domingo, 13 de dezembro de 2015

FRENTE BRASIL POPULAR CONTRA IMPEACHMENT MOBILIZA PAÍS




Stedile acrescentou que esta crise do golpe “ajudou a revelar que Padilha, Gilmar Mendes, Cunha e Temer são farinha do mesmo saco”

Correio do Brasil, com BdF – de Porto Alegre

Após o lançamento da Frente Brasil Popular, aumenta o apoio ao mandato da presidenta Dilma Rousseff, em todo o país. A mobilização, que se estende já por 48 horas, foi lançada na manhã desta sexta-feira, na capital gaúcha, em uma manifestação que reuniu mais de mil pessoas no auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).

A Frente reúne integrantes de movimentos populares, organizações sindicais e partidos políticos, que discutiram sobre a atual conjuntura política do Brasil, entre outras questões pontuais, como a agenda de ações para o próximo ano e a constituição da Comissão Operativa da FBP no Estado gaúcho.

O economista João Pedro Stedile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), falou sobre a tentativa da direita brasileira e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de instalar o golpe no país contra a democracia e o mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Segundo ele, o enfrentamento a este golpismo, protagonizado pelas forças conservadoras, deve estar entre as pautas centrais do povo brasileiro.

— Temos que afinar a viola e enfrentar o impeachment, botar o povo nas ruas — disse.

Um dos líderes da Frente, Stedile acrescentou que esta crise do golpe “ajudou a revelar que Padilha, Gilmar Mendes, Cunha e Temer são farinha do mesmo saco”.

— Todos estão conspirando para derrubar Dilma — ressaltou.

Stedile ainda abordou as quatro crises combatidas pela Frente no país: política, social, ambiental e econômica

Para o dirigente do MST, é preciso ocorrer investimentos na indústria e agricultura brasileira para que se torne possível a retomada do crescimento da economia e do desenvolvimento social; assim como a realização de reformas estruturais, envolvendo moradia, transporte e acesso da juventude à universidade; e profunda reforma política, com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais.

Neste sentido, evidenciou o papel da participação popular:

— Historicamente, não é um partido, um governo ou a imprensa quem tira um país da crise. Isso acontece quando forças sociais organizadas formam um bloco hegemônico e apresentam um projeto de saída à sociedade para este problema — afirmou Stédile.

Já Miguelina Vecchio, presidenta nacional da Ação da Mulher Trabalhista (AMT), criticou as alianças partidárias que compõem o atual governo.

– Temos que fazer uma avaliação de com quem a gente anda. Com esse PMDB nós nem precisamos de adversários da ultradireita, porque o centro-esquerda é contra o governo. Parte da bancada peemedebista vota pelo impeachment porque acredita que se Dilma sair é o partido quem assume a presidência – argumentou.

Representando a União Brasileira de Mulheres (UBM), Abgail Pereira, complementou que o povo brasileiro não irá se agachar diante as dificuldades que assolam o Brasil e ressaltou que a crise do impeachment “é de uma burguesia que não admite outro projeto, se não o neoliberal”.

– Temos críticas pontuais a este governo, mas neste momento não se trata de quem é a favor ou crítico. O que nos une é essa clareza de que o nosso país está dividido com democratas e patriotas de um lado, e os golpistas de outro – acrescentou.

Frente em marcha contra o impeachment

No período da tarde a capital gaúcha presenciou uma manifestação contra o impeachment de Dilma. Com a participaçao da FBP, a 20ª Marcha dos Sem, protesto promovido anualmente pela Central dos Movimentos Sociais do Rio Grande do Sul  (CMS), além de ter pautado a defesa de estabilidade institucional, pedia a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o abandono do ajuste fiscal por parte do governo federal.

A marcha  contra o impeachment se iniciou da Rótula das Cuias e teve como destino final o Palácio Piratini. Segundo os organizadores, 8 mil pessoas estavam presentes.

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