A
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) afirmou-se hoje preocupada
com a crise política na Guiné-Bissau e defendeu um "diálogo
construtivo" entre os diferentes atores políticos, saudando a serenidade
das forças de defesa e segurança.
Em
comunicado, a organização lusófona afirma-se "preocupada com os recentes
desenvolvimentos da situação política na Guiné-Bissau" e "reitera o
apelo à calma de todos os intervenientes e ao respeito pela Constituição e as
demais leis da República, no quadro do normal funcionamento do Estado de
Direito".
A
CPLP defende que "só através do diálogo construtivo entre todos os atores
guineenses e do respeito pela Constituição da República será possível uma
solução, pondo termo ao cenário de indefinição política".
O
bloco lusófono saúda ainda "a serenidade que os órgãos de defesa e
segurança têm sabido manter".
A
organização afirma que continua empenhada "na prossecução de um consenso
político durável na Guiné-Bissau que assegure a estabilidade e o
desenvolvimento económico e social, tão almejados pelo povo guineense",
uma posição que partilha com os demais parceiros internacionais, nomeadamente
as Nações Unidas, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), a União Africana e a União Europeia.
No
comunicado, a CPLP sublinha ainda o seu "compromisso de solidariedade com
o povo guineense, conforme os princípios consagrados na sua declaração
constitutiva".
No
dia 12 de maio, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu o Governo
liderado pelo veterano Carlos Correia e nomeou, na semana passada, Baciro Djá,
deputado dissidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), como primeiro-ministro.
O
partido não aceitou esta decisão e membros do Governo demitido pelo chefe de
Estado ocuparam o palácio do executivo.
O
novo Governo tomou posse na quinta-feira e é formado essencialmente por
dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS), oposição e dissidentes do
PAIGC em rota de colisão com a direção do partido liderado por Domingos Simões
Pereira.
O
novo primeiro-ministro, Baciro Dja, disse que com a entrada em funções do seu
Governo a crise política que a Guiné-Bissau vive há mais de três meses chegou
ao fim.
José
Mário Vaz justificou a demissão do anterior Governo por não ter "apoio
maioritário" no parlamento e acrescentou "não haver condições
financeiras e ser desaconselhado" avançar para eleições.
JH
// JMR - Lusa
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