Martinho Júnior, Luanda
Sob
os nossos olhos vão desfilando os resultados últimos duma Europa de “apartheid” social,
que tarda em acordar para na profundidade encontrar soluções em relação aos
monstros que não parou de criar.
Dos
seus bairros marginalizados, autênticos guetos perdidos nas grandes metrópoles
de betão onde subsistem culturas excluídas, germinam como cogumelos
fundamentalismos que a coberto e a pretexto de mal digeridas religiões escondem
o emergente carácter nazi e fascista dos seus conteúdos doutrinários e
ideológicos.
É
nos guetos que se fabricam e de onde se expandem “jihadismos”-mercenários
prontos para o caos, para o terrorismo e para os banhos de sangue dos
inocentes, onde quer que seja… mas enquanto os “jihadistas” vão
engrossar as fileiras do terror lá longe, no Iraque, na Líbia, na Síria, ou
noutro “rincão obscuro” do mundo tornado alvo, a Europa até contribui
financeiramente para o caos, fomentando “rebeldes moderados” filtrados,
acicatados e apoiados por aliados como a Turquia, a Arábia Saudita, ou o Qatar…
Agora
a Europa formatada por suas tão ávidas quão decrépitas oligarquias, prova na
carne de seus povos o efeito “boomerang” desse “jihadismo” que
por um lado recrutou jovens dos guetos europeus, fruto do “apartheid
social” consentido pelas “democracias representativas” de
feição, por outro é fruto de alianças com poderes ditatoriais e feudais de tão “mal
parados” aliados.
Os
fluxos de refugiados e o terrorismo “boomerang” nutrem-se a partir do
mesmo húmus, mas a Europa dominada pelas oligarquias continua a dar prova de
sua perversidade, financiando a Turquia onde Erdogan vai exercendo o poder como
um ditador, para actuar no lado externo de suas fronteiras, esquecendo que a coberto
do afã de fazer parar a migração dos refugiados das guerras que também
incentivou (algo condenável para muitas organizações internacionais dos
direitos humanos), encontrou também uma outra fórmula de financiamento
permissiva ao caos e ao terrorismo para além das que antes utilizou.
Como
cordeiros os povos da Europa choram vergados sobre o seu próprio umbigo sempre
que as bombas explodem numa capital europeia, insensibilizados face aos guetos
do “apartheid” social cuja exclusão não tem melhor solução, como em
relação às explosões que vão ocorrendo fora dos muros tornados fronteiras
europeias, onde quer que elas ocorram…
As
poderosas oligarquias europeias aproveitadoras do capitalismo neo liberal,
estão ao nível das monarquias feudais da península arábica e do carácter
excludente do governo de Erdogan, pelo que os “governos representativos” europeus,
ao não actuarem sobre as causas profundas que fomentam o “apartheid” social
dos guetos que proliferam Europa fora, tornaram-se parte do problema e
excluem-se de qualquer hipótese de melhor solução para além da cultura do medo
e da repressão policial que torna possível incrementar outras indústrias que
vão ganhando terreno tirando proverbial partido das novas tenologias da
revolução digital.
Uma
Europa que não é dos povos, está a tornar-se num domínio de oligarquias capazes
de fascismo e de nazismo que vulnerabilizam os processos e as instituições
democráticas e fazem uso duma constante anestesia por via dos seus próprios “média
de referência”, efectivamente cada vez mais“representativos” dos
interesses dessas oligarquias e cada vez menos democráticos para com os
sofridos povos da própria Europa!
A
antropofagia do capitalismo neo liberal está a tornar a “nova” Europa
numa insensível neo colónia sujeita aos seus mais pérfidos desígnios e isso é
também um sintoma do que tenho alertado, ou seja, da IIIª Guerra Mundial!
Imagem:
Mapa ilustrativo de algumas das últimas acções terroristas na Europa.
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