domingo, 17 de abril de 2016

Cabo Verde. O ÚLTIMO CONSELHO DE MINISTROS DE JOSÉ MARIA NEVES




José Maria Neves presidiu ao último Conselho de Ministros. No final, em conferência de imprensa, numa altura em que se prepara para abandonar o cargo, o ainda primeiro-ministro fez um balanço dos 15 anos de governo. Com o aproximar das eleições presidenciais Neves volta a afastar a hipótese de se candidatar mas afirma que "já não é tempo de pôr os ovos todos no mesmo cesto e de haver uma hegemonia de uma determinada sensibilidade".

Foi um recordar de 15 anos de governo que começou por uma homenagem feita pelo Primeiro-ministro, José Maria Neves, à comunicação social cabo-verdiana.

Uma homenagem que não deixou de conter algumas farpas quando José Maria Neves recordou que “em 2001 não houve cobertura das eleições, não houve debates e a televisão nem sequer tem imagens da campanha. Agora tivemos um grande crescimento”.

De seguida José Maria Neves fez um balanço sobre a actuação do governo ao longo da última década e meia onde realçou os ganhos tidos por Cabo Verde e garantindo depois que “no dia 21 [dia anterior à tomada de posse do governo liderado por Ulisses Correia e Silva] estaremos a passar todas as pastas, todas as informações ao novo governo”.

Ainda em jeito de balanço e depois de garantir que deixa “um país muito mais rico, com mais democracia e mais liberdades” José Maria Neves afirmou que o seu governo “só não fez aquilo que era impossível fazer e fizemos absolutamente tudo o que era possível fazer para que Cabo Verde pudesse ganhar”.

Quanto ao seu futuro pessoal José Maria Neves garantiu, uma vez mais, que as eleições presidenciais não estão no seu horizonte e afirmou que durante o período das eleições legislativas eram “os jornalistas que insistiam para que eu falasse das presidenciais” e negou que a derrota do PAICV nas eleições de 20 de Março tenha condicionado a decisão de se candidatar à Presidência da República concorrendo contra Jorge Carlos Fonseca. “Pelo contrário, os resultados eleitorais nas legislativas devem levar os cabo-verdianos a reflectirem. Eu tenho visto nos últimos dias algumas atitudes, alguns comportamentos que devem levar os cabo-verdianos a reflectir, para haver um equilíbrio no exercício do poder em Cabo Verde. Já não é tempo de pôr os ovos todos no mesmo cesto e de haver uma hegemonia de uma determinada sensibilidade”, comentou.

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