O
Presidente angolano afirmou hoje, em Joanesburgo, que a China é um
"parceiro imprescindível" para o desenvolvimento de África,
colaboração que ainda pode ser incrementada para resolver "problemas
básicos das populações", do ensino e do combate à fome.
José
Eduardo dos Santos discursava na segunda cimeira dos chefes de Estado e de
Governo do Fórum de Cooperação China África (FOCAC), que está a decorrer na
África do Sul desde sexta-feira, durante o qual José Eduardo dos Santos já se
reuniu com o homólogo chinês, Xi Jinping.
O
estadista angolano defendeu hoje que a China é atualmente "um parceiro
imprescindível para o desenvolvimento" africano, em função do crescimento
do investimento chinês no continente.
Na
base das "relações bilaterais e multilaterais", do "diálogo
permanente e da cooperação", o líder angolano afirmou que "não há
dúvida que a África e a China vão realizar os objetivos fixados na estratégia
conjunta".
Contudo,
apontou igualmente a necessidade de "estruturar a cooperação" em três
níveis e estabelecer os respetivos instrumentos de ação: Ao nível continental
através da Comissão Executiva da União Africana, ao nível de cada uma das cinco
sub-regiões africanas e ao nível dos Estados-membros da União Africana através
dos seus Governos.
José
Eduardo dos Santos defendeu que a China ainda "poderia dar maior ajuda a
todos os níveis para a resolução dos problemas básicos das populações e dos
jovens", como no combate à erradicação da fome e da pobreza ou
"apoiando a agricultura familiar e a comercialização da produção
conseguida".
O
apoio chinês, disse, pode igualmente passar por programas para a instalação de
sistemas de produção de água potável no meio rural e na periferia das cidades,
na criação de centros de formação profissional, "garantindo-se o
financiamento previsível de longo prazo dos planos nacionais de educação"
ou na promoção de projetos de investimentos públicos e privados, "que
criem empregos e evitem a emigração dos africanos para outros continentes, ou a
fuga para outros países africanos com mais oportunidades".
"Outro
domínio importante é o da produção de alimentos e da agricultura e da
agroindústria, para se garantir a segurança alimentar e o da construção de
infraestruturas, como estradas, pontes, energia elétrica, água,
telecomunicações, saúde e formação de recursos humanos que são todos elementos
essenciais para a industrialização dos nossos países", sublinhou o
estadista angolano.
Combater
a desertificação e proteger o continente das mudanças climáticas, alargar as
florestas, "bem como transformar, em vez de queimar, o gás obtido da
produção de petróleo" são igualmente áreas em que, para Angola, a
colaboração entre África e a China pode ser reforçada.
O
Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou sexta-feira, em Joanesburgo, que a
China vai conceder 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em
assistência e empréstimos aos países africanos.
"A
China decidiu providenciar um total de 60 mil milhões de dólares em fundos de
apoio, que inclui cinco mil milhões em empréstimos isentos de juros e 35 mil
milhões para empréstimos concessionais e crédito à exportação, com condições
preferenciais", disse Xi, no arranque da segunda cimeira do FOCAC), que termina
hoje.
Sobre
este novo plano de ação para a colaboração entre os países africanos e o
gigante asiático, o presidente angolano afirmou que vai dar "um novo
impulso à materialização dos consensos alcançados, abrindo o caminho para a entrada
numa nova era de cooperação e progresso".
PVJ//
ATR
Sem comentários:
Enviar um comentário