Os
rendimentos do trabalho em Portugal têm um valor cada vez menor se comparado
com os ganhos relativos às rendas, juros e lucros. Este desequilíbrio, um dos
maiores entre os países europeus, nunca foi tão evidente na história da nossa
democracia.
Portugal
é um dos países europeus onde os salários valem cada vez menos se comparados
com os ganhos de rendas, juros e lucros. Desta forma, os rendimentos de
capital, têm vindo a ganhar uma importância crescente na comparação direta com
os rendimentos do trabalho e são um reflexo do aumento das
desigualdade existentes na economia portuguesa.
De
acordo com dados da Comissão Europeia, no final de 2015 os salários deverão
representar apenas 60% do PIB português, um valor menor do que a média europeia
e o menor da história da democracia: pelo menos desde a década de 60 do século
passado que o desequilíbrio entre rendimentos do trabalho e de capital não era tão
acentuado em Portugal.
Segundo
o "Jornal de Negócios", a tendência não se verifica apenas em Portugal
já que "na maior parte dos países ocidentais regista-se uma redução da
importância dos salários e um crescimento das rendas juros e lucros como fonte
principal de rendimento de muitos cidadãos."
Para
aquele jornal, esta situação poderá estar relacionada com a “evolução
tecnológica” que apoia a expansão do capital e também na ascensão dos mercados
financeiros e da banca, setores que proporcionam fortes lucros e permitem viver
com rendimentos elevados sem recurso a salários.
Esquerda.net
- Foto de Paulete Matos
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