quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A PAZ POR OBRA DO NÃO ALINHAMENTO ACTIVO EM PLENO SÉCULO XXI – I




1 – A fluidez do Não Alinhamento activo não desapareceu na voragem do tempo, sobrevivendo ao fim da Guerra Fria, por que a “Nova Ordem Global”, na perspectiva e via da hegemonia unipolar, tem sido determinante em relação à sua firmeza, coerência e vitalidade. 

Essa fluidez socorre-se da lógica com sentido de vida, sem se deixar equivocar nos termos duma consciência dialéctica alicerçada em factores de ordem histórica, antropológica e sócio-política, no que ao homem diz respeito, como em factores essenciais resultantes dos aspectos físico-geográficos-ambientais que estão na base do respeito que a todos deve merecer a Mãe Terra.

Por isso muitas das minhas correntes análises, assumem aspectos filosóficos que se prendem à matriz dessa extraordinária amplitude que nos contempla e nos mobiliza.

2 – O equacionamento dos factores físico-geográficos-ambientais no seu inter-relacionamento com o homem mereceu algumas apreciações minhas em séries como “A LÓGICA COM SENTIDO DE VIDA”, ou “O LABORATÓRIO AFRICOM” e estão presentes em muitos outros trabalhos por mim produzidos e mesmo em muitos comentários e intervenções que tenho feito.

Por isso parece-me que, ao abordar o presente tema, “A PAZ POR OBRA DO NÃO ALINHAMENTO ACTIVO EM PLENO SÉCULO XXI”, há apreciações sobre África e América Latina que, por mérito próprio no que à paz diz respeito, merecem especial atenção.

Destaco desde logo os papéis de vanguarda da Revolução Cubana no espaço da América Latina e do Movimento de Libertação em África, com relevância para o protagonismo do MPLA no que ao continente-berço diz respeito, algo que corresponde a uma simbiose que nutre as opções mais saudáveis a sul e de acordo com as sensibilidades sócio-político-culturais do sul.

3 – Não se julgue que esse processo civilizacional de veias abertas, desperdice coerência substantiva: elas, as veias abertas, estão a ser tão poderosas no que a inteligência diz respeito, que há um espaço de tal maneira intenso e imenso de sua responsabilidade por dentro da coerência da multipolaridade que promove a possibilidade dum amplo renascimento, ao ponto de, por exemplo, até o Vaticano conforme expressão do actual Papa Francisco, um Papa vindo das pampas argentinas, favorecer a alternativa desse renascimento, que se vai erguendo a pulso do pântano premeditado do caos.

A paz nos termos do Não Alinhamento activo em pleno século XXI, tem também a ver, entre muitos outros ventos bonançosos favoráveis, com a Teologia de Libertação, não se reduzindo evidentemente a ela.

As potencialidades da emergência multipolar animam-se também desse processo civilizacional de veias abertas decorrente a sul, com implicações desde logo profundas na América Latina e em África, pelo que se torna em algo incontornável no que à coerência e energia vital diz respeito.

Não é um processo limitado (e limitativo) ao “to be, or not to be”, conformado à gestão dum Bilderberg, com um expediente que não passa os limites de gestão controlada e de acordo com o exercício da “Nova Ordem Global”!

4 – É evidente que em relação ao ambiente de trevas que se seguiu à Guerra Fria, onde ganharam espaço até as mais abjectas monarquias feudais a ponto de se recomporem franjas de fascismo e de nazismo em reforço dos falcões do Pentágono e da NATO, há já uma ruptura que corresponde à lógica com sentido de vida na perspectiva do Não Alinhamento activo em pleno século XXI.

Desse modo a paz no âmbito dessas veias abertas é assumida face a face aos falcões, ao feudalismo, aos neo fascistas, aos neo nazis e até em relação àqueles que assumem austeridade nos exercícios que fazem em amplos espaços nacionais, regionais e continentais.

Haverá ainda alguém que não alimente esperança com essa pequena luz rompendo as trevas e nos espreita bem do fundo do túnel? 

Em saudação ao 4 de Fevereiro de 2016 em Angola.

Ilustrações e fotos: O símbolo do MPLA e a marcha de archotes em Havana, em saudação a José Marti.

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