domingo, 17 de abril de 2016

Cabo Verde. PRESIDENCIAIS – JOSÉ MARIA NEVES CANDIDATO



José Maria Neves, agora a deixar o Governo, parece ser o político com o mais alto gabarito para o confronto presidencial com Jorge Carlos Fonseca

José Manuel Andrade – A Nação, opinião

As próximas eleições presidenciais, que devem ocorrer no Outono deste ano, podem ser de alta competição.

Por um lado, é notório que Jorge Carlos Fonseca (JCF) se perfila para um segundo mandato. Normal é que assim aconteça.

Por outro lado, José Maria Neves (JMN), agora a deixar o Governo, parece ser o político com o mais alto gabarito para o confronto presidencial com JCF.

É certo que, depois de 15 anos a chefiar o Governo, legitimamente e do ponto de vista individual, conforme o mesmo já disse algumas vezes, JMN pode optar por ir à sua vida, nomeadamente voltar à universidade para o ensino e fazer o seu doutoramento.

De um certo ponto de vista, compreensível, considerando as exigências do exercício de chefe de governo num país que nem Cabo Verde, humanamente há que reconhecer que o homem merece ter folga para si. E merece reconhecimento por tudo o que já fez por Cabo Verde.

Porém, a avaliar pelo seu percurso, JMN, como animal político que é, pode também não querer deixar esmorecer o capital político que carrega com ele, enquanto ativo do país.

Ou seja, a participação de JMN como candidato no próximo pleito presidencial pode contribuir para a elevação do discurso político em Cabo Verde e isso qualificará a democracia cabo-verdiana.

Aliás, JMN parece ser neste momento a única figura que, do lado da área ideológica PAICV, está em condições de disputar a cadeira presidencial com JCF e ganhar essas eleições.

Não obstante o PAICV não tenha saído bem no retrato das recentes eleições legislativas, no caso de JMN, o cálculo para as presidenciais não pode ser feito apenas pelo prisma de ganhar ou perder nem pelo que parece ser bom a título individual.

Por certo, JMN avaliará que pertence a um coletivo e que a sua participação cidadã na vida política tem sido para ele um chamamento a que não saberá furtar-se, na perspetiva da busca do melhor para Cabo Verde e pelo bem comum.

De mais a mais, a história já regista a forte liderança de JMN na projeção internacional de Cabo Verde, como país respeitado e de boa governação, sendo de realçar que foi sob sua batuta que Cabo Verde alcandorou a país de rendimento médio.

Sem dúvida, JMN tem perfil de homem com alto sentido de Estado, com excelente reputação nacional e internacional, com sobejas provas dadas na governação e com visão acerca da resolução dos grandes desafios do país.

À la limite, quanto mais não seja, caso não vencer as Presidenciais de 2016, JMN poderá seguramente ficar confortavelmente em pole position para as de 2021.

De resto, por si só, a participação de JMN nas próximas Presidenciais constituirá um ganho de alto valor para Cabo Verde.

Concluindo, é defensável que, com ampla base de apoio, JMN seja candidato já às Presidenciais de 2016.

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