quinta-feira, 31 de março de 2016

A EUROPA DO “APARTHEID” SOCIAL



  
Sob os nossos olhos vão desfilando os resultados últimos duma Europa de “apartheid” social, que tarda em acordar para na profundidade encontrar soluções em relação aos monstros que não parou de criar.

Dos seus bairros marginalizados, autênticos guetos perdidos nas grandes metrópoles de betão onde subsistem culturas excluídas, germinam como cogumelos fundamentalismos que a coberto e a pretexto de mal digeridas religiões escondem o emergente carácter nazi e fascista dos seus conteúdos doutrinários e ideológicos.

É nos guetos que se fabricam e de onde se expandem “jihadismos”-mercenários prontos para o caos, para o terrorismo e para os banhos de sangue dos inocentes, onde quer que seja… mas enquanto os “jihadistas” vão engrossar as fileiras do terror lá longe, no Iraque, na Líbia, na Síria, ou noutro “rincão obscuro” do mundo tornado alvo, a Europa até contribui financeiramente para o caos, fomentando “rebeldes moderados” filtrados, acicatados e apoiados por aliados como a Turquia, a Arábia Saudita, ou o Qatar…

Agora a Europa formatada por suas tão ávidas quão decrépitas oligarquias, prova na carne de seus povos o efeito “boomerang” desse “jihadismo” que por um lado recrutou jovens dos guetos europeus, fruto do “apartheid social” consentido pelas “democracias representativas” de feição, por outro é fruto de alianças com poderes ditatoriais e feudais de tão “mal parados” aliados.

Os fluxos de refugiados e o terrorismo “boomerang” nutrem-se a partir do mesmo húmus, mas a Europa dominada pelas oligarquias continua a dar prova de sua perversidade, financiando a Turquia onde Erdogan vai exercendo o poder como um ditador, para actuar no lado externo de suas fronteiras, esquecendo que a coberto do afã de fazer parar a migração dos refugiados das guerras que também incentivou (algo condenável para muitas organizações internacionais dos direitos humanos), encontrou também uma outra fórmula de financiamento permissiva ao caos e ao terrorismo para além das que antes utilizou.

Como cordeiros os povos da Europa choram vergados sobre o seu próprio umbigo sempre que as bombas explodem numa capital europeia, insensibilizados face aos guetos do “apartheid” social cuja exclusão não tem melhor solução, como em relação às explosões que vão ocorrendo fora dos muros tornados fronteiras europeias, onde quer que elas ocorram…

As poderosas oligarquias europeias aproveitadoras do capitalismo neo liberal, estão ao nível das monarquias feudais da península arábica e do carácter excludente do governo de Erdogan, pelo que os “governos representativos” europeus, ao não actuarem sobre as causas profundas que fomentam o “apartheid” social dos guetos que proliferam Europa fora, tornaram-se parte do problema e excluem-se de qualquer hipótese de melhor solução para além da cultura do medo e da repressão policial que torna possível incrementar outras indústrias que vão ganhando terreno tirando proverbial partido das novas tenologias da revolução digital.

Uma Europa que não é dos povos, está a tornar-se num domínio de oligarquias capazes de fascismo e de nazismo que vulnerabilizam os processos e as instituições democráticas e fazem uso duma constante anestesia por via dos seus próprios “média de referência”, efectivamente cada vez mais“representativos” dos interesses dessas oligarquias e cada vez menos democráticos para com os sofridos povos da própria Europa!

A antropofagia do capitalismo neo liberal está a tornar a “nova” Europa numa insensível neo colónia sujeita aos seus mais pérfidos desígnios e isso é também um sintoma do que tenho alertado, ou seja, da IIIª Guerra Mundial! 

Imagem: Mapa ilustrativo de algumas das últimas acções terroristas na Europa.

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