Ana
Alexandra Gonçalves*
A
indefinição do Presidente da República, aliada a uma exasperação e desespero da
direita, resulta numa profusão de conjecturas. Todos especulam, todos arriscam
exercícios de futurologia, todos caem em profecias inconsequentes, desde o
governo de gestão, passando pela indigitação de António Costa e culminando num
hipotético Governo de iniciativa presidencial.
Cavaco
Silva preferiu a indefinição, escolheu uma retórica nada adequada a um
Presidente da República e, pelo menos na Madeira, tentou mostrar a sua boa
disposição quer com douradas, quer com bananas, o que é próprio de alguém que
perdeu por completo o pouco respeito que tem pelos cidadãos. Tudo para proteger
os seus apaniguados – os mesmos que aldrabam compulsivamente - veja-se a
questão da sobretaxa. Pura aldrabice.
Já
resta pouco a dizer deste Presidente que não acabará o seu mandato com qualquer
dignidade, mas antes com o raciocínio tolhido pelas suas preferências, caindo
invariavelmente no ridículo de colocar os seus preconceitos à frente da própria
democracia, sempre apostado em ouvir uma minoria, deixando uma vasta maioria
fora dos seus patéticos planos. Ouviu empresários, banqueiros, consultoras e
esqueceu que o povo já falou no dia 4 de Outubro – o resultado está na
configuração da Assembleia da República.
Ouviu-se
e viu-se de tudo durante as semanas subsequentes às eleições; arrisco dizer que
estamos todos saturados de ouvir tantas vozes perdidas num mar de asneiras.
Tudo começou com o Presidente. Com efeito, pouco tem restado para além das
conjecturas.
*Triunfo
da Razão
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