Sobreviverá
a Câmara dos Deputados a um ano inteiro, no caso, 2016, com Eduardo Cunha na
sua presidência? Na hipótese dele escapar do Conselho de Ética e,
eventualmente, até do Supremo Tribunal Federal, não haverá outro jeito senão
aceitá-lo na direção dos trabalhos, aliás, até fevereiro de 2017. Poderá
aprontar o que quiser. Com Dilma, o parlamentar fluminense permanecerá como o
segundo na linha sucessória. Se Madame for afastada e Michel Temer assumir,
quantas vezes Eduardo Cunha ocupará o palácio do Planalto? Afinal, faz tempo
que viagens presidenciais ao exterior tornaram-se obrigatórias.
Vale
prospectar, assim, possibilidades variadas para os períodos em que o atual
presidente da Câmara estará exercendo a chefia do governo. Para começar, ele
poderia mudar o regime, alegando a iminência da desagregação nacional. Motivos
de força maior exigiriam a volta à Monarquia. Eduardo I colocaria em sua cabeça
a coroa imperial, distribuindo títulos de nobreza a todos os aliados, quem sabe
até dissolvendo o Congresso e nomeando interventores nos estados.
Outra
alternativa seria decretar o Estado Novíssimo, alegando o perigo comunista e
tornando-se ditador. Criaria outro Tribunal de Segurança Nacional, encarregado
de julgar e condenar todo cidadão brasileiro que ousasse falar em democracia.
Extinguiria a liberdade de imprensa, as eleições e os tribunais, editando uma
nova Constituição, cujo primeiro artigo estabeleceria que obedecer é obrigação
de quantos habitam nosso território.
ATOS
INSTITUCIONAIS
Haverá
que cogitar na prerrogativa de o presidente interino baixar Atos
Institucionais, começando por transformar a interinidade em permanência
indefinida. Como também dispor que o Tesouro Tacional passe a ser propriedade
integral do chefe do governo. Por que não mudanças no Código Penal,
determinando a flagelação preventiva aos maiores de dezoito anos, de forma a
enquadrar a população na arte da obediência eterna? Ou o banimento para quem se
insurgir contra a obrigação de, três vezes por dia, em casa, no trabalho ou na
rua, gritar “viva Eduardo!” Sem esquecer que cada contribuinte, sob pena de
perda de cidadania, passe a depositar metade deu salário na conta presidencial
aberta em todos os bancos públicos e privados.
Mil
novas sugestões estão em aberto, bastando enviá-las por meios eletrônicos,
cartas ou pombo-correio para a presidência da Câmara dos Deputados.
Fonte: Tribuna da Internet
– em Debates Culturais
Sem comentários:
Enviar um comentário