sábado, 19 de dezembro de 2015

Angola. “JÁ VENCEMOS DESAFIOS MAIS COMPLICADOS” – Eduardo dos Santos



Kumuênho da Rosa – Jornal de Angola

Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse ter plena convicção de que, com eficácia e criatividade, os angolanos vão saber superar a fase difícil que o país atravessa, resultante das adversidades na actual conjuntura internacional.


Na sua mensagem de Ano Novo, o Chefe de Estado lamentou que se tenha falado durante muito tempo na diversificação da economia, mas que efectivamente tenha sido feito tão pouco. Mesmo assim, disse o Presidente, “mais vale começar tarde do que nunca começar”, numa clara alusão ao conjunto de reformas económicas com o objectivo de livrar o país da dependência das receitas do petróleo. O Chefe de Estado defendeu o ajuste dos programas e planos para enfrentar com sucesso o próximo ano, como resposta ao momento difícil, em virtude da diminuição das receitas provocadas pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional.

Para aumentar as exportações e reduzir as importações, com o aumento da produção local e do comércio, o Presidente da República considerou crucial acelerar a intervenção nos sectores da agricultura, pescas, turismo, indústria da madeira, indústria alimentar e indústria ligeira e mineira. Mas para que todo o processo decorra sem perturbações, reiterou, é indispensável melhorar a gestão das finanças públicas e melhorar e reforçar também a segurança e a ordem interna. O líder da Nação reafirmou a sua confiança e voltou a apelar à maturidade política do povo angolano, que, como sublinhou, soube vencer “desafios mais complicados e difíceis do que os que enfrenta hoje”. Venceu-os, disse, porque agiu sempre com confiança em si mesmo e com determinação.

José Eduardo dos Santos defendeu que o conjunto de medidas que se espera resultar na diversificação efectiva da economia angolana precisa de ser acompanhado de melhorias substanciais na gestão das finanças públicas e melhorar e reforçar também a segurança e a ordem interna. Ainda no que se refere à segurança, o Presidente disse ser importante que ela se estenda também além das fronteiras nacionais, pelo que se impõe, como referiu, continuar a manter laços de boa vizinhança com os países limítrofes e contribuir para a paz, segurança e estabilidade das regiões em que Angola está inserida. O Presidente da República considerou prioridade absoluta a manutenção da paz em Angola, com estabilidade, na mesma linha que a consolidação da democracia, das instituições do Estado e das garantias das liberdades fundamentais dos cidadãos. O líder angolano defendeu a importância de relações humanas cordiais, pacíficas e de respeito mútuo na sociedade, já que, como referiu, permitem manter o equilíbrio e estabilidade, garantindo-se assim a segurança, a ordem e a tranquilidade públicas, importantes para que cada um possa fazer a sua vida e afirmar a sua cidadania. Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente José Eduardo dos Santos voltou a falar da importância dos jovens e do quanto o país precisa que estejam cada vez mais e melhor formados. E foi peremptório: “o Executivo não vai poupar esforços para melhorar a qualidade da formação dos angolanos, em estreita colaboração com as famílias e outros parceiros sociais”.

Redes Sociais

O Presidente defendeu a necessidade de se alterar o actual clima moral, que tende a predominar nas relações sociais, sob o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação.

O Chefe de Estado particularizou o caso das redes sociais, como uma conquista técnica e científica de toda a Humanidade, de que os angolanos devem beneficiar para melhorar o seu acesso ao conhecimento. “As redes sociais não devem ser utilizadas para violar o direito das pessoas, expor a vida íntima de quem quer que seja, caluniar, humilhar e veicular conteúdos degradantes e moralmente ofensivos”, disse o Presidente, defendendo a adopção, o mais rápido possível, de legislação adequada para orientar a sociedade e as instituições, e prevenir o surgimento deste tipo de práticas, que são inaceitáveis.

O Presidente da República falou da necessidade de o mundo mobilizar-se para uma resposta efectiva aos efeitos das mudanças climáticas, e considerou histórico o recente Acordo Global sobre o clima, assinado em Paris. José Eduardo dos Santos mostrou confiança em como a implementação do Acordo de Paris pode proteger todos os países dos “efeitos nefastos das mudanças climáticas”, mas salientou que a comunidade internacional deve passar das palavras aos actos. Na cimeira de Paris, 186 países anunciaram medidas para travar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2025 e 2030. A comunidade internacional comprometeu-se a limitar a subida da temperatura abaixo dos 2º centígrados e a “continuar os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5º centigrado”. 

O objectivo de um aquecimento máximo de 2ºC em relação à era pré-industrial tinha sido definido em 2009, em Copenhaga. Essa meta implica uma redução drástica das emissões de gases de efeito estufa, com medidas como economia de energia, maiores investimentos em energias renováveis e reflorestamento. Vários países, sobretudo as nações insulares que estão ameaçadas pela subida do nível do mar, afirmam que correm perigo, mesmo com a limitação do aumento da temperatura em 1,5º centigrado.

Liderança

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, recebeu ontem cumprimentos de Ano Novo de várias personalidades da sociedade angolana, entre titulares de órgãos de soberania, deputados, ministros, empresários e líderes associativos. Os cumprimentos foram apresentados durante uma cerimónia no Salão Nobre da Cidade Alta, em que o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, proferiu um discurso, onde exaltou a liderança do Presidente José Eduardo dos Santos empenhada em dar solução aos mais prementes problemas que afectam a sociedade angolana.

Manuel Domingos Vicente destacou o efeito mobilizador dos esforços empreendidos pelo Presidente José Eduardo dos Santos, em prol do bem-estar da população, para que tenha cada vez mais acesso à saúde, à educação, ao trabalho, à justiça e à segurança. 

Os cidadãos, continuou o Vice Presidente da República, devem empenhar-se em assumir o seu sentido de responsabilidade, de solidariedade e de cooperação, de modo a edificar uma “Nação unida, pacífica, democrática, próspera e internacionalmente respeitada”.

Manuel Vicente disse ser notória a preocupação do Presidente da República em ver superadas situações susceptíveis de incentivar a degradação de valores, que afectam em primeira instância as camadas mais vulneráveis, como crianças, mulheres, idosos e portadores de deficiência.

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