A
porta-voz do BE, Catarina Martins, reiterou hoje que Carlos Costa "não tem
condições para ser Governador do Banco de Portugal", considerando que se
comporta "como um banqueiro entre banqueiros e não como um
supervisor".
Catarina
Martins participou quinta-feira à noite - juntamente com o líder da bancada
parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, e a deputada bloquista Mariana Mortágua
- numa sessão pública, em Lisboa, sobre o tema "O que traz o orçamento? O
que quer o Bloco?", tendo a polémica em torno de Carlos Costa sido uma das
perguntas que veio do público.
"Não
tem competência o Governo nem a Assembleia da República para demitir o
Governador do Banco de Portugal. Mas eu julgo que é preciso reconhecer que o
Governador do Banco de Portugal não tem condições para ser Govenador do Banco
de Portugal", reiterou.
Na
opinião de Catarina Martins, "em relação ao sistema financeiro nacional,
Carlos Costa comporta-se como um banqueiro entre banqueiros e não como um
supervisor, enquanto "na relação com o BCE (Banco Central Europeu), se
comporta seguindo a estratégia europeia para aniquilar a possibilidade de
Portugal ter um sistema financeiro nacional".
"Não
pode ser Governador do Banco de Portugal. E essa é a posição do Bloco de
Esquerda e essa é que temos repetido", sublinhou.
No
entanto, na opinião da porta-voz do BE, "os problemas do sistema
financeiro não se concentram todos na questão de alterar o Governador do Banco
de Portugal".
"São
bem mais profundas do que isso e eu acho que tenhamos a consciência dos perigos
que vêm para Portugal do facto da estratégia da Comissão Europeia e do BCE para
o sistema financeiro europeu, que está sobredimensionado, seja uma reestruturação
do sistema que nega a Portugal a possibilidade de ter um sistema financeiro
nacional", alertou.
O
nome de Carlos Costa tinha sido trazido, aliás, no período das intervenções
iniciais e antes das perguntas do público, por Mariana Mortágua, que considerou
importante que "a Comissão Europeia e a direita portuguesa também
estivessem preocupadas com a tempestade perfeita que se está a gerar nos
mercados financeiros europeus, com a China a entrar em crise".
"Uma
tempestade perfeita que poderá atingir a economia portuguesa. E nós só podemos
desejar uma coisa: quando a tempestade perfeita atingir o sistema financeiro
português, que Carlos Costa já não seja Governador do Banco de Portugal porque
essa seria uma grande infelicidade para o sistema financeiro", ironizou a
deputada bloquista.
Outra
das perguntas que veio da audiência foi relativa à aprovação pelo Governo, em
Conselho de Ministros de quinta-feira, da criação de uma medida excecional de
apoio ao emprego através da redução da taxa contributiva a cargo da entidade
empregadora, em 0,75 pontos percentuais.
"O
BE é contra esta medida e fomos contra esta decisão na Concertação Social e
apoiamos a oposição sindical a esta medida, porque achamos que nenhum patrão em
Portugal precisa de um apoio na TSU para subir o salário mínimo, que é tão
baixo", disse Catarina Martins.
Apesar
de ser contra, a líder bloquista lembrou que "a medida vigora por um ano e
que em 2017 ninguém pode dizer que precisa dela, porque se os patrões agora
invocaram que não estavam à espera que o salário mínimo subisse para 530
euros".
"Eles
agora já sabem que em 2017 o salário mínimo terá de ser no mínimo de 557 euros.
Têm tempo para se preparar, não vao com certeza precisar de mais nenhuma
redução da TSU", atirou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário