Gershwin e numa das suas deliciosas máximas: “A vida é um pouco como o jazz... É melhor quando se improvisa”, isto é, quando se revela disponibilidade para aceitar a hipótese de poder haver um percurso novo para chegar à tal de felicidade. Antes que chovam carradas de reprimendas por um aparente elogio do improviso na política, assentemos num acordo mínimo: é uma metáfora. Não é para levar à letra. Mas lá que a política portuguesa está a precisar de um pouco mais de jazz, está.
Anda tudo muito crispado. Tudo muito sério. Tudo muito dramático. Tudo muito violento. Tudo muito apocalíptico. O país, ao que parece, desmorona-se do alto dos seus oito séculos de história caso o PS, o BE e o PCP consigam um entendimento, o que não é ainda um dado adquirido, para felicidade de uns e porventura infelicidade de outros, ao ponto de o Jornal de Negócios dar conta de uma reunião decisiva entre o PS e o PCP marcada para hoje. De resto, sublinham o JN e o I, o PS avisa que, sem acordo à esquerda, deixará passar o governo de Passos Coelho. Os dias políticos portugueses tornaram-se enormes e tudo pode acontecer, como um governo só do PS, que, segundo Elisa Ferreira, daria mais garantias a Bruxelas. E já que estamos na EU, registe-se a decisão governamental de não enviarpara os organismos europeus qualquer esboço de Orçamento de Estado, uma opção que, escreveu Pedro Santos Guerreiro ontem no Expresso Diário, "pode ser amuo de quem sabe que vai cair. Pode ser para evitar polémica política em Portugal".
Está tudo à espera. Ninguém sabe o que sucederá nos próximos dias. Nem Francisco Assis, atarefado a preparar um almoço na Mealhada . Nem Passos Coelho que, destaca hoje o Público, pode estar a caminho de um "irrevogável 2", a confirmar-se que, como noticia o jornal, está disposto a ficar à frente de um governo de gestão. Justifica-se, por isso, se definirmos a boa governação como um dos critérios par alcançar a felicidade, colocar a felliniana questão de saber: e o navio vai, ou encalha? Se vai, iniciará uma viagem histórica e terá de estar preparado para enfrentar tempestades nunca vistas. Se encalha, terá de lidar com imprevisíveis turbulências internas das quais poderá sair muita gente em estado comatoso. Enquanto o Económico garante que "investidores dão sinais de desconforto com incerteza política após um mês de impasse", Ricardo Costa perguntava ontem no Expresso Diário: Há ou não acordo? Embora o nosso diretor acredite numa resposta afirmativa, com esta simples questão resumia a angústia com sentidos diferentes de milhares de portugueses. Um povo angustiado não pode ser feliz. Por isso, calma, como diria Manuel António Pina, “não é o princípio nem o fim do mundo, é apenas um pouco tarde” para andar ainda com discursos inflamados e revivalistas de uma ideia de PREC sem adesão à realidade e que já nada diz às novas gerações, tal como, de resto, o permanente evocar do espírito do 25 de abril. Há um conjunto de portugueses a equacionar uma alternativa à política dos últimos quatro anos. É só isso. É só política. É só aceitar que ninguém detém a verdade, e é perigoso alguém julgar-se possuidor da verdade absoluta. Engraçado como os campos se invertem, não é?
OUTRAS
NOTÍCIAS
E vamos lá ao Benfica. Em Portugal há uma grande tendência para hipervalorizar as contas monetárias resultantes de qualquer vitória na Liga dos Campeões quando, por vezes, essencial mesmo é o resultado desportivo. No jogo de ontem isso foi evidente. Com a conquista dos três pontos num jogo de final muito sofrido e com o apuramento à mão de semear, como explica o Pedro Candeias, os vermelhos da Luz deixam no ar uma equação para a qual vão ter de encontrar resposta: põem as fichas todas na Europa ou tentam arrepiar caminho na Liga portuguesa? São os mistérios e os caminhos do mister.
O sítio OLX andava a ser utilizado para a concretização de burlas na transação de veículos automóveis. O JN revela a operação que levou ao desmantelamento de uma rede envolvida numa fraude superior a 1,5 milhões de euros.
No hospital de Gaia há ainda 102 doentes infetados ou portadores (sem manifestações clínicas) da bactéria multirresistente que terá sido responsável por vários casos de infeção, três dos quais mortais, noticia o Público.
O presidente da TAP, Fernando Pinto, foi ontem ouvido pela PJ. Segundo o Jornal de Negócios, a audição é justificada pelascondições em que terão sido vendidos 50,1% da Groundforce à Urbanos em 2012.
O problema dos refugiados não sairá tão cedo da ordem do dia, desde logo pelas implicações que poderá vir a ter no mapa político e social de uma Europa enredada nas suas próprias contradições. A TSF dá conta da deteção pela polícia francesa de um camião frigorífico cujo interior albergava 15 pessoas, algumas já em estado de hipotermia. As ramificações desta crise chegam aos EUA e, na edição desta semana da "The New Yorker", George Packer, num artigo intitulado "Powerful Gestures" censura a apatia norte-americana em relação aos refugiados sírios e defende que a administração Obama poderia fazer bem mais do que tem feito para aliviar esta crise humanitária.
Com tanta notícia a ser gerada em Portugal, temo-nos esquecido, por exemplo da Inglaterra. O Le Temps, suíço, traz uma notícia a seguir com toda a tenção. O título diz tudo: "Brexit: as verdadeiras negociações começam" Segundo o jornal, o ministro britânico das Finanças, George Osborne, apresentou ontem as exigências britânicas num discurso em Berlim. Uma longa maratona negocial começa entre Londres e a UE. Numa demonstração de que a pertença à UE não é um dogma, o ministro britânico assegura: "Queremos continuar numa UE reformada, mas deve ser uma UE que funcione melhor para todos os cidadãos da Europa e que funcione melhor também para os cidadãos da Grã-Bretanha".
Há uma epidemia silenciosa a matar, em cada ano, meio milhão de norte-americanos brancos com idades entre os 45 e os 54 anos. O caso é contado no El País. Trata-se, na história recente, de um fenómeno sem paralelo em qualquer outro país desenvolvido. A maioria das mortes resulta, não de doenças cardiovasculares ou da diabetes, mas sim de suicídios, cirroses, excesso de alcoól e consumo de drogas.
A desertificação continua a marcar as agendas. Por isso termino esta rubrica com uma proposta. Reserve cinco minutos apenas para ver este documentário intitulado "Os Últimos Dois". Rodado em La Estrella, uma aldeia espanhola, retrata o dia a dia de um casal que ali resiste a viver sozinho há 45 anos. Após a guerra civil (1936-39), muitos espanhóis rumaram às cidades à procura de trabalho e de comida. As aldeias foram ficando abandonadas e hoje há uma imensidão de terras onde não há vivalma. Os dois de La estrellaconstituem a excessão. É um documento impressionante.
FRASES
"Não acredito que um socialista prefira um governo de direita a um governo do PS com o apoio da esquerda", Carlos César, presidente do PS
"É um acordo contranatura porque o PC tem na política portuguesa, em matérias fundamentais, uma matéria completamente diferente da do PS", João Proença, dirigente do PS, ex-secretário-geral da UGT, no programam 360º da RTP3
"Seria demasiado gravoso para o país aceitar que um Presidente da República pudesse preferir um Governo de gestão ou de iniciativa presidencial a um Governo com apoio maioritário".Pedro Nuno Santos, líder da distrital de Aveiro do PS e negociador do acordo PS/BE/PCP em entrevista ao Público
"Já houve tantos foguetes que era estranho que não houvesse festa".Santana Lopes na SIC Notícias
"Se houver acordo é preciso que permita às pessoas que se revejam nele, senão o secretário geral terá um problema". António Vitorino na SIC Notícias
"Qual é a pressa Assis, qual é a pressa?", Francisco Seixas da Costa num twitter replicante de outro twitter
O QUE ANDO A LER E OUVIR
Não me desembaracei ainda do último, fantástico, e corajoso como poucos, livro de Mário Cláudio, “Astronomia”. Por isso, fico-me por duas recomendações de leitura fragmentável. São duas revistas, as duas gratuitas, as duas excelentes e as duas acessíveis através de uma ligação à Internet.
Como o tema de hoje é a felicidade, começo com "Bande a Part", uma irreverente revista francesa dedicada ao cinema, mensal, pensada e arquitetada para uma máxima utilização em tabletes, mas também acessível em qualquer computador. O último número, para lá das habituais entrevistas, críticas, apresentações de filmes, acompanhada de vídeos com montagens de algumas cenas, inclui um apetecível dossiê dedicado aos filmes que de uma forma ou outra criarammomentos de felicidade. A escolha proporciona luxuosas viagens cinematográficas e recai em 18 longas metragens, das quais são apresentados excertos. Para cada uma delas são escritos um ou dois pequenos textos com memórias pessoais dos autores. A seleção inclui grandes marcos do cinema, como "A Festa", de Blake Edwards, com Peter Sellers, "Quanto mais quente melhor", de Billy Wilder, com Marilyn Monroe, "O meu tio", de Jacques Tati, "Eduardo Mãos de tesoura", de Tim Burton, "Joe Hill", de Bo Widerberg, "O Navio", de Federico Fellini, ou "As asas do Desejo", de Wim Wenders.
A outra proposta passa por “Blimunda”, a a revista digital da Fundação José Saramago. Com periodicidade mensal, destaco, no último número disponível, três trabalhos capazes de, por si só, valerem todo o tempo investido, e sem qualquer custo monetário: a reportagem a propósito dos 150 anos de "Alice no país das maravilhas", ou a proposta de ler o Brasil através das suas cartas, graças ao trabalho minucioso do Instituto Moreira Salles, que disponibiliza mais de uma centena de missivas de escritores, músicos, artistas, cientistas em www.correioims.com.br. O maior relevo vai, porém, para a muito boa entrevista com Albert Manguel, assinada por Sara Figueiredo Costa, feita a pretexto do lançamento do livro "Uma História da Curiosidade", cuja ideia nasce a partir da leitura, relativamente recente para um tão exaustivo leitor, de "A Divina Comédia", de Dante. Manguel tem afirmações muito cortantes, como quando garante que "na nossa época, o ato intelectual não tem qualquer prestígio. Quando queremos interrogar-nos sobre o futuro consultamos os oráculos televisivos, as pessoas que deitam cartas, os horóscopos...Mas a ideia de um texto que nos revele algo profundo, que dependa da nossa interpretação, isso parece que já não existe". Por isso, cáustico, vai mais longe e verifica que "numa época onde não existem, ou não querem existir, hierarquias literárias, e onde o trabalho intelectual não tem prestígio, o leitor que chega a Platão e a Paulo Coelho sentir-se-á provavelmente mais cómodo com um texto de Paulo Coelho, porque ali tudo está resolvido, o que é a demonstração perfeita de que não se trata de literatura, já que a literatura são perguntas abertas. Paulo Coelho corresponde à literatura daqueles postais formatados de aniversário...".
A fechar, uma proposta radiofónica, para provar que, apesar de tudo, a telefonia não está transformada num simples toca discos gigante. Ainda há quem se preocupe em construir programas de rádio como sabemos e achamos que pode ser um programa de rádio. Um dos meus indispensáveis é ""A Cena do Ódio" ", de David Ferreira, com uma ficha técnica onde se incluem ainda António Santos e Maria Flor Pedroso. Passa às 2h da madrugada de domingo e repete às 11 horas da manhã. A partir das canções, muitas vezes feitas por pecadores célebres e outros pequenos e médios infratores, como eles dizem, é construída quase uma hora de rádio feita de paixão e, sobretudo, de muito saber, de muitas histórias escondidas por trás das melodias que nos encantam e às vezes nos arrasam.
E está servido um muito completo Expresso Curto. Amanhã há mais, pela pena sempre certeira de Pedro Santos Guerreiro. Tenha um muito bom dia, não obstante a muita chuva, pelo menos a Norte.
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