O ministro da Administração Interna deste governo de Cavaco-Passos-Portas
que já nasceu repleto de pensos e ligaduras a prevenir a queda certeira e iminente
tem um ministro cheio de rococós no oceano das dúvidas sobre a sua idoneidade.
De sua graça (nome) Calvão, de seus feitos, a saber assim muito rapidamente,
recebe prendas de conhecidos e amigos no valor de milhões de euros, em
dinheiro. A condizer elabora documento a lavar Ricardo Espírito Santo sobre a
sua idoneidade e a assegurar que Ricardo é a pessoa certa no lugar certo quando
já se sabia que o que ele é é um brande vigarista. Isso, queira o ministro Calvão
ou não queira faz dele um outro comparsa vigarista aos olhos dos portugueses. Enfim,
são aqueles que Passos e Portas conhece bem e em quem deposita confiança para
atingir os seus intentos pessoais e de seita, não os da correta e transparente governabilidade
do país. O adágio diz que tão ladrão é o que entra (para roubar) como o que
fica à porta. Assim temos o vislumbre de quanto a seita de Cavaco e dos seus “mestres
de obras”, Passos, Portas e outros, muitos outros, zelam “pelos superiores
interesses de Portugal”, como Cavaco está sempre a lembrar e tanto evoca. Na
tanga.
Foi
Calvão, o ministro, que em visita e a propósito da calamidade recaída sobre
Albufeira (na foto a dar a mão como pura donzela) e demais distrito de Faro disse que Deus “nem sempre é amigo”, o que
faz de Deus um malvado inimigo quando lhe dá na gana. Demonstrando que Calvão é
um malvado taliban descrente que tem Deus por inimigo merecedor de uma radical
explosão em sua casa. Pobre ministro taliban descrente que mente com todos os
dentes que tem quando exclama Allahu Akbar falsamente, pois que não considera que
Deus é grande mas sim um malvado.
Classifique-se devidamente o ministro: Erege. Pantomineiro.
Que
está ali outro pantomineiro já sabíamos – por isso faz parte da seita a ordenar
em Belém e em São Bento -, o que ignorávamos era que afinal o Calvão é um erege
que merece ser atirado à fogueira, se retrocedêssemos ao tempo da inquisição. Mas
vai cair, com grande estrondo. Já se ouve o ribombar. Prova de que afinal o
erege Calvão não tem razão, porque Allahu Akbar!
Ainda mais: porque este governo vai cair e o Calvão também. Allahu Akbar!
Redação
PG / CT
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Bernardo
Ferrão - Expresso
Em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo… Calvão
Se Anabela
Rodrigues foi o que foi (um erro de casting), o país ficou ontem a
conhecer o que poderia ser, não fosse estar a prazo (?), o novo ministro
da Administração Interna (que já deu ordens à GNR e PSP para que lhe
preparem a tradicional cerimónia de boas vindas). Calvão da Silva esteve
em Albufeira e falou. E o povo ouviu-o a invocar Deus – “nem
sempre é amigo” - e o Demónio – “fúria demoníaca da Natureza” - para
explicar a “fúria da Natureza que se revoltou em Albufeira”. Estas declarações
(caricatas e fora do guião para dizer o mínimo) fizeram as delícias das redes
sociais (até foi criada a hashtag #calvao) onde se multiplicaram os
comentários pouco simpáticos sobre o ministro. Calvão da Silva ficou a saber
que, nos tempos que correm, tudo é esmiuçado ao pormenor, palavra por palavra. E
não há Deus que lhe valha.
Sobre o que se passou na baixa da cidade algarvia, uma coisa é certa: a culpa não foi só da chuva. Aliás as razões são sempre as mesmas. Há betão a mais (e em leito de cheia) e planeamento a menos – um clássico que nós por cá tanto repetimos. Os estragos são muitos e os “danos elevados”, como explicou o presidente da câmara, que já veio pedir que fosse decretado o estado de calamidade pública para o concelho. Mas o Governo só decidirá – “não é uma lei que se faz por qualquer coisinha”, ajuizou Calvão - depois de feito o levantamento dos prejuízos e se estiverem preenchidos os requisitos necessários. Conta o i que os lojistas da cidade ainda não receberam pelos estragos de 2008. O Correio da Manhã refere as críticas à Proteção Civil por não ter alterado o ‘Estado de Alerta’ para o Algarve. E escreve o DNque a falta de seguros agravou a situação. Além da destruição, as cheias provocaram um morto que estava a 3 dias de fazer 80 anos. E o que diz Calvão da Silva? “Entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva um lugar adequado a seu lado”…
De Albufeira damos um salto para Francisco Assis. A outra “corrente” que nas últimas horas também tomou conta das nossas conversas.
O eurodeputado socialista, e opositor da “esquerdização” do partido, avança com “a corrente interna crítica e alternativa”, que anunciou em primeira mão ao Expresso, no próximo sábado na Mealhada. Será num almoço (com leitão incluído) e que já tem mais de cem inscritos (veja os nomes aqui) onde se vai discutir o futuro do país, mas sobretudo o do PS. O encontro juntará militantes que não concordam com a solução de esquerda que está a ser negociada por António Costa com BE e PCP. Entretanto alguns dos socialistas mais próximos do eurodeputado já vieram esclarecer que desta reunião não sairão apelos a divisões na bancada nem para ruturas na hora de votar as 3 moções de rejeição anunciadas (do PS, do BE e do PCP). Mais do que o presente, a ideia é começar a preparar o futuro. Há um congresso do PS previsto para depois das presidenciais e Assis assume-se cada vez mais como uma reserva para a liderança. Vera Jardim disse ontem aos microfones da Renascença que prefere a “solução Assis” a um acordo sem “contas que batam certas”.
Mas antes, muita água ainda vai correr debaixo da ponte. Das negociações à esquerda chegam notícias contraditórias. Ou melhor, discursos contraditórios. Neste artigo, a Cristina Figueiredo deixa a pergunta: “No peito dos desafinados bate uma coligação?” (grande título, diga-se). E tem toda a razão. É que PS – “onde o acordo não foi minimamente discutido”, diz José Junqueiro ao i - e BE já falam de uma negociação fechada ou “ultimada”, mas no PCP a conversa faz-se com todos os cuidados.
O que sabemos é que, a confirmar-se o entendimento, está previsto odescongelamento de todas as pensões ao longo da legislatura e as mais baixas já em 2016 (que terão mesmo aumentos reais). No Expresso Diário, o João Silvestre fez as contas e concluiu que se as pensões forem aumentadas à taxa de inflação poder haver um ganho a rondar os 5%. Mas não chega para recuperar o valor perdido nos últimos anos.
Entretanto Passos Coelho pediu aos ministros que lessem os programas do PS, BE e PCP e que propusessem medidas que vãoao encontro dos partidos de esquerda. A coligação está a acabar o seu programa de Governo que será aprovado no conselho de ministros de quinta-feira. Ontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, veio dizer que está“profundamente convencido” de que é possível o diálogo com os socialistas e que as “divergências não são assim tantas”. Tenho dúvidas que estes apelos ainda vinguem, mas como se costuma dizer“até ao lavar dos cestos é vindima”. E vá lá, ao contrário do seu colega Calvão da Silva, Costa Neves não se lembrou de invocar Deus nem o Demónio.
Antes de passar ao resto da atualidade deixe-me ainda dizer-lhe que, depois de Vila Velha de Ródão, Sócrates volta a discursar no próximo sábado, desta vez em Vila Real (terra de Passos). E será o ex-PM a escolher o tema. Não será um dia fácil para António Costa: Assis na Bairrada e Sócrates em Trás-os-montes.
Sobre o que se passou na baixa da cidade algarvia, uma coisa é certa: a culpa não foi só da chuva. Aliás as razões são sempre as mesmas. Há betão a mais (e em leito de cheia) e planeamento a menos – um clássico que nós por cá tanto repetimos. Os estragos são muitos e os “danos elevados”, como explicou o presidente da câmara, que já veio pedir que fosse decretado o estado de calamidade pública para o concelho. Mas o Governo só decidirá – “não é uma lei que se faz por qualquer coisinha”, ajuizou Calvão - depois de feito o levantamento dos prejuízos e se estiverem preenchidos os requisitos necessários. Conta o i que os lojistas da cidade ainda não receberam pelos estragos de 2008. O Correio da Manhã refere as críticas à Proteção Civil por não ter alterado o ‘Estado de Alerta’ para o Algarve. E escreve o DNque a falta de seguros agravou a situação. Além da destruição, as cheias provocaram um morto que estava a 3 dias de fazer 80 anos. E o que diz Calvão da Silva? “Entregou-se a Deus e Deus com certeza que lhe reserva um lugar adequado a seu lado”…
De Albufeira damos um salto para Francisco Assis. A outra “corrente” que nas últimas horas também tomou conta das nossas conversas.
O eurodeputado socialista, e opositor da “esquerdização” do partido, avança com “a corrente interna crítica e alternativa”, que anunciou em primeira mão ao Expresso, no próximo sábado na Mealhada. Será num almoço (com leitão incluído) e que já tem mais de cem inscritos (veja os nomes aqui) onde se vai discutir o futuro do país, mas sobretudo o do PS. O encontro juntará militantes que não concordam com a solução de esquerda que está a ser negociada por António Costa com BE e PCP. Entretanto alguns dos socialistas mais próximos do eurodeputado já vieram esclarecer que desta reunião não sairão apelos a divisões na bancada nem para ruturas na hora de votar as 3 moções de rejeição anunciadas (do PS, do BE e do PCP). Mais do que o presente, a ideia é começar a preparar o futuro. Há um congresso do PS previsto para depois das presidenciais e Assis assume-se cada vez mais como uma reserva para a liderança. Vera Jardim disse ontem aos microfones da Renascença que prefere a “solução Assis” a um acordo sem “contas que batam certas”.
Mas antes, muita água ainda vai correr debaixo da ponte. Das negociações à esquerda chegam notícias contraditórias. Ou melhor, discursos contraditórios. Neste artigo, a Cristina Figueiredo deixa a pergunta: “No peito dos desafinados bate uma coligação?” (grande título, diga-se). E tem toda a razão. É que PS – “onde o acordo não foi minimamente discutido”, diz José Junqueiro ao i - e BE já falam de uma negociação fechada ou “ultimada”, mas no PCP a conversa faz-se com todos os cuidados.
O que sabemos é que, a confirmar-se o entendimento, está previsto odescongelamento de todas as pensões ao longo da legislatura e as mais baixas já em 2016 (que terão mesmo aumentos reais). No Expresso Diário, o João Silvestre fez as contas e concluiu que se as pensões forem aumentadas à taxa de inflação poder haver um ganho a rondar os 5%. Mas não chega para recuperar o valor perdido nos últimos anos.
Entretanto Passos Coelho pediu aos ministros que lessem os programas do PS, BE e PCP e que propusessem medidas que vãoao encontro dos partidos de esquerda. A coligação está a acabar o seu programa de Governo que será aprovado no conselho de ministros de quinta-feira. Ontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, veio dizer que está“profundamente convencido” de que é possível o diálogo com os socialistas e que as “divergências não são assim tantas”. Tenho dúvidas que estes apelos ainda vinguem, mas como se costuma dizer“até ao lavar dos cestos é vindima”. E vá lá, ao contrário do seu colega Calvão da Silva, Costa Neves não se lembrou de invocar Deus nem o Demónio.
Antes de passar ao resto da atualidade deixe-me ainda dizer-lhe que, depois de Vila Velha de Ródão, Sócrates volta a discursar no próximo sábado, desta vez em Vila Real (terra de Passos). E será o ex-PM a escolher o tema. Não será um dia fácil para António Costa: Assis na Bairrada e Sócrates em Trás-os-montes.
OUTRAS
NOTÍCIAS
A Reuters, citando um dos investigadores da queda do avião russo no Egito, diz que o aparelho não foi atingido pelo exterior. A mesma fonte conta ainda que antes do avião desaparecer do radar, o piloto não fez nenhuma chamada de emergência. Ainda sem respostas sobre o que aconteceu: “erro, falha, míssil ou bomba?”, o diretor dos serviços de informações dos Estados Unidos veio entretanto esclarecer que não tem conhecimento de qualquer "prova direta" de terrorismo. O Egito classificou como “propaganda” a reivindicação do Estado Islâmico.
Do mundo do futebol e de Cristiano Ronaldo chega-nos a história de uma violenta discussão entre o madeirense e José Mourinho. Vem contada na biografia não autorizada do jogador e passou-se no jogo entre o Real e o Valência: “Ronaldo e Mourinho quase que chegaram ao confronto físico e não fora a intervenção de alguns colegas e ter-se-iam embrulhado.” Leia aqui.
O Vaticano anunciou que prendeu um padre espanhol, membro da Opus Dei, e uma mulher italiana, suspeitos de passarem documentos secretos aos media.
A Agência Ambiental norte-americana diz que a Volkswagentambém instalou dispositivos de manipulação de emissões poluentes em automóveis com motores mais potentes da marca, mas também daPorsche e da Audi. Em causa estão o Volkswagen Touareg 2014, Porsche Cayenne 2015 e Audi A6 Quattro 2016.
FRASES
“O acordo [da esquerda] não tem nada de inconstitucional mas é politicamente abusivo”, Miguel Sousa Tavares, Jornal da Noite na SIC.
“O acordo da esquerda não pode ser um Frankenstein keynesiano-leninista colado a cuspo”, João Miguel Tavares, Público.
O QUE ANDO A LER
Há quase um mês surgiu em Espanha o jornal online El Español – dirigido pelo inconfundível Pedro J. Ramirez, ex-diretor do El Mundo, um dos jornalistas mais conhecidos em Espanha e um crítico feroz de Mariano Rajoy. É raro o dia em que o El Espanõl não publica artigos muito interessantes, não só pelo conteúdo mas também pela forma como são apresentados. Dos últimos dias destaco três:
- Pablo Iglesias, o líder do Podemos (que tem caído nas sondagens) esteve na redação para uma entrevista muito pouco tradicional. Não pelo que disse, mas como disse. É que a conversa aconteceu durante um jogo de ping-pong entre o jornalista e o político. Iglesias perdeu mas dele ficámos a saber que entre Rajoy ou Aznar“para governar nenhum, para jogar ping-pong com qualquer um”. Que prefere Nirvana a Pearl Jam, que nunca andou de Uber, que escolhe Casablanca em vez de Star Wars – “Siempre nos quedará París - ”, e que não sabe quem são Bar Refaeli e Irina Shayk…. Enfim, veja que não se vai arrepender! (Nós aqui no Expresso não temos mesa de ping-pong, mas temos matrecos. Quem sabe ainda desafiamos uns políticos para umas partidas. O que achas Ricardo Costa?)
- Refúgio nos Alpes. O El Español revelou que o Rei emérito de Espanha, Juan Carlos, e a que dizem ser sua amante, a consultoraCorinna Zu Sayn-Wittgenstein, partilhavam um refúgio nos Alpessuíços onde mantiveram encontros secretos entre 2009 e 2012. Corinna era dona do duplex de luxo no hotel RoyAlp, que foi vendido em 2013… a história está a dar muito que falar.
- “Quatro anos de Draghi analisados através dos seus discursos”: Neste artigo, além das nuvens de palavras, são apresentados gráficos curiosos onde se associam essas palavras (como: impostos, emprego, salários) aos anos da crise. Na sua primeira intervenção, em novembro de 2011, Draghi repetiu 14 vezes a palavra “financeiro”, 12 vezes “mercado” e oito vezes “tensões”. Um mês depois, em dezembro, quando aprovou a primeira injeção de liquidez na Banca, empregou 56 vezes diferentes termos relacionados com problemas financeiros como liquidez, tensões, bancos, e volatilidade.
Para terminar deixe-me ainda recomendar-lhe a exposição de Julião Sarmento colecionador, que visitei este fim de semana e que está naFundação EDP - Museu da Eletricidade (fotos aqui). A coleção particular do artista – que se assume não como um colecionador mas como “alguém que junta coisas” – tem mais de 300 obras, de cerca de 100 artistas portugueses e estrangeiros, que foram reunidas ao longo de trinta anos, umas oferecidas outras trocadas por obras de sua autoria. Vá ver que vai gostar.
Por hoje é tudo. Amanhã o Expresso Curto é do Valdemar Cruz, o que quer dizer que terá ainda mais pronúncia do norte.
Tenha um ótimo dia.
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