Stedile
acrescentou que esta crise do golpe “ajudou a revelar que Padilha, Gilmar
Mendes, Cunha e Temer são farinha do mesmo saco”
Correio
do Brasil, com BdF – de Porto Alegre
Após
o lançamento da Frente Brasil Popular, aumenta o apoio ao mandato da presidenta
Dilma Rousseff, em todo o país. A mobilização, que se estende já por 48 horas,
foi lançada na manhã desta sexta-feira, na capital gaúcha, em uma manifestação
que reuniu mais de mil pessoas no auditório da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura (Fetag).
A
Frente reúne integrantes de movimentos populares, organizações sindicais e
partidos políticos, que discutiram sobre a atual conjuntura política do Brasil,
entre outras questões pontuais, como a agenda de ações para o próximo ano e a
constituição da Comissão Operativa da FBP no Estado gaúcho.
O
economista João Pedro Stedile, da coordenação nacional do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), falou sobre a tentativa da direita brasileira e
do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de instalar o
golpe no país contra a democracia e o mandato da presidenta Dilma Rousseff.
Segundo
ele, o enfrentamento a este golpismo, protagonizado pelas forças conservadoras,
deve estar entre as pautas centrais do povo brasileiro.
—
Temos que afinar a viola e enfrentar o impeachment, botar o povo nas ruas —
disse.
Um
dos líderes da Frente, Stedile acrescentou que esta crise do golpe “ajudou a
revelar que Padilha, Gilmar Mendes, Cunha e Temer são farinha do mesmo saco”.
—
Todos estão conspirando para derrubar Dilma — ressaltou.
Stedile
ainda abordou as quatro crises combatidas pela Frente no país: política,
social, ambiental e econômica
Para
o dirigente do MST, é preciso ocorrer investimentos na indústria e agricultura
brasileira para que se torne possível a retomada do crescimento da economia e
do desenvolvimento social; assim como a realização de reformas estruturais,
envolvendo moradia, transporte e acesso da juventude à universidade; e profunda
reforma política, com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.
Neste
sentido, evidenciou o papel da participação popular:
—
Historicamente, não é um partido, um governo ou a imprensa quem tira um país da
crise. Isso acontece quando forças sociais organizadas formam um bloco
hegemônico e apresentam um projeto de saída à sociedade para este problema —
afirmou Stédile.
Já
Miguelina Vecchio, presidenta nacional da Ação da Mulher Trabalhista (AMT),
criticou as alianças partidárias que compõem o atual governo.
–
Temos que fazer uma avaliação de com quem a gente anda. Com esse PMDB nós nem
precisamos de adversários da ultradireita, porque o centro-esquerda é contra o
governo. Parte da bancada peemedebista vota pelo impeachment porque acredita
que se Dilma sair é o partido quem assume a presidência – argumentou.
Representando
a União Brasileira de Mulheres (UBM), Abgail Pereira, complementou que o povo
brasileiro não irá se agachar diante as dificuldades que assolam o Brasil e
ressaltou que a crise do impeachment “é de uma burguesia que não
admite outro projeto, se não o neoliberal”.
– Temos
críticas pontuais a este governo, mas neste momento não se trata de quem é a
favor ou crítico. O que nos une é essa clareza de que o nosso país está
dividido com democratas e patriotas de um lado, e os golpistas de outro
– acrescentou.
Frente
em marcha contra o impeachment
No
período da tarde a capital gaúcha presenciou uma manifestação contra o
impeachment de Dilma. Com a participaçao da FBP, a 20ª Marcha dos Sem, protesto
promovido anualmente pela Central dos Movimentos Sociais do Rio Grande do
Sul (CMS), além de ter pautado a defesa de estabilidade institucional,
pedia a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o abandono do ajuste fiscal por
parte do governo federal.
A
marcha contra o impeachment se iniciou da Rótula das Cuias e teve como
destino final o Palácio Piratini. Segundo os organizadores, 8 mil pessoas
estavam presentes.
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