“Todas
as vezes que o presidente Lula foi convocado a depor, ele o fez. Então é um
espetáculo político que mostra o verdadeiro caráter dessa operação”, disse
Falcão
Correio
do Brasil, com ABr – de Brasília
O
presidente do PT, Rui Falcão, classificou a ação da Polícia Federal (PF)
deflagrada, nesta sexta-feira, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
como uma “operação política, midiática e policialesca”. Ele conclamou a
militância petista a fazer “mobilização e vigilância” em apoio ao ex-presidente
e sua família, em vídeo divulgado na página do PT no Facebook. Além de mandados
de busca em endereços do ex-presidente e de sua família, a Operação Aletheia
cumpriu mandado de condução coercitiva para Lula, que presta depoimento, desde
as 8h, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
–
Estamos fazendo conclamação à militância, neste momento grave em que se monta
uma operação política, um espetáculo midiático em torno do presidente Lula e da
sua família, para que todos os diretórios em seus estados entrem em vigília
aguardando o desdobramento do depoimento do ex-presidente, que está sendo feito
neste momento e, em seguida, haverá uma orientação nacional para cada um dos
nossos militantes. O momento é de reflexão, de mobilização e de vigília e essa
é a orientação que passamos para todos os diretórios estaduais do PT – disse
Falcão.
Segundo
o presidente do PT, a Central Única dos Trabalhadores está dando a mesmo
orientação para seus militantes.
–
Estamos reunindo os nossos deputados e senadores aqui em São Paulo, em
solidariedade ao presidente Lula, e aguardando o desdobramento dessa operação
midiática, policialesca sem nenhuma necessidade. Todas as vezes que o
presidente Lula foi convocado a depor, ele o fez. Então é um espetáculo
político que mostra o verdadeiro caráter dessa operação: não se trata de
combater a corrupção, mas simplesmente de atingir o PT, o presidente Lula e
o governo da presidenta Dilma – concluiu Falcão.
Para
líder do PT na Câmara, Lava Jato é ilegal
Deputados
e senadores do PT estão indo para São Paulo, para uma reunião na tarde desta
sexta-feira no Diretório Nacional comandada pelo presidente da legenda, Rui
Falcão. A ideia é avaliar o cenário político diante da repercussão da suposta
delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e para prestar
solidariedade ao ex-presidente Lula, alvo da 24ª estapa da Operação Lava Jato.
Uma das maiores preocupações no partido, neste momento, seria mobilizar a
militância do PT em defesa do ex-presidente e da presidenta Dilma Rousseff.
Para
o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA) a condução de Lula
hoje para prestar depoimento confirma que a Lava Jato é uma operação política e
ilegal.
–
Ilegal porque o ex-presidente Lula prestou depoimento sucessivas vezes e não há
nenhuma pista e nem prova contra ele – disse.
O
petista avalia que existe uma ação politicamente coordenada com a oposição
porque a tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff teria perdido força.
–
Estaremos em vigília em todos os estados durante o dia e tomaremos um conjunto
de incitivas para defender a democracia e o presidente Lula – adiantou.
Receita
Federal
A
Receita federal investiga possíveis irregularidades fiscais nas duas principais
entidades ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a empresa LILS
Palestras e o Instituto Lula. De acordo com o órgão, há uma “confusão
operacional” no fluxo financeiro entre as duas instituições. A informação foi
dada pelo auditor fiscal Roberto Leonel em Curitiba, durante entrevista da
Polícia Federal (PF) sobre a Operação Aletheia, deflagrada hoje em conjunto
pela PF, o Ministério Público e a Receita Federal.
A
LILS Palestras é uma empresa privada, cujo quadro societário é composto pelo
ex-presidente Lula e, como sócio minoritário, por Paulo Okamotto, presidente do
Instituto Lula, que é uma fundação e, por isso, goza de benefícios fiscais.
A
Receita levantou duas fontes principais de suspeita de irregularidades: o fato
de funcionários e pessoas ligadas ao Instituto Lula serem responsáveis pela
contabilidade da LILS e a constatação de que as cinco principais empresas
contratantes de palestras do ex-presidente são as mesmas que fizeram grandes
doações ao instituto.
–
São as mesmas cinco que contrataram palestras da LILS e fizeram doações ao
Instituto Lula entre 2011 e 2012. Se para algum ou outro pagamento dessas
palestras for confirmada que a mesma não ocorreu efetivamente, esse fato é uma
irregularidade – disse Roberto Leonel.
Na
foto: Manifestantes estão na porta do prédio do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em São Bernardo do Campo / ABr
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