O
Partido da Renovação Social (PRS), que lidera a oposição da Guiné-Bissau,
apelou hoje ao primeiro-ministro de Cabo Verde, José Mária Neves, "para
que prescinda de interferir nos assuntos" guineenses.
O
pedido do PRS foi feito por Florentino Pereira, secretário-geral do partido,
numa conferência de imprensa promovida para comentar os últimos
desenvolvimentos da política guineense, nomeadamente a crise no Parlamento.
Sem
especificar qual a situação de alegada ingerência do primeiro-ministro de Cabo
Verde, o secretário-geral do PRS pediu a José Mária Neves para que se preocupe
com os problemas do seu país, ao invés de opinar sobre a crise guineense.
"Relativamente
ao primeiro-ministro de Cabo Verde voltamos a apelar no sentido de prescindir,
de abdicar [de comentar] os assuntos internos da Guiné-Bissau, sobretudo quando
se trata de um conflito", afirmou Florentino Pereira.
O
político guineense pede respeito aos dirigentes cabo-verdianos em relação à
Guiné-Bissau, que disse ser um Estado soberano.
"Eu
nunca ouvi um primeiro-ministro da Guiné-Bissau a falar das crises em Cabo
Verde. É preciso respeitar a soberania. Somos parceiros, somos amigos, mas
antes de mais, devemos respeitar a Guiné-Bissau enquanto Estado soberano",
defendeu Florentino Pereira.
O
secretário-geral do PRS também pediu aos representantes da comunidade
internacional baseados em Bissau que adotem posições isentas no tratamento aos
titulares de órgãos de soberania guineense - sem no entanto apontar factos.
De
acordo com o secretário-geral do PRS, o Governo do primeiro-ministro, Carlos
Correia "já não existe" e, disse, "devia ser demitido" pelo
chefe de Estado, José Mário Vaz, sob alegacão de caducidade, ou seja, por não
se ter apresentado ao Parlamento.
O
secretário-geral do PRS aponta um pacto de regime como "única saída"
para a crise política que assola a Guiné-Bissau.
O
pacto, diz Florentino Pereira, seria assinado por todos os atores políticos
guineenses.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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