José
Maria Neves, agora a deixar o Governo, parece ser o político com o mais alto
gabarito para o confronto presidencial com Jorge Carlos Fonseca
José
Manuel Andrade – A Nação, opinião
As
próximas eleições presidenciais, que devem ocorrer no Outono deste ano, podem
ser de alta competição.
Por
um lado, é notório que Jorge Carlos Fonseca (JCF) se perfila para um segundo
mandato. Normal é que assim aconteça.
Por
outro lado, José Maria Neves (JMN), agora a deixar o Governo, parece ser o
político com o mais alto gabarito para o confronto presidencial com JCF.
É
certo que, depois de 15 anos a chefiar o Governo, legitimamente e do ponto de
vista individual, conforme o mesmo já disse algumas vezes, JMN pode optar por
ir à sua vida, nomeadamente voltar à universidade para o ensino e fazer o seu
doutoramento.
De
um certo ponto de vista, compreensível, considerando as exigências do exercício
de chefe de governo num país que nem Cabo Verde, humanamente há que reconhecer
que o homem merece ter folga para si. E merece reconhecimento por tudo o que já
fez por Cabo Verde.
Porém,
a avaliar pelo seu percurso, JMN, como animal político que é, pode também não
querer deixar esmorecer o capital político que carrega com ele, enquanto ativo
do país.
Ou
seja, a participação de JMN como candidato no próximo pleito presidencial pode
contribuir para a elevação do discurso político em Cabo Verde e isso
qualificará a democracia cabo-verdiana.
Aliás,
JMN parece ser neste momento a única figura que, do lado da área ideológica
PAICV, está em condições de disputar a cadeira presidencial com JCF e ganhar
essas eleições.
Não
obstante o PAICV não tenha saído bem no retrato das recentes eleições legislativas,
no caso de JMN, o cálculo para as presidenciais não pode ser feito apenas pelo
prisma de ganhar ou perder nem pelo que parece ser bom a título individual.
Por
certo, JMN avaliará que pertence a um coletivo e que a sua participação cidadã
na vida política tem sido para ele um chamamento a que não saberá furtar-se, na
perspetiva da busca do melhor para Cabo Verde e pelo bem comum.
De
mais a mais, a história já regista a forte liderança de JMN na projeção
internacional de Cabo Verde, como país respeitado e de boa governação, sendo de
realçar que foi sob sua batuta que Cabo Verde alcandorou a país de rendimento
médio.
Sem
dúvida, JMN tem perfil de homem com alto sentido de Estado, com excelente
reputação nacional e internacional, com sobejas provas dadas na governação e
com visão acerca da resolução dos grandes desafios do país.
À
la limite, quanto mais não seja, caso não vencer as Presidenciais de 2016, JMN
poderá seguramente ficar confortavelmente em pole position para as de
2021.
De
resto, por si só, a participação de JMN nas próximas Presidenciais constituirá
um ganho de alto valor para Cabo Verde.
Concluindo,
é defensável que, com ampla base de apoio, JMN seja candidato já às
Presidenciais de 2016.
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