José
Maria Neves presidiu ao último Conselho de Ministros. No final, em conferência
de imprensa, numa altura em que se prepara para abandonar o cargo, o ainda
primeiro-ministro fez um balanço dos 15 anos de governo. Com o aproximar das
eleições presidenciais Neves volta a afastar a hipótese de se candidatar mas
afirma que "já não é tempo de pôr os ovos todos no mesmo cesto e de haver
uma hegemonia de uma determinada sensibilidade".
Foi
um recordar de 15 anos de governo que começou por uma homenagem feita pelo
Primeiro-ministro, José Maria Neves, à comunicação social cabo-verdiana.
Uma
homenagem que não deixou de conter algumas farpas quando José Maria Neves
recordou que “em 2001 não houve cobertura das eleições, não houve debates e a
televisão nem sequer tem imagens da campanha. Agora tivemos um grande
crescimento”.
De
seguida José Maria Neves fez um balanço sobre a actuação do governo ao longo da
última década e meia onde realçou os ganhos tidos por Cabo Verde e garantindo
depois que “no dia 21 [dia anterior à tomada de posse do governo liderado por
Ulisses Correia e Silva] estaremos a passar todas as pastas, todas as
informações ao novo governo”.
Ainda
em jeito de balanço e depois de garantir que deixa “um país muito mais rico,
com mais democracia e mais liberdades” José Maria Neves afirmou que o seu
governo “só não fez aquilo que era impossível fazer e fizemos absolutamente
tudo o que era possível fazer para que Cabo Verde pudesse ganhar”.
Quanto
ao seu futuro pessoal José Maria Neves garantiu, uma vez mais, que as eleições
presidenciais não estão no seu horizonte e afirmou que durante o período das
eleições legislativas eram “os jornalistas que insistiam para que eu falasse
das presidenciais” e negou que a derrota do PAICV nas eleições de 20 de Março
tenha condicionado a decisão de se candidatar à Presidência da República
concorrendo contra Jorge Carlos Fonseca. “Pelo contrário, os resultados
eleitorais nas legislativas devem levar os cabo-verdianos a reflectirem. Eu
tenho visto nos últimos dias algumas atitudes, alguns comportamentos que devem
levar os cabo-verdianos a reflectir, para haver um equilíbrio no exercício do
poder em Cabo Verde. Já não é tempo de pôr os ovos todos no mesmo cesto e de
haver uma hegemonia de uma determinada sensibilidade”, comentou.
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