domingo, 29 de março de 2015

Portugal - Eleições. PSD-Madeira já está a festejar a vitória junto à Assembleia Legislativa




Estão a chegar cada vez mais pessoas ao centro do Funchal, onde está instalada a festa do PSD-Madeira, que hoje à noite alcançou a maioria absoluta.

As celebrações estão a decorrer sobretudo junto à Assembleia Legislativa da Madeira, onde Miguel Albuquerque dirige-se à multidão.

Recorde-se que o PSD-Madeira, liderado por Miguel Albuquerque, alcançou hoje 44,33% dos votos e 24 dos 47 deputados eleitos, menos um do que nas últimas eleições.

Nas eleições de hoje votaram 127.893 eleitores, dos 257.232 inscritos, sendo a abstenção de 50,28%, constituindo um novo recorde na Região.

A percentagem de votos em branco foi hoje de 0,87% (0,74% em 2011) e os nulos de 3,40% (1,91% em 2011).

Diário de Notícias Madeira

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MADEIRENSES APOSTAM EM MAIS DO MESMO. PSD CONSEGUE MAIORIA ABSOLUTA



Celso Vanderlei, Funchal

O PSD Madeira conseguiu a maioria absoluta nas eleições de hoje no arquipélago. Como disse esta manhã ao Página Global acerca da minha perspetiva destas eleições na Madeira só vão mudar as moscas. Confirmou-se.  

Saiu o Jardim e entrou um seu sucessor, Miguel Albuquerque. Se tiver durabilidade de vida para isso, Albuquerque arrisca-se a ficar no governo regional por quase 40 anos, como Jardim. Os madeirenses não gostam de mudar. 

Mesmo que um amo lhes dê vergastadas e tenham a alternativa de mudar para um amo que não os vergaste, eles preferem invariavelmente o das vergastadas, que já conhecem. E assim não têm de mudar e enfrentar o que para eles é desconhecido. Também o caciquismo na Madeira é por demais. Isso conta para os votos que surpreendentemente são sempre a favor do PSD de modo maioritário.

A abstenção vai ser muito elevada. Ainda não existe informação de números relevantes mas podemos apontar para uma abstenção na ordem de 40 por cento.

PSD RONDA OS 45%, PARTIDO SOCIALISTA FOI UMA NÓDOA COLIGADA. ABSTENÇÃO TEVE MAIORIA

É oficial. O PSD ronda os 45% dos votos nesta contagem oficial mas provisória (44,33%). É muito provável que  nos resultados definitivos suba umas décimas.

O CDS garante ser o segundo partido mais votado. Os restantes partidos quedaram-se muito abaixo. Incluindo a coligação Mudança, constituída por quatro partidos com o PS incluído. Todos eles só valeram pouco mais que 11%. Podemos dizer que o PS foi uma nódoa. Uma nódoa ao coligar-se e não aparecer como devia, enfrentando o PSD e o CDS na eleição para a Assembleia Legislativa Regional. Fazendo contas, quanto vale o Partido Socialista na Madeira, 5%? Mais ponto menos ponto será esse o seu valor eleitoral. Descredibilização foi o resultado para o PS.

Temos assim o mesmo para o arquipélago da Madeira. O PSD de Miguel Albuquerque, ex-Presidente da Câmara do Funchal. Ele promete ser diferente de Alberto João Jardim. Será, sem dúvida. Mas nem por isso vislumbramos que traga muito melhores políticas. Como aqui se diz já "deixámos de andar à deriva para seguir rumo de encontro a obstáculos que podem afundar-nos."

Por agora Albuquerque terá na avaliação do seu governo pelos madeirenses uns meses de graça, de benefício da dúvida. Depois logo se verá o que vai acontecer ao rumo das suas políticas para uma região autónoma que tanto tem sofrido com esta crise e o agravo quase ditatorial da governação de Alberto João Jardim por cerca de 40 anos consecutivos.

SOCIEDADE CIVIL CABO-VERDIANA CONTRA AUMENTOS SALARIAIS DOS POLÍTICOS




A organização Mobilização para Ação Cívica (MAC) organiza na segunda-feira, diante do Parlamento, uma manifestação para protestar contra o aumento dos salários dos titulares de cargos políticos em Cabo Verde, noticia hoje a Inforpress.

Um dos coordenadores do MAC, Ronny Moreira, indicou que a iniciativa visa consciencializar as pessoas sobre os aumentos salariais dos políticos cabo-verdianos, que, segundo o novo estatuto aprovado na quarta-feira por unanimidade no Parlamento, indexa os vencimentos ao do Presidente de Cabo Verde, cujo ordenado subiu 64%.

Nesse sentido, Ronny Moreira adiantou que se pretende também exortar o próprio Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, atualmente em Portugal em visita às comunidades na diáspora, a usar o poder de veto contra a proposta de lei.

"Estamos perante uma situação em que a população deve entender o que está em jogo, pois temos uma classe política arrogante, pretensiosa e única e exclusivamente virada para as suas próprias preocupações", afirmou, indicando esperar que o protesto se estenda por todo o arquipélago.

O estatuto dos titulares de cargos políticos foi aprovado quarta-feira por unanimidade dos deputados das três forças políticas representadas no Parlamento, de 72 assentos Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, maioritário e no poder desde 2001 - 38 parlamentares), Movimento para a Democracia (MpD, 32) e União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, dois).

A nova líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, posicionou contra o aumento dos titulares dos cargos públicos e, em declarações à Lusa, admitiu divergências entre a Comissão Política Nacional (CPN) e o Grupo Parlamentar do partido, liderado pelo seu principal adversário nas eleições diretas de dezembro de 2014, Felisberto Vieira.

Para Janira Hopffer Almada, cuja demissão da liderança do PAICV já foi pedida pelo MpD por causa do entendimento entre os grupos parlamentares dos dois partidos sobre o estatuto, o atual contexto socioeconómico do país não permite os aumentos, mesmo apesar de os responsáveis políticos manterem o salário definido em 1997.

Em causa está o aumento de 64% do salário do Presidente de Cabo Verde, que passou de 170.000 para 280.000 escudos (de 1.540 para 2.540 euros), montante a que passam a estar indexados os restantes salários dos titulares de cargos políticos - Parlamento, Governo e eleitos municipais.

Várias classes profissionais em Cabo Verde, como as polícias, professores, portos, alfândegas e administração pública têm exigido melhores condições de trabalho e aumento salariais e que não têm sido atendidas e a alta taxa de desemprego (a rondar os 16%).

Cálculos feitos pelo jornal cabo-verdiano A Semana indicam que a "atualização salarial", que vigorará a partir de 01 de janeiro de 2016, custará anualmente mais de 200 milhões de escudos (1,8 milhões de euros), valor "não oficial", igual a 4,1% das despesas no Orçamento do Estado para 2015 (43 milhões de euros).

Na sexta-feira à tarde, cerca de cinco centenas de manifestantes protestaram em frente ao Parlamento contra o novo estatuto e exigiram a Jorge Carlos Fonseca que vete o diploma, lembrando que 2016 será o ano de três eleições - legislativas, autárquicas e presidenciais.

O movimento organizador da manifestação, aparentemente surgido da sociedade civil, mas que contou com rostos conhecidos do PAICV e do MpD, ostentava cartazes como "basta", "ladrões" ou "os «thugs» [ladrões] estão no Parlamento".

As duas maiores centrais sindicais do país também já pediram ao Presidente para vetar o diploma.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Presidente da Guiné-Bissau exorta diáspora em Portugal a regressar ao país




O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, apelou hoje em Lisboa à comunidade guineense em Portugal para que considere regressar ao país e ajudar na sua reconstrução.

"Eu vim cá precisamente para apelar-vos: comecem a pensar no vosso regresso. Os riscos que vocês assumem aqui em Portugal, devem aceitar corrê-los na vossa terra natal", declarou, num encontro com a diáspora guineense no Fórum Lisboa.

Depois de sublinhar que conhece bem os problemas dos emigrantes em Portugal, o chefe de Estado guineense acrescentou: "Não estou aqui para vos dar uma lição, estou aqui para ouvir conselhos e para vos dizer como vai a terra que vos viu nascer".

"A Guiné-Bissau é um país de oportunidades, porque nada está feito, está tudo por fazer - e 1,1 milhões de dólares é muito dinheiro", observou José Mário Vaz, referindo-se à ajuda financeira da comunidade internacional que fez questão de agradecer.

"Muito obrigado à comunidade internacional, que nunca virou costas à Guiné-Bissau, apesar de nós não termos sido muito corretos no seu uso: dinheiro dado para comprar copos foi gasto a comprar viaturas...", exemplificou, desencadeando o aplauso no auditório quase cheio.

Salientando que "agora, a bola está do lado da Guiné-Bissau", o Presidente classificou a atual situação do país como "uma oportunidade para os guineenses que estão em Portugal".

"Temos uma grande responsabilidade, meus concidadãos, e cada um tem de fazer o que sabe fazer: temos bons pedreiros, bons carpinteiros, bons eletricistas, bons empresários... Não pensem em ir para a Guiné-Bissau para serem ministros, secretários de Estado, funcionários públicos", advertiu.

"Devem regressar para concorrer com os demais para a concretização de projetos" que contribuam para "a construção do país", porque, acrescentou, se os guineenses não aproveitarem os recursos financeiros disponibilizados pela comunidade internacional "outros estão à espera".

José Mário Vaz explicou que "hoje, na Guiné-Bissau, o Estado é o maior empregador e não pode ser".

"O Estado não pode ser tudo, porque senão enfrenta problemas sérios; o Estado não pode criar riqueza e não pode criar emprego, isso cabe ao setor privado, e temos de ter a coragem de fazer essa reforma", defendeu.

Instando mais uma vez os seus concidadãos a regressar, neste seu primeiro encontro com a diáspora desde que foi eleito, em junho de 2014, o Presidente guineense fê-lo na forma de pedido.

"Eu vou pedir: temos de limpar essa mágoa, esse ódio que está no interior dos guineenses; devemos esquecer o passado e olhar para o futuro, para a construção do país", insistiu, recordando ser sua ambição "contribuir para a mudança radical da Guiné-Bissau", porque acredita que "o Presidente da República tem de ser o homem que está sempre à procura de consensos".

Lusa, em Notícias ao Minuto

Angola. DEMOCRACIA E BRANQUEAMENTO



Filomeno Manaças – Jornal de Angola

Não há país sem história e os angolanos orgulham-se de terem uma das mais ricas e brilhantes, apesar do pouco tempo de independência que têm. A proclamação da independência deu-se em meio a batalhas ferozes contra forças invasoras apoiadas por mercenários e aliados internos que pretendiam impedir a consagração desse momento histórico.


Esse feito está devidamente registado e os heróis dessa nova madrugada para Angola são conhecidos e merecem todo o nosso reconhecimento.

Agostinho Neto foi o timoneiro dessa grande epopeia e como político visionário cedo percebeu e conclamou que “Na Namíbia e na África do Sul estavam a continuação da nossa luta”.

Angola tem uma das histórias mais ricas e brilhantes porque além da luta pela sua libertação do jugo colonial fascista português, uma vez conquistada a independência nacional mergulhou no combate pela emancipação de outros povos. E isso foi alcançado com bravura.

A batalha do Cuito Cuanavale, que este ano completou mais um aniversário desde que ela teve lugar há 27 anos, em que as FAPLA enfrentaram e impuseram de modo decisivo uma derrota histórica às forças invasoras sul-africanas, apoiadas por tropas da UNITA e por soldados do batalhão Búfalo, é um marco incontornável que abriu caminho à independência da Namíbia, primeiro, e depois à libertação de Nelson Mandela e ao fim do apartheid na África do Sul, com a consequente realização das primeiras eleições multirraciais no país.

Revisitar a história, mergulhar nos factos do passado recente que tiveram o condão de alterar todo o curso da história política, social e económica da África Austral, reveste-se de importância excepcional num momento em que, à pala da democracia, vamos assistindo a investidas incessantes no sentido do escamoteamento da verdade, numa estratégia meticulosamente desenhada destinada ao branqueamento das situações históricas.

Aos jovens que hoje têm 20 anos de idade, alguns dos quais só começaram a ganhar consciência política há pouco mais de quatro anos, temos a obrigação de contar o que na verdade se passou e eles o dever de saber que a marcha para a liberdade que hoje saboreamos vem de longe e envolveu sacrifícios incontáveis que não podem, num ápice, ser atirados para debaixo do tapete porque, em nome da democracia, há quem entenda que assim deve ser feito.

Nada mais errado!

Não vá amanhã um iluminado qualquer vir dizer que o hediondo regime de apartheid não existiu na África do Sul. Do mesmo modo que agora vemos políticos da UNITA a endeusarem Jonas Savimbi e o seu cortejo de mortes e destruições que deixaram o país à beira do colapso. Um colapso que foi possível evitar porque os angolanos, defensores acérrimos da paz e comandados pelo Presidente José Eduardo dos Santos, levaram a comunidade internacional a acordar a tempo da letargia e reconhecer e declarar que o líder rebelde, na sua caminhada tresloucada para a conquista do poder a todo o custo, mandando às urtigas o veredicto das urnas, se constituiu num sério entrave a qualquer tipo de solução política e ameaça grave até mesmo aos interesses de antigos aliados.

A direcção política da UNITA revela-se órfã de Jonas Savimbi, apesar de saber que é, em democracia, contra natura defender os valores que o líder da rebelião armada abraçou e fez questão de os levar avante até ao fim da sua vida: o do recurso à violência para a conquista do poder.

Sabemos todos que milhares e milhares de cidadãos perderam a vida por esta Angola fora devido à extrema irracionalidade de Jonas Savimbi, que não poupava nem mesmo os seus mais próximos, muitos dos quais mortos de forma bárbara.

E temos todos de colocar a nossa consciência em alerta quando a direcção da UNITA pretende passar a ideia de um Jonas Savimbi comprometido com os valores democráticos, pois além de nos remeter ao passado tenebroso recente que fazia da morte de angolanos uma coisa banal, traduz a ideia de que a direcção de Isaías Samakuva é incapaz de refundar o partido e ajustá-lo aos verdadeiros princípios da democracia.

Não podemos permitir que se falseie a história e muito menos aceitar que nos queiram apresentar como normal que a democracia nasça e se desenvolva em Angola sob o estigma da cultura da violência, que subverte os seus mais nobres propósitos, de respeito pela diferença de opinião, dos resultados eleitorais, do reconhecimento da legitimidade do vencedor das eleições e observância de fair play.

SINDIKA DOKOLO QUER RECUPERAR PEÇAS DE ARTE QUE DESAPARECERAM DE ANGOLA




Marido de Isabel dos Santos quer criar fundo para recuperar peças roubadas do país

Sindika Dokolo, esposa de Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano,  anunciou uma campanha para reaver para Angola peças de arte que desaparecem do  país após a independência. 

Voz da América

Numa entrevista ao jornal francês Le Monde, Dokolo, conhecido por ser um coleccionador de arte,  afirma estar a investigar as peças que desapareceram de Angola. Ele está a trabalhar para recuperar aas peças  com um comerciante de arte, com sede em Bruxelas, entre outros parceiros.

Sindika Dokolo afirma  que os arquivos indicam claramente que antes da independência estavam em Angola o que ele chama de peças de grande qualidade que desapareceram.

O genro do Presidente diz acreditar que a maior parte dos compradores dessas peças actuou de boa fé, mas  os traficantes venderam-nas,  escondendo as suas origens.

Segundo o marido de Isabel dos Santos logo que essas peças forem localizadas  a sua proposta é que os compradores recebam uma indemnização igual ao preço que pagaram pelas peças de arte angolana.

Duas máscaras Tchokwe de grande valor foram já encontradas e é agora intenção de Dokolo criar um fundo com vários advogados para identificar outras peças roubadas.

Dikolo fez notar que o Museu do Louvre em Paris possui uma estátua de Tchibina Ilunga, o herói mítico da civilização Tchokwe, mas Angola nada tem. Esta peça, entretanto, está avaliada agora em cerca de 30 milhões de dólares.

Aquele coleccionador de arte defende que cabe aos africanos reclamar o seu património e diz que preciso que em Angola “tenhamos consciência do valor das nossas raízes”.

No próximo mês, Sindika Dokolo tenciona organizar uma cerimónia com o rei dos Tchokwe no Dundo com quem vai abordar este assunto.

Moçambique. “FALTAM RESULTADOS NAS INVESTIGAÇÕES DOS RAPTOS” - cônsul




O cônsul geral de Portugal em Maputo considera que "faltam resultados nas investigações dos raptos em moçambique", quando a capital moçambicana experimenta uma nova vaga deste crime e que no primeiro trimestre já atingiu três cidadãos portugueses.

"Não se veem condenações dos mandantes nem dos mediadores", observou Gonçalo Teles Gomes, assinalando que as punições em tribunal de agente policiais envolvidos nas redes de raptos "evidentemente não tranquilizam".

"Queremos pensar que a polícia está empenhada e faz tudo, nós reiteradamente oferecemos a nossa disponibilidade para ajudar o Governo moçambicano a combater esse flagelo", disse o diplomata, acrescentando que esta persistente vaga de raptos "está a desestabilizar as famílias moçambicanas e expatriadas e a provocar um dano importante na imagem de Moçambique, até em potenciais investidores".

Comentando a admiração generalizada sobre a incapacidade de as autoridades moçambicanas conterem esta vaga de crime, Gonçalo Teles Gomes disse que ele próprio está "intrigado".

"As forças policiais provavelmente tentam fazer o seu melhor, mas não têm chegado a grandes resultados", insistiu, referindo que "os grupos criminosos perceberam que é um negócio que gera recursos facilmente e rapidamente", além de se sentirem impunes, atuando no centro da capital, à luz do dia.

O diplomata testemunhou o rapto de um cidadão português, há dois meses, a partir do seu gabinete no Consulado na avenida Mao Tse Tung, no coração da capital.

Na mesma semana, uma portuguesa foi levada na avenida Julius Nyerere, junto da delegação da União Europeia em Maputo e de outras embaixadas e a escassos metros da Presidência da República de Moçambique.

Dos quatro casos de raptos ocorridos em Maputo desde o início do ano, três atingiram vítimas com nacionalidade portuguesa, o último dos quais uma luso-moçambicana de 19 anos, no dia 20 de maio, também no centro da cidade, na mesma manhã em que o Presidente da República, Filipe Nyusi, discursava durante uma cerimónia de graduação de oficiais da polícia, exigindo uma resposta adequada e oportuna ao crime organizado.

As vítimas acabaram por ser todas libertadas e bem de saúde, sem detalhes fornecidos pelas famílias ou pelas autoridades.

"Tentamos dar todo o apoio possível às famílias, a todos os níveis, na negociação, no apoio psicológico, tudo o que é possível fazer em entidades que estão fora do seu país", referiu Teles Gomes sobre a atuação do Consulado nestes casos.

Durante o desenrolar do último rapto, a Lusa tentou obter reiteradamente informações da Polícia da República de Moçambique, sempre sem sucesso.

O novo Governo moçambicano, empossado em janeiro, declarou o combate à criminalidade organizada como uma das suas prioridades e vários quadros de chefia de forças policiais foram substituídos este mês, incluindo o diretor da Polícia de Investigação Criminal.

As autoridades policiais enfrentam uma pressão crescente da opinião pública, agravada no início de março pelo assassínio a tiro do constitucionalista Gilles Cistac, no centro da capital, num crime que assumiu contornos políticos e que continua por desvendar.

O bastonário da Ordem dos Advogados alertou, no dia passado dia 02, durante a abertura do ano judicial e na véspera do assassínio de Cistac, que a situação da polícia constitui "um dos elos mais fracos" do Estado moçambicano.

"Se não queremos que a alternativa ao Estado de Direito impere, isto é, que a arbitrariedade reine, precisamos de reformar urgentemente a polícia", apelou Tomás Timbane

Lusa, em Notícias ao Minuto

Moçambique. FILIPE NYUSI ELEITO NOVO PRESIDENTE DA FRELIMO




Filipe Nyusi foi eleito hoje presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) pelo Comité Central do partido, anunciou hoje o porta-voz da força política, Damião José.

Em declarações aos jornalistas à margem dos trabalhos do Comité Central da Frelimo, que termina hoje, Damião José confirmou que Nyusi foi hoje escolhido para suceder a Armando Guebuza à frente do principal partido do país.

Nyusi ganha o partido depois de ter sido eleito Presidente da República em outubro de 2014, sucedendo também a Armando Guebuza, que havia completado dois mandatos como chefe de Estado.

Dos 189 elementos presentes do Comité Central, 186 votaram a favor, tendo-se verificado duas abstenções e um nulo.

Armando Guebuza demitiu-se hoje da liderança do partido no poder em Moçambique.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Ban Ki-moon. Eleições na Nigéria decorrem com "grande calma e de maneira organizada"




O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, felicitou hoje os nigerianos pela organização das eleições no país que se desenrolam "com grande calma e de maneira organizada", apesar de vários ataques dos estremistas islâmicos do Boko Haram.

Ban Ki-moon apelou ainda às autoridades nigerianas para manterem esta atmosfera pacífica e condenou os ataques realizados pelo "Boko Haram e outros que visaram perturbar" o escrutínio para a presidência do país e para as legislativas.

Além disso, destacou o facto de os nigerianos terem demonstrado muita perseverança ao irem votar apesar da "violência injustificada".

Apelou ainda a todas as partes para continuarem a rejeitar a violência durante o resto da votação e quando do anúncio dos resultados.

No total, cerca de 69 milhões de eleitores, de um total de 173 milhões de habitantes da Nigéria, vão eleger o presidente do país, 109 senadores e 360 deputados da nação mais populosa de África, o maior produtor de petróleo e primeira potência económica do continente.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Alpes - Airbus 320 Afinal a caixa negra mostra mais do que as autoridades afirmam




O acidente nos Alpes franceses foi mais fácil de entender após a audição da caixa negra encontrada, contudo, as autoridades parecem ter escondido alguns pormenores.

O jornal alemão Bild afirma ter tido acesso às gravações da caixa negra do Airbus 320 que se despenhou nos Alpes e explica que nem tudo se passou da forma como as autoridades relataram.

A imprensa alemã noticia que os passageiros se aperceberam minutos antes que o avião estava em queda, principalmente devido às tentativas agressivas que o piloto fez para entrar no cockpit.

O jornal alemão frisa que a conversa nos primeiros 20 minutos foi bastante banal. O piloto comentou que não tinha tido tempo de ir à casa de banho, antes da partida de Barcelona.

10h27 - Avião atinge a altitude de cruzeiro, por volta de 11 600 metros, e é nesta altura que o piloto pediu a Lubitz que preparasse a aterragem em Düsseldorf, ao qual o jovem respondeu "já se vê".

O copiltoto diz ao comandante que pode ir à casa de banho e quando sai do cockpit, autoriza a que Lubitz fique a comandar o Airbus 320.

10h29 - Após este momento ouve-se a saída do comandante alemão, esta é a hora em que o avião começa a descer.

10h32 - Controladores aéreos franceses tentavam obter resposta dos pilotos mas sem sucesso. Um alarme no cockpit é disparado. Começam-se a ouvir batidas fortes objetivando a entrada do piloto na cabine.

A voz do piloto é possível de ouvir, "por amor de Deus, abre a porta". Neste instante começam-se a ouvir gritos dos passageiros.

10h35 - Ouvem-se golpes "metálicos contra a porta do cockpit", supostamente um machado que o piloto deverá ter usado. Segundos depois surge o alarme dos 5000 metros de altitude e o responsável pelo voo grita "abre a maldita porta!".

10h38 - Percebe-se que o piloto está vivo, ouve-se a sua respiração e mantém-se no contolo da cabine.

10h40 - O avião toca na montanha e os gritos aumentam de tom.

A caixa negra acabou por se desintegrar no trágico embate e não é possível ouvir mais nada.

Notícias ao Minuto

NETANYAHU ANUNCIA O FIM DA “SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS”



Thierry Meyssan*


Os acordos de Oslo, que Yitzhak Rabin e Yasser Arafat haviam imposto aos seus povos, foram liquidados durante a campanha eleitoral israelita. Benjamin Netanyahu mergulhou os colonos judeus num impasse, que será forçosamente fatal para o regime colonial de Telavive. Tal como a Rodésia não aguentou mais que 15 anos, os dias do Estado hebreu estão agora contados.

Durante a sua campanha eleitoral, Benjamin Netanyahu afirmou, com franqueza, que, enquanto ele vivesse, jamais os Palestinianos teriam o seu próprio Estado. Ao fazê-lo, pôs fim a um «processo de paz» que prolongadamente se arrasta, desde os acordos de Oslo, há mais de 21 anos. Assim se acaba a miragem da «solução de dois Estados».

Netanyahu apresentou-se como um “rambo”, capaz de assegurar a segurança da colónia judia esmagando para isso a população autóctone. 

- Ele tem dado o seu apoio à al-Qaida, na Síria.

- Ele atacou o Hezbolla, na fronteira do Golã, matando, nomeadamente, um general dos Guardiões da Revolução e Jihad Moghniyé.

- Ele foi desafiar o presidente Obama denunciando, no Congresso, os acordos que a sua administração negoceia com o Irão.

Os eleitores escolheram a sua via, a da lei da força.

Portanto, olhando para isto, mais de perto, tudo, nisso, é pouco glorioso e não tem futuro.

Netanyahu substituiu a força de paz das Nações Unidas pelo ramo local da Al-Qaida, a Frente Al-Nusra. Ele providenciou-lhe um apoio logístico transfronteiriço e fez-se fotografar com os chefes terroristas, num hospital militar israelita. No entanto, a guerra contra a Síria mostra-se uma derrota para o Ocidente e para os países do Golfo. Segundo a ONU, a República Árabe da Síria só consegue garantir o contrôlo de 60% do seu território, mas, este numero é enganoso já que o resto do país é um terreno totalmente desértico, por definição incontrolável. Ora, segundo as Nações Unidas, os «revolucionários» e as populações que os apoiam, quer sejam jiadistas ou «moderados» (quer dizer abertamente pró-israelitas), não atingem mais que 212 mil entre os 24 milhões de sírios. Quer dizer, menos de 1% da população.

O ataque contra o Hezbolla matou, é certo, algumas personalidades, mas ele foi imediatamente vingado. Enquanto Netanyahu afirmava que a resistência libanesa estava atolada na Síria e não conseguiria replicar, o Hezbolla, com uma fria precisão matemática, matou, alguns dias mais tarde, à mesma hora, o mesmo número de soldados israelitas na zona ocupada das granjas de Chebaa. Ao escolher as granjas de Chebaa, a zona mais guardada pelo Tsahal (significa Forças de Defesa de Israel- ndT), o Hezbolla lançava uma mensagem de poderio, claramente, dissuasora. O Estado hebreu compreendeu que não era, mais, o senhor do jogo, e encaixou esta chamada à ordem sem estrebuchar.

Finalmente, o desafio lançado ao presidente Barack Obama arrisca sair caro a Israel. Os Estados Unidos negoceiam com o Irão uma paz regional, que lhes permita retirar a maior parte das suas tropas. A ideia de Washington é a de apostar no Presidente Rohani, para fazer de um Estado revolucionário uma normal potência regional. Os Estados Unidos reconheceriam o poder iraniano no Iraque, na Síria e no Líbano, assim como também no Barein e no Iémene, em troca do qual Teerão deixaria de exportar a sua Revolução para África e para a América Latina. O abandono do projecto do Imã Khomeini seria garantido por uma renúncia ao seu desenvolvimento militar, especialmente, mas não apenas, em matéria nuclear (ainda uma vez mais, não se trata da bomba atómica, mas de motores de propulsão nuclear). A exasperação do presidente Obama é tal, que o reconhecimento da influência do Irão poderia chegar até à Palestina.

Netanyahu imita as acções de Ian Smith que, em 1965, recusando-se a reconhecer os direitos civis dos negros da Rodésia, rompeu com Londres e proclamou a sua independência. Mas, Ian Smith não conseguiu manter o seu estado colonial, que foi devorado pela resistência da União Nacional Africana de Robert Mugabe. Quinze anos mais tarde Smith teve que desistir, enquanto a Rodésia se tornava no Zimbabué e a maioria negra chegava ao poder.

As bravatas de Netanyahu, como antes as de Ian Smith, visam mascarar o impasse no qual ele mergulhou os colonos. Tendo ganho tempo, durante os últimos seis anos, em vez de aplicar os acordos de Oslo, ele só aumentou a frustração da população indígena. E, assim, vangloriando-se que conseguiu empatar a Autoridade palestina, para nada, ele provoca um cataclismo.

Desde logo, Ramallah anunciou que cessaria toda a cooperação securitária com Telavive se Netanyahu fosse, de novo, nomeado Primeiro-ministro, e aplicasse o seu novo programa. Se uma tal ruptura ocorrer, a população da Cisjordânia, e a de Gaza certamente, deverão ter, de novo, de se enfrentar com o Tsahal(FDI). Isto daria a Terceira Intifada.

O Tsahal (FDI)teme de tal modo esta situação que os seus principais oficiais superiores, na reserva, formaram uma associação, os Commanders for Israel’s Security (Comandantes pela Segurança de Israel - ndT), que não parou de alertar contra a política do Primeiro-ministro. Este último, mostrou-se incapaz de formar uma outra associação para o defender. Na realidade, é o exército, em conjunto, que se opõe à sua política. Os militares compreenderam, muito bem, que Israel poderia ainda estender a sua hegemonia, como no Sudão do Sul e no Curdistão iraquiano, mas que ele não poderia, mais, expandir o seu território. O sonho de um Estado colonial do Nilo ao Eufrates é irrealizável, e pertence a um século passado.

Ao recusar a «solução de dois Estados», Netanyahu acredita abrir a via para uma solução à rodesiana. No entanto, este exemplo mostrou que isso não era viável. O Primeiro-Ministro pode celebrar a sua vitória, mas ela será de curta duração.

Na realidade, a sua cegueira abre a via a duas outras opções: quer uma solução à argelina, quer dizer a expulsão de milhões de colonos judeus, dos quais muitos não têm nenhuma outra pátria para os acolher, ou uma solução à sul-africana, quer dizer a integração da maioria palestina no Estado de Israel segundo o princípio «um homem, um voto» ; a única opção humanamente aceitável.


*Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación(Monte Ávila Editores, 2008).

BRASILEIRO QUE LUTA EM DONETSK ACUSA UCRÂNIA DE ATAQUES E PROVOCAÇÕES




Membros do exército da Ucrânia estariam descumprindo acordos de Minsk com constantes ataques de baixa intensidade “com armas leves” e com “contínuas provocações” contra territórios controlados pelas forças independentistas do leste ucraniano.

A informação foi prestada à agência Sputnik através das redes sociais pelo paulistano de 28 anos que se apresenta como “Magayver Rodolfo”, e que, segundo próprio, é um dos três brasileiros que hoje lutam em Donbass ao lado das forças de Donetsk.

“É um mote de guerra”, declarou Rodolfo, que contou ter entrado para o Exército Popular de Donetsk em razão das suas habilidades de combate, pelas quais recebeu a alcunha do popular personagem dos anos 80, MacGyver. Outro detalhe da sua vida pessoal que o combatente aceitou revelar foi a sua formação em direito pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste).

Rodolfo explicou ter chegado ao leste ucraniano no final de 2014, para “para prestar solidariedade ao povo de Donbass”. Apesar de não ter passado muitos detalhes a respeito da sua experiência em combate, ele afirmou ter vivido um dos momentos mais tensos na região de Mariupol, disputada pelos independentistas com o Batalhão Azov, formado por voluntários ucranianos e, segundo fontes, por muitos mercenários estrangeiros.

“Vivi o meu momento de maior tensão em Mariupol, sob intensos bombardeios da artilharia ucraniana. Ali, vi muitos amigos serem feridos e muitos combatentes mortos”, lembrou o jovem em provável referência ao guerrilheiro brasileiro Rafael Santos Mirando, ferido em um bombardeiro em Mariupol em janeiro deste ano.

“Daria minha vida para proteger as pessoas de Donbass”, concluiu o brasileiro, deixando a entender que não considera a possibilidade de abandonar o conflito.

Sputnik / Den Levi

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Ucrânia. CIA esconde dados de investigação do MH17 porque estes favorecem a Rússia




O jornalista norte-americano Robert Perry declarou à emissora Sputnik que a CIA nunca divulgará a vasta informação sobre o avião da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia.

A agência de inteligência norte-americana (CIA, na sigla em inglês) tem vasta informação sobre o avião que caiu em 17 de julho de 2014 no leste da Ucrânia, mas esta nunca será divulgada porque não está de acordo com a posição oficial dos EUA sobre o fato de que o avião foi abatido por milícias de Donbass.

Perry tornou-se famoso após a investigação jornalística do caso do Irã-Contras, sobre a ajuda dos EUA aos Contras da Nicarágua, sobre o tráfico de cocaína nos EUA, bem como sobre o acidente do voo MH17. O jornalista publicou fatos que comprovam que a aeronave foi abatida pelas forças armadas ucranianas.

Segundo o jornalista, ele pediu oficialmente à CIA para fornecer-lhe os dados mais recentes da inteligência dos EUA sobre a investigação do acidente com o avião, mas recebeu a mesma informação que tinha sido divulgada em 22 de julho do ano passado, quer dizer cinco dias após a tragédia. Ele declarou à Sputnik:

“É óbvio que a inteligência tem dados mais recentes sobre a investigação, mas não quer divulgá-los. A razão é que não existe a evidência de que o avião foi abatido por meio de um míssil russo lançado por milícias. E mais do que isso: a CIA possui dados que indicam que outra coisa provocou a queda do avião.”

Segundo Perry, fontes confiáveis lhe dizem que a CIA tem realizado várias investigações sobre o desastre com base nos dados mais recentes da inteligência. Apesar disso, eles continuam dizendo que não têm novos dados:

“Eles têm muitos dados sobre o MH17, […] não só imagens de satélite, mas também muitos dados interceptados. Não quero divulgar segredos, mas os EUA realmente têm a possibilidade de espionar todo o mundo, mesmo as conversas telefônicas. E eles analisam a informação. Mas não vão compartilhar.”

O relatório final sobre o inquérito deverá ser emitido pelo Conselho de Segurança da Holanda em meados de 2015.

Sputnik / Mikail Voskrensensky, opinião

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PERPLEXIDADES NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO




A propósito de um acidente aéreo, nunca assisti a tão rápidas conclusões das causas de um acidente, quando foi encontrada, de imediato, apenas uma caixa negra e danificada! Falta a outra.

As inquestionadas conclusões estão "já concluídas", o homem foi o culpado, o que é fácil e cobarde para um morto que não se pode defender.

Não sei se o homem foi culpado ou não. Mas neste momento já sei que a companhia, no caso uma low-cost, não o é!

O homem era perturbado, talvez um louco...

Parece que até nem via bem.

Mas a companhia, no caso uma low cost, não tem qualquer responsabilidade em contratar um inapto para tão responsável função!

Se calhar até era cego, surdo e mudo, por isso não ouviu bater à porta...

Até já se fala de crime, nesta sociedade da informação, o que irá libertar as seguradoras.

Perante tão inquestionadas conclusões, ocorre-me perguntar: quantos perturbados, quantos loucos, quantos cegos surdos e mudos, quantos afogados em cocaína, quantos inaptos andarão por aí a pilotar aviões, sem que as companhias sejam responsabilizadas por isso?! 

"Cepticismo e água benta cada um toma a que quer".

E eu não tomo nem como tudo o que me querem dar!

Graças aos deuses, todos, para não ferir susceptibilidades...



Portugal. O ECLIPSE DO DESEMPREGO



Carvalho da Silva – Jornal de Notícias, opinião

O Governo de Passos Coelho tornou-se especialista em eclipses. Um dos eclipses é o do desemprego. Os números do emprego e do desemprego são torturados até à exaustão por "especialistas" das estatísticas na tentativa de nos fazer acreditar nos êxitos das políticas seguidas. Só que esses exercícios não alteram a realidade dos factos e muito menos contribuem - porque assentes em mentiras - para rumos de desenvolvimento socioeconómico da nossa vida individual e coletiva.

Sobre o emprego e o desemprego, aquilo que se pode observar a partir dos dados que vão sendo divulgados é que o mercado de trabalho em Portugal continua em crise: a descida da taxa oficial de desemprego não está a ser acompanhada por crescimento do emprego; a população ativa do país diminuiu, desde 2008 até agora, em mais de meio milhão de pessoas.

Por observação empírica pode constatar-se que fruto do forte empenho de alguns atores económicos, com aproveitamento de fatores conjunturais em contexto de mudanças de atividade ou de especialização económica, surge em microrregiões e num ou outro setor a criação de emprego. Mas, globalmente, a dinâmica predominante é, sem dúvida, a da destruição de emprego, de abaixamento das retribuições salariais e da qualidade do emprego, quer no setor privado - por impacto dos descalabros da gestão de grandes grupos empresariais e outras negociatas -, quer no público, pelos efeitos do ataque ao Estado social, pelas privatizações, pela ausência de investimento público suficiente e devidamente orientado.

Portugal, infelizmente, não saiu dos "entroicamentos" a que vem sendo sujeito desde há quatro anos. Não existe uma retoma da economia com credibilidade e sustentação e o prosseguimento das políticas seguidas até aqui impede-nos de sair da "crise". Como fundamentadamente confirmam os autores de um estudo sobre o emprego e o desemprego divulgado esta semana pelo Observatório sobre Crises e Alternativas 1 , pela primeira vez os valores do desemprego "não oficial" - que retratam dimensões do fenómeno do desemprego que o conceito de desempregado não abarca - ultrapassaram os números do desemprego "oficial".

Perante este facto, como é expresso no referido trabalho, em vez de se falar de uma descida do desemprego, é talvez mais adequado falar-se numa situação de estabilização do desemprego em níveis bastante elevados e de uma estabilização do emprego num nível bem mais reduzido do que o estimado no início do "programa de ajustamento". Além disso, nunca tivemos tantos desempregados sem qualquer proteção, nem tanta precariedade, sendo que esta, por força de alterações da legislação laboral e das relações de poder no trabalho, já não atinge somente os "precários", mas sim todos os trabalhadores.

O desemprego "oficial" está um pouco abaixo dos 14%. Mas somando essa taxa com os "desempregados ocupados" - cuja média entre 2002 e 2011 andava à volta dos 25 mil e agora já ultrapassou os 170 mil -, com os "inativos desencorajados" e os "ativos migrantes", a taxa de desemprego sobe para 25%. E, se a este valor acrescentarmos os trabalhadores que estão em subemprego, temos o desemprego em 29%. Isto significa que mais de metade do desemprego está ocultado, escondido como que por eclipse.

Quando se está no desemprego, pode ser positivo passar para uma situação de desempregado ocupado. Mas essa condição, que em regra tem sido suportada essencialmente pela Segurança Social, não pode ser definitiva e muito menos para permitir às empresas privadas ou a serviços públicos disporem de mão de obra a quem quase não têm de pagar. E jamais se pode confundir a ocupação de um desempregado com um emprego criado.

O "ajustamento" e a "mudança estrutural" da economia não geraram, nem têm possibilidade de gerar, qualquer florescimento do emprego. O país continuará com elevados valores de desemprego "oficial", sem crescimento de emprego e com um desemprego real enorme.

O tempo de eleições que vamos viver exige discussões assentes em dados objetivos e confronto de perspetivas. Com verdade, com razão e ação é possível sair deste atoleiro de grandes dificuldades, de manipulação, de ausência de ética que nos aprisiona.

Portugal. SÓ VÃO MUDAR AS MOSCAS NAS ELEIÇÕES DA MADEIRA




Contacto do Página Global com Celso Vanderlei, nosso colaborador e professor na Madeira, descrevem este domingo de eleições legislativas na ilha como "decorrência normal que conta com a afluência habitual às secções de voto".

Para Vanderlei os resultados eleitorais vão expressar mais logo aquilo que os madeirenses e os portugueses na generalidade sabem fazer melhor: "mudar as moscas para se iludirem que não fica tudo na mesma, mas fica." 

Na sua perspetiva o PSD vai conseguir a maioria absoluta. "Se não conseguir essa maioria a que está habituado há décadas aqui na Madeira, pode sempre conseguir contar com o aliado CDS, que ao longo de todo este tempo tem vindo a fazer de conta que é oposição." Disse Celso Vanderlei.

Sobre as eleições na Madeira, este domingo, juntamos a referência do Jornal de Notícias.

Redação PG

Urnas abriram para as legislativas da Madeira

As urnas abriram este domingo às 08:00 na Região Autónoma da Madeira para os eleitores residentes neste arquipélago poderem escolher os 47 deputados que os vão representar no parlamento regional, e de onde sairá um novo Governo.

Onze forças partidárias concorrem às décimas primeiras eleições legislativas regionais desde 1976, naquela que é a maior participação de forças políticas neste tipo de sufrágio.

Das forças políticas concorrentes à Assembleia Legislativa da Madeira, oito são partidos (PSD, CDS, PND, PCTP/MRPP, BE, JPP, PNR e MAS) e três são coligações: Mudança (PS/MPT/PTP/PAN), Plataforma de Cidadãos (PPM/PDA) e CDU (PCP/PEV).

Estas eleições contam com cerca de 256 mil eleitores e mais duas forças partidárias em relação ao último sufrágio realizado em 2011.

Segundo a Comissão Nacional de Eleições, pelo menos até cerca das 09:00 a votação decorreu normalmente, sem notícia de qualquer incidente ou queixa.

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Emigração. 80 PORTUGUESES CHEGAM POR DIA AO REINO UNIDO. E OS RISCOS?




Nem tudo são rosas quando se vai, de malas e bagagens, para outro país. Por isso, várias páginas no Facebook ajudam os cidadãos a prevenir-se contra fraudes.

A cada dia que passa, o Reino Unido recebe 80 cidadãos portugueses que optam por emigrar. Levam a mente cheia de sonhos. Mas 'nem tudo são rosas'.

Que o diga Carlos Rodrigues, um professor de 25 anos que decidiu dar aulas em Londres após ter ficado desempregado. Durante três meses, foi apenas substituto em várias escolas, cada uma mais distante do centro da cidade do que a anterior, como contou ao Jornal de Notícias.

As promessas de vir a ser contratado não passavam disso mesmo – promessas. E ao longo do tempo foi percebendo que, para os funcionários das agências de recrutamento, o que importava era que a pessoa se inscrevesse.

Este é apenas um caso, igual a tantos outros. Foi a pensar nisso que surgiu no Facebook a página ‘Londrino’, com dicas que ajudam os emigrantes a prevenir-se de situações deste género.

‘Como identificar fraudes em Londres’ é outra página útil para quem quer ir para a capital britânica e junta-se a outra do género (Ó mãe, vou emigrar’), criada por Patrícia Marcelino, que encontrou, durante uma ação de voluntariado em Londres, no Natal, cinco portugueses sem-abrigo.

“A cidade é muito cara, o dinheiro desaparece rapidamente”, explicou ao Jornal de Notícias.

Notícias ao Minuto

Portugal. JERÓNIMO DE SOUSA: “O DINHEIRO É UM BEM PÚBLICO” - na TSF




O Secretário-geral do PCP, em entrevista à TSF, faz o balanço da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES, e afirma que o PCP tem razão ao defender, desde sempre, a nacionalização da banca.

40 anos depois da promulgação do Decreto-lei 132-A/75 de 14 de março, que decretou a nacionalização da banca portuguesa, o PCP olha para os últimos quatro meses de trabalhos na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES, e conclui que, afinal, sempre teve razão.

Em entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa afirma que «a primeira conclusão que devemos tirar é que não existem condições para repetir esta situação, em segundo lugar, fica demonstrado que a supervisão e a regulação do sistema financeiro não conseguem impedir estas situações de escândalos sucessivos, de compadrio e de corrupção».

Questionado sobre se o PCP vai apresentar propostas de alteração às regras da supervisão e regulação da banca, Jerónimo de Sousa resguarda-se numa antiga proposta comunista, afirmando que «mais do que uma proposta de revisão da supervisão ou da regulação, aquilo que a vida demonstra é a razão de uma outra proposta do PCP: a necessidade de controlo público da banca.» O líder comunista conclui o argumento dizendo que «o dinheiro é um bem público».

O PCP está, a esta altura, na fase final da preparação do programa para as legislativas de outubro, e Jerónimo de Sousa revela várias propostas na área da saúde. O secretário-geral comunista relembra que «há um milhão e 200 mil portugueses sem médico de família», e defende que um investimento de cerca de 20 a 30 milhões de euros na rede de cuidados de saúde primários, aliviaria a pressão sobre as urgências hospitalares, onde «cada visita de um utente custa 120 euros».

Ainda na área da saúde, o PCP defende a abolição das taxas moderadoras, e a reposição do transporte gratuito de doentes não urgentes. O custo destas duas medidas, ao que afirma Jerónimo de Sousa, é de cerca de 390 milhões de euros, «dinheiro que se poderia ir buscar aos custos da PPP, e à não transferência de 500 milhões de euros de subsistemas públicos de saúde para os privados, nomeadamente a ADSE».

A pouco mais de seis meses das eleições legislativas, Jerónimo de Sousa recusa qualquer responsabilidade do PCP no bloqueio do sistema politico à esquerda do PS. O secretário-geral comunista afirma que na última reunião com o PS, ficou claro que os socialistas não estão interessados em ruturas, concluindo que «se não estão interessados em ruturas, significa que vão prosseguir o mesmo caminho», e que «esse é que é o bloqueio».

Paulo Tavares - TSF

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