sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

OS PAPAS E OS PRESERVATIVOS, POR HENRIQUE MONTEIRO



O Expresso Curto tem hoje por comunicador Henrique Monteiro. Sem querer abusar da prosa do ilustre homem do Expresso - que até tem o nome do primeiro rei de Portugal que era Dom e criou desavença com a sua mãe, Dona Urraca, para fundar este país à beira-mar plantado – ele, o Henrique Monteiro, fala de papas e preservativos. O Papa de Roma, Francisco, e o papa do Banco de Portugal, Carlos Costa. Por nós, no PG, deixem lá estar o Francisco, para pior já basta assim e dele até dizem que tem sido do melhorzinho. Ao lê-lo e ouvi-lo parece.

O pior é o outro papa, o do Banco de Portugal, o Costa que é Carlos. Henrique não se atreve a adiantar ao serviço de quem tem estado Carlos Costa. É natural. Este mundo tem gente que é mesmo cega e também tem gente que se faz de ceguinha por ter de cumprir a agenda conveniente ao longo das décadas que por cá anda. Nada a reclamar. Faz parte da vida. Faz parte da tolerância democrática. Cada um é como cada qual. Só queremos adiantar que este papa Costa, do BP, devia usar preservativo ao fazer-nos o que tem feito e continua a fazer. De certeza que o Papa Francisco iria concordar.

Por aqui, no PG, apesar da falta de mais umas quantas diopetrias (não há orçamento para mais) já andamos há muito tempo a ver o Costa papa do Banco de Portugal a puxar cordelinhos de tolerância dispendiosa e inadmissível para o lado de vigaristas banqueiros. É evidente que depois são os contribuintes que são roubados para cobrir as aventuras, roubos e vigarices desses tais grandes salafrários donos disto tudo e da banca, os banqueiros como Salgado e afins.

Estamos conversados. Tem pai que é cego e jornalistas que também são. E não são só eles, muitos mais há. Até apetece criar um slogan de retórica inspirado noutro bem conhecido: “Descubra o Portugal invisual que há em si”. E saiba dos motivos porque este país e esta população têm sido arrastados para a miséria - ainda acrescentamos para compor o ramalhete.

Por hoje ficamos por aqui. Lugar a quem sabe e produz o útil Expresso Curto que se põe a jeito a críticas mas também a dar a saber vasta e boa informação e desinformação para que vejamos melhor (tipo lobo e carochinha). A avózinha morreu no hospital às mãos do ex-ministro da saúde, Paulo Macedo, de Passos e de Portas... e também de Cavaco, que os apoiou incondicionalmente em tais crimes.

Bom dia. Bom fim-de-semana e coma muita cenoura… para ver melhor.

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Henrique Monteiro – Expresso

O Papa, o preservativo e a guerra dos Costas

Um dia o cartonista do Expresso (podíamos dizer o cartonista mais respeitado de Portugal), António, colocou um preservativo no nariz do Papa. Ocupava a cátedra de São Pedro João Paulo II. Foi uma autêntica bernarda. Uma onda quase inquisitorial varreu o jornal e recebemos cartas, montanhas, a acusar-nos de tudo. António apenas queria dizer que o Papa não devia meter o nariz onde não é chamado. Se fosse hoje, que faria? O atual Papa Francisco meteu o nariz no problema do zika, a doença transmitida por mosquitos que depois se transmite sexualmente e... admite que o uso de preservativos pode conter a doença. Vá lá, meu caro António, podes libertar o nariz de Sua Santidade. Reina a paz nesta frente.

Já os Costas (António e Carlos) andam de costas voltadas. O primeiro ataca, o governador defende-se como pode. António quer o Governo a negociar diretamente com os lesados, mas há quem pense que isso pode ser uma forma de lesar os contribuintes. O PCP e o BE não se coíbem de pedir a demissão do outro Costa, Carlos, o regulador do BdP; o mesmo fez Jorge Coelho na SIC Notícias e Pacheco Pereira ajudou nas críticas. O outro Costa, António, não vai tão longe, mas deixa a porta aberta. O PSD acha que tudo isto é um ataque vergonhoso de um Costa a outro e Manuela Ferreira Leite disse na TVI que o primeiro-ministro causa dano ao país. No 'Diário de Notícias' afirma-se, em manchete, que "Carlos Costa recusa sair. Mas perdeu a confiança do Governo"; o 'Público' explica que o Governador é quase inamovível, mas só quase, tendo o processo de passar pelo BCE; e o "Jornal de Negócios" diz que o BCE pode intervir se o estatuto de indpendência do Governador estiver em causa. Entretanto, hoje há uma reunião em que um representante do primeiro-ministro, Diogo Machado (já esteve nas negociações da TAP e parece indigitado para a sua administração) junta o Banco de Portugal e a CMVM para resolver o problema dos lesados do BES. Mas será que o Governo deve meter aqui o nariz? Talvez o meu amigo António (cartoonista) saiba...

OUTRAS NOTÍCIAS

O caso da mãe que entrou pelo rio Tejo, em Caxias, com duas filhas menores (uma encontrada morta outra desaparecida) continua a dar que falar. O pai defende-se e desmente as acusações da mãe. Foi mesmo ele o primeiro a recorrer à Associação de Apoio à Vítima (APAV) e pediu proteção policial para o funeral da filha mais nova. A mãe entrou semi-anestesiada na prisão, acusada de homicídio; a polícia continua a investigar a existência de violência doméstica e, sobretudo de abuso sexual das meninas. Veja tudo o que há para saber aquiaqui e aqui.

Na frente orçamental, informa o jornal 'I' que o Bloco de Esquerda, num documento subscrito pelos seus mais elevados dirigentes (entre outros, Catarina Martins, Francisco Louçã, João Semedo e José Manuel Pureza), afirma o seguinte: "Não aceitamos que a Europa seja usada como álibi para mais cedências". É a primeira página do diário a afirmar que o Bloco ameaça o Governo..

Cavaco Silva condecorou mais individualidades, entre elas Sousa Lara, seu secretário de Estado da Cultura, quando era primeiro-ministro, responsável por não candidatar o Nobel (na altura ainda não o era) José Saramago a um prémio de literatura. Foi polémico. Outro dos laureados foi o cronista internacional Nuno Rogeiro.

A fatura da sorte deixa de dar Audis e passa a dar certificados do tesouro no valor de 35 mil euros.

Dizia-se que "por bem querer mal fazer". Pode ter sido o que aconteceu ao presidente da Câmara do Porto. Vigo cortou relações com a Invicta por se sentir ofendida na descrição do seu aeroporto, quando Rui Moreira criticava a TAP por criar voos diretos de Lisboa para aquela cidade galega.

O BCE reafirma que se for necessário age como tem agido. Ou seja,há dinheiro, resta saber o valor que terá. A inflação subir para se colocar por volta dos 2% é outra das preocupações.

Em Bruxelas continuam as negociações sobre a permanência da Grã-Bretanha e as prerrogativas que terá no seio da União Europeia. As coisas parecem correr menos bem do que Cameron imaginava.

O Papa meteu o nariz nas eleições americanas e diz que Donald Trump não é cristão por querer construir um muro na fronteira do México. Como Trump não se fica, acusou o Papa de ser manipulado pelo Governo do México. O chefe da sua campanha disse ainda que o Vaticano está cercado de muros, mas já foi desmentido: a praça de São Pedro está sempre aberta.

A comunidade tecnológica discute se a Apple deve ou nãodesbloquear um iPhone que alegadamente pertence a umterrorista. Além da Google vir em defesa da sua rival, o mesmo fazem o WhatsApp e Edward Snowden, o ex-analista da CIA que revelou o sistema de escutas global. O 'LA Times' conta a história e o 'The Guardian' dá pormenores.

Nicolás Maduro levou quatro horas na televisão a explicar porqueaumentava 6000% (leu bem, seis mil por cento) a gasolina.

Como sempre, a World Press Photo, maior competição mundial de fotografia mostra como esta é decisiva na construção narrativa do jornalismo. Este ano, entre os vencedores está Mário Cruz, um português que trabalha para a Agência Lusa.

Na Europa. No limbo é o título de uma reportagem da CNN emDunquerque, norte da França, onde os refugiados de muitos países esperam a passagem para Inglaterra. “Não é como uma prisão… é o inferno”. Vale a pena ver e ler.

A humanidade está a melhorar? Está, por acaso está, responde no The New York Times o filósofo Leif Wenar, catedrático no King’s College, em Londres. A humanidade é terrível, se comparada com o que gostaríamos que fosse, mas magnífica se a compararmos com o que historicamente foi. Um longo artigo (em inglês) para refletir no fim de semana.

Os alemães esmagaram. Só os suíços foram acessíveis. Porto eSporting ambos perderam. O primeiro com o Dortmund, na Alemanha, por 2-0; o segundo com o Leverkussen, em Lisboa, por 1-0. Na Suíça, o Braga venceu 2-1 o Sion. Tudo para a Liga Europa, porque na Liga dos Campeões só resta o Benfica (que terça ganhou na Luz, 1-0 ao Zenith de São Petersburgo).

FRASES

"As nossas elites são as elites dos interesses que influenciam o poder e as decisões", Bagão Félix, ao 'I', embora seja isso que as elites fazem em todo o mundo...

“Se olharmos para a última previsão de inverno, também para Portugal, existe uma razão para essa preocupação e como sabem Portugal saiu do programa (de resgate) sem quaisquer garantias em termos de linhas de crédito”, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e líder trabalhista holandês a dizer por palavras redondas que podemos estar pior do que pensamos.

“António Costa desconfia, como todos os outros oligarcas, de que há um lugar do morto na política portuguesa. Alguém vai ter de expiar o fim das ilusões. Mas quem? Ninguém sabe, e todos os partidos têm esperança de que seja o outro”. Rui Ramos, historiador e cronista no ‘Observador’, com uma premonição pouco otimista.

“Batalharei pela Grã-Bretanha. Se conseguirmos um bom acordo, aceitá-lo-ei. Mas não o farei em relação a um acordo que não vá de encontro às nossas necessidades. Acho mais importante fazermos tudo da maneira certa do que fazê-lo à pressa. Mas com boa vontade e trabalho árduo conseguiremos um acordo melhor para a Grã-Bretanha”, David Cameron, a explicar a sua estratégia na União Europeia não muito diferente da lógica de La Palice.

“Já chorámos muito, precisávamos de outra coisa”, Jesse Hughes, cantor dos “Eagles of Death Metal” falando à imprensa francesa depois um concerto no Olympia onde foram concluir o concerto interrompido pelos terroristas a 13 de novembro último, no Bataclan, ou "the show must go on".

O QUE EU ANDO A LER

David Justino é, como praticamente todos os que foram ministros da Educação, um homem que tem o seu quê de injustiçado. Por um lado, os que estão no gabinete da 5 de Outubro costumam ter pela frente a incompreensão, quando não a raiva, de sindicatos, professores, alunos e pais; por outro, tornando-se conhecidos pelo facto de terem passado pelo Governo e pelos turbilhões a eles associados, raramente são reconhecidos pelo valor essencial das suas obras na sociedade civil. E vem esta frase a propósito do livro agora saído ‘Fontismo’ justamente daquele ministro da Educação que foi David Justino.

A obra de quase 500 páginas, editada pela D. Quixote, tem como subtítulo algo que ainda hoje é válido: “Liberalismo numa sociedade iliberal”. E ainda que ao autor interesse menos a avaliação política da obra de Fontes Pereira de Melo e mais as razões que conduziram à adoção de determinadas políticas, uma história que conta logo no prefácio ajuda-nos a entender a sua tese central. Conta David Justino que se opôs, no Governo Durão Barroso, de que fazia parte, ao enorme investimento rodo-ferroviário que vinha de trás, se manteve e continuou com Sócrates. “Com menos de um quinto desse valor, reabilitava e reordenava todo o parque escolar do 1º Ciclo”, terá dito na versão que conta. Ora, esse é um dos problemas que, embora nos finais do séc. XIX o livro aborda: por que motivo a modernidade se circunscreveu a alguns nichos sociais “sem capacidade de induzir processos de mudança social à escala nacional”.

Sim, isto faz lembrar muita coisa, mas o livro não pretende ajustar contas com ninguém. Convém dizer que David Justino é licenciado em Economia, pós-graduado em História Económica e doutorado em Sociologia, sendo professor na Universidade Nova. O seu intuito é académico e de divulgação e é nesse prisma que deve ser avaliado.

E pronto, por hoje é tudo. Às 18 horas o Expresso Diário tem toda a atualização e desenvolvimento de notícias de que necessita; às 23 horas na SIC Notícias o Expresso da Meia-Noite oferece-lhe mais um interessante debate sobre a atualidade e amanhã, sábado, o semanário Expresso tem os melhores temas para ler, não esquecendo as Escolhas do Editor ou seja, o jornal digital que lhe apresenta o melhor da semana do Expresso Diário. O Expresso Curto volta segunda-feira, como sempre. Tudo com o mesmo diretor, porque Pedro Santos Guerreiro, que lhe sucede, só entra em funções a 6 de março, data em que Ricardo Costa transita para diretor da SIC, além de diretor-geral de informação do Grupo Impresa. A ideia destas mudanças é, como sempre, melhorar. E depois, melhorar ainda mais.

Bom fim de semana.

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