Festival Andanças.
Uma reunião de muitos milhares em Castelo de Vide. Coisa diferente. Um
festival. Fogo no parque auto e lá foram muitos carros para o tipo mais rico do
mundo, o Maneta. Dos quatro mil espetadores nem um sofreu um arranhão quando
tiveram de evacuar o recinto. Esperaram e depois voltaram. Siga o festival da
dança. Organização esmerada, simples. Para pessoas. Parabéns. Vai estar na
dança até domingo. Vão lá. Desfrutem. Um amor de festival.
Noutras andanças
andam uns do governo. A Galp deu borlas a governantes, e os mamões aceitaram. Lá
foram para França assistirem ao euro do futebol, à borla. Saiu na calha da
comunicação social um com maior destaque, Fernando Rocha Andrade, que é “secretário
de Estado dos Assuntos Fiscais recebeu uma prenda de uma empresa que deve €100
milhões à Autoridade Tributária”. Como refere Pedro Candeias no Expresso Curto
que se segue. Mas ainda há outro governante naquelas tetas da Galp.
O que impressiona é
haver quem na política e no governo mantenha a sua febre de mamar borlas sem
pensar ou a pensar que “os papalvos não vão saber de nada”. Depois é isto. O
triste espetáculo de assistirmos ao rastejamento dos tais a quererem demonstrar
que “não foi por mal” e “eu pago”. Ou “julguei que não era nada de mal”. Além deste Fernando mamão das tetas da Galp
ainda há outro, parece que também secretário de estado deste governo de Costa. O
Costa deve estar furibundo. Com razão. A Galp passou a rasteira e os mamões até
se babaram e lambuzaram nas tetas da petrolífera, um império do mal para o ambiente.
Vai daí o CDS pede
a demissão do Fernando – pelo menos desse. Os putas fingidas do CDS saltam
armados em falsos moralistas… Grande lata! Queridos, lembrem-se dos “sobreiros” e do tal
condomínio do Espírito Santo Ámen (Benavente). E os “submarinos”, e o “milhão” que foi
sendo depositado às pinguinhas aqui e ali em bancos só em Lisboa (salvo erro) por
vários “estafetas” do CDS. E que era dinheiro que "tinham há tempos no cofre"… Um
milhão no cofre? Coitados até se esqueceram daquele dinheirinho no cofre… De
contribuições “militantes”. Hem? Pois.
Evidentemente que
isso não invalida que os que falharam e não resistiram à “oferta” da Galp devem
demitir-se, já deviam ter sido homenzinhos responsáveis, limpinhos, e demitirem-se sem "prestidigitações verbais". Sem contaminarem
o governo. Contas com o Fernando, com o outro, e secretários de estado na rua. A
rasteira da Galp funcionou. Graças à mentalidade da mama das borlas e das
simpatias. Depois dá nisto. Ingénuos? Talvez. Com os atuais políticos nunca se
sabe ao certo da sua integridade e transparência, nem do seu caráter. Paga o
justo pelo pecador. Pois. Sempre assim foi. E a Galp até sabe disso e deu a facadinha
cheia de amabilidades e aparentes considerações, ao estilo Al Capone. A seguir
lá vem metralha. Pois.
Tristes e
vergonhosas andanças.
Siga para o
Expresso Curto, com boa cafeína. Bom resto de dia, se conseguirem.
Ai Costa. A vida
custa, Costa.
Mário Motta / PG
Bom dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro
Candeias – Expresso
Se
dançar, não conduza. E se quiser ir à bola, pague
De
todos os lugares onde isto poderia ter acontecido, o Andanças era o menos
provável porque o Andanças é um festival que não é bem um festival mas, segundo
o que nos diz o site da organização, um encontro que promove "a música e a
dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre
gerações, saberes e culturas".
Não tem Rock nem Roll, Pop, Hip Hop, Trip Hop, e por isso não tem pirotecnias, geradores do tamanho de casas e maquinarias, os palcos parecem-se mais com estrados do que com palcos e há até uma Carta de Compromisso de 10 pontos, entre os quais estão a redução da pegada ecológica, a ligação e o respeito pela natureza, a alegria, o bem-estar e a celebração da vida. Mas o que o Andanças tem à semelhança do que os outros têm são as pessoas - e as pessoas têm carros e, se não têm, pelo menos precisam deles para irem ao Andanças.
Terá sido num dos carros que tudo começou. Talvez tenha sido um curto-circuito, disse o tenente-coronel Carlos Belchior da GNR de Portalegre, ou talvez tenha sido outra coisa qualquer, sendo que todas essas coisas estão a ser estudadas pela Guarda e pela Polícia Judiciária para se apurar a causa que teve as consequências que estão na primeira página dos jornais de hoje e que abriram os telejornais de ontem: 422 carcaças de automóveis num parque de estacionamento de terra em Castelo de Vide.
No Diário de Notícias, Teresa Charata, uma festivaleira, utilizou a melhor expressão para definir o que viu: "Parecia o êxodo. Houve carros que explodiram". Quatro mil pessoas foram evacuadas e depois reconduzidas ao Andanças e nenhuma delas ficou ferida. O Êxodo também foi um milagre.
Mas, agora que se percebeu que foi tudo chapa, forros, vidros, borracha, filtros, etcetera, é preciso saber quem paga. Graça Gonçalves, responsável pela Coordenação Executiva e Sustentabilidade do Andanças, garantiu que há um seguro que cobre os danos e por isso a organização já tinha entrado em contacto com as seguradoras. Sobre isto, o Público foi ouvir um especialista e a DECOe ambos concluíram o seguinte: quem tem um seguro contra todos os riscos "vai acionar o seu seguro e resolver o seu problema. Depois caberá à seguradora tentar obter o direito de regresso"; quem não tem, ficará "dependente do apuramento da causa do incêncido e dos seguros que existem". Em teoria, serão o seguro do carro que terá originado o incêndio e o seguro de responsabilidade civil do Andanças a pagar a fatura.
Não tem Rock nem Roll, Pop, Hip Hop, Trip Hop, e por isso não tem pirotecnias, geradores do tamanho de casas e maquinarias, os palcos parecem-se mais com estrados do que com palcos e há até uma Carta de Compromisso de 10 pontos, entre os quais estão a redução da pegada ecológica, a ligação e o respeito pela natureza, a alegria, o bem-estar e a celebração da vida. Mas o que o Andanças tem à semelhança do que os outros têm são as pessoas - e as pessoas têm carros e, se não têm, pelo menos precisam deles para irem ao Andanças.
Terá sido num dos carros que tudo começou. Talvez tenha sido um curto-circuito, disse o tenente-coronel Carlos Belchior da GNR de Portalegre, ou talvez tenha sido outra coisa qualquer, sendo que todas essas coisas estão a ser estudadas pela Guarda e pela Polícia Judiciária para se apurar a causa que teve as consequências que estão na primeira página dos jornais de hoje e que abriram os telejornais de ontem: 422 carcaças de automóveis num parque de estacionamento de terra em Castelo de Vide.
No Diário de Notícias, Teresa Charata, uma festivaleira, utilizou a melhor expressão para definir o que viu: "Parecia o êxodo. Houve carros que explodiram". Quatro mil pessoas foram evacuadas e depois reconduzidas ao Andanças e nenhuma delas ficou ferida. O Êxodo também foi um milagre.
Mas, agora que se percebeu que foi tudo chapa, forros, vidros, borracha, filtros, etcetera, é preciso saber quem paga. Graça Gonçalves, responsável pela Coordenação Executiva e Sustentabilidade do Andanças, garantiu que há um seguro que cobre os danos e por isso a organização já tinha entrado em contacto com as seguradoras. Sobre isto, o Público foi ouvir um especialista e a DECOe ambos concluíram o seguinte: quem tem um seguro contra todos os riscos "vai acionar o seu seguro e resolver o seu problema. Depois caberá à seguradora tentar obter o direito de regresso"; quem não tem, ficará "dependente do apuramento da causa do incêncido e dos seguros que existem". Em teoria, serão o seguro do carro que terá originado o incêndio e o seguro de responsabilidade civil do Andanças a pagar a fatura.
Agora,
o IMI. Logo que saiu a notíca do aumento do imposto em função da
panorâmica e da exposição ao sol, o avaliador que há em cada um de nós pulou do
sofá e foi medir o grau de incidência do raio de luz na kitchnette lá de
casa e abrir a janela para perceber se a vista era boa ou má. Para evitar
confusões e dúvidas, a Raquel Albuquerque foi à lei e perceber o que, de facto, mudou. E foi
isto: o parâmetro de avaliação já vinha de antes e contava 5% (positivo ou
negativo) no valor; agora, o mesmo pode subir até 20%, se for um sítio
desafogueado e luminoso, ou descer 10% se der de caras com uma ETAR ou um
cemitério. Neste artigo do Expresso Diário também cabem as posições
dos partidos: o PS diz sim, o BE e o PCP dizem nim, o PSD e o CDS-PP dizem não.
"Não" é o que Fernando Rocha Andrade não disse à Galp quando lhe foram oferecidos dois bilhetes para o Euro2016. A Sábado deu a notícia: o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais recebeu uma prenda de uma empresa que deve €100 milhões à Autoridade Tributária e a Autoridade Tributária está sob a alçada, lá está, do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Vulgo, Rocha Andrade. À Sábado, o visado disse, primeiro, que não via nada de anormal em ter aceitado a viagem; depois, em comunicado, o Ministério das Finanças reforçou essa posição mas garantiu que a Galp seria reembolsada. O CDS-PP já pediu a sua demissão.
Lá nos EUA, Barack Obama pediu ao Partido Republicano que se demitisse de Donald Trump. O ainda presidente considerou o candidato a presidente "impreparado" para o efeito. Não podemos levar Obama a peito, porque Trump já fez de tudo e tudo mal. Vejamos: hostilizou os hispânicos, que eram vistos como um dos pontos chave para os republicanos; criticou uma pivôt da FOX, a cadeia de TV amigada com os republicanos; e disse, no outro dia, quenão apoiava Paul Ryan e John McCain, dois pesos-pesados dos republicanos. E vamos descontar os ataques racistas aos muçulmanos e à família Khan, os comentários sexistas, o bebé que teve de sair da sala, e por aí fora. Trump é dado a teorias da conspiração e eu tenho esta sobre isto: provavelmente, o homem pôs-se na corrida só porque sim, pela piada da coisa e para voltar a ser o Donald, mas quando se apercebeu que iria até ao fim entrou em modo auto-sabotagem por não saber patavina de governação. Mas isto sou eu, que não acredito que alguém seja, genuinamente, o que Trump é.
A Espanha é o que é desde dezembro de 2015: um país desgovernado. O PP e o PSOE não se entendem, o Podemos e o Ciudadanos não ajudam, e as terceiras eleições podem estar a caminho - num espaço de oito meses. Ontem, o Rei encontrou-se com Rajoy mas o segundo não tinha grande coisa a dizer ao primeiro, porque está tudo num impasse, o país partido em partidos. O mais curioso (esquizofrénico, até) é perceber que o PP, envolvido em escândalos de corrupção e apropriação indevida de fundos que tocam inclusivamente no líder, continua a ser o mais votado e o que mais deputados elege - o que diz mais do PSOE do que do PP. É um jogo político perigoso.
Do jogo político para o jogado: hoje há Portugal-Argentina (22h, RTP), o primeiro encontro da seleção olímpica no Brasil. Se quiser saber um bocadinho mais dos 18 convocados de Rui Jorge, vá poraqui. O Rio2016 arranca oficialmente amanhã e só depois se perceberá se está tudo tão mal como se diz - ou se está ainda pior. Ainda no desporto, A BOLA faz manchete (outra vez) com as eventuais vendas de Talisca e de Salvio, O JOGO garante que Alex (ex-Chelsea e ex-AC Milan) é o futuro patrão da defesa do FC Porto, e o Record avança que o Benfica quer ultrapassar o FC Porto na corrida por Rafa, do SC Braga. É a febre do mercado.
FRASES
"Não" é o que Fernando Rocha Andrade não disse à Galp quando lhe foram oferecidos dois bilhetes para o Euro2016. A Sábado deu a notícia: o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais recebeu uma prenda de uma empresa que deve €100 milhões à Autoridade Tributária e a Autoridade Tributária está sob a alçada, lá está, do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Vulgo, Rocha Andrade. À Sábado, o visado disse, primeiro, que não via nada de anormal em ter aceitado a viagem; depois, em comunicado, o Ministério das Finanças reforçou essa posição mas garantiu que a Galp seria reembolsada. O CDS-PP já pediu a sua demissão.
Lá nos EUA, Barack Obama pediu ao Partido Republicano que se demitisse de Donald Trump. O ainda presidente considerou o candidato a presidente "impreparado" para o efeito. Não podemos levar Obama a peito, porque Trump já fez de tudo e tudo mal. Vejamos: hostilizou os hispânicos, que eram vistos como um dos pontos chave para os republicanos; criticou uma pivôt da FOX, a cadeia de TV amigada com os republicanos; e disse, no outro dia, quenão apoiava Paul Ryan e John McCain, dois pesos-pesados dos republicanos. E vamos descontar os ataques racistas aos muçulmanos e à família Khan, os comentários sexistas, o bebé que teve de sair da sala, e por aí fora. Trump é dado a teorias da conspiração e eu tenho esta sobre isto: provavelmente, o homem pôs-se na corrida só porque sim, pela piada da coisa e para voltar a ser o Donald, mas quando se apercebeu que iria até ao fim entrou em modo auto-sabotagem por não saber patavina de governação. Mas isto sou eu, que não acredito que alguém seja, genuinamente, o que Trump é.
A Espanha é o que é desde dezembro de 2015: um país desgovernado. O PP e o PSOE não se entendem, o Podemos e o Ciudadanos não ajudam, e as terceiras eleições podem estar a caminho - num espaço de oito meses. Ontem, o Rei encontrou-se com Rajoy mas o segundo não tinha grande coisa a dizer ao primeiro, porque está tudo num impasse, o país partido em partidos. O mais curioso (esquizofrénico, até) é perceber que o PP, envolvido em escândalos de corrupção e apropriação indevida de fundos que tocam inclusivamente no líder, continua a ser o mais votado e o que mais deputados elege - o que diz mais do PSOE do que do PP. É um jogo político perigoso.
Do jogo político para o jogado: hoje há Portugal-Argentina (22h, RTP), o primeiro encontro da seleção olímpica no Brasil. Se quiser saber um bocadinho mais dos 18 convocados de Rui Jorge, vá poraqui. O Rio2016 arranca oficialmente amanhã e só depois se perceberá se está tudo tão mal como se diz - ou se está ainda pior. Ainda no desporto, A BOLA faz manchete (outra vez) com as eventuais vendas de Talisca e de Salvio, O JOGO garante que Alex (ex-Chelsea e ex-AC Milan) é o futuro patrão da defesa do FC Porto, e o Record avança que o Benfica quer ultrapassar o FC Porto na corrida por Rafa, do SC Braga. É a febre do mercado.
FRASES
"O Brasil consegue organizar aquilo que só um grande Estado, uma grande Nação, uma grande pátria, consegue concretizar". Marcelo, amigo, o povo irmão também está contigo.
"Aquilo que nós temos estado a assistir neste momento são muitos fantasmas sobre a realidade económica do país. A verdade é que os últimos dados da execução orçamental demonstram que a rota que nós definimos tem estado a ser cumprida e tem estado a ser cumprida com êxito” Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS. Basicamente, a UTAO não manda aqui, certo?
"Por outro lado, coloca-se aqui uma grande instabilidade, e um grande subjetivismo, [sobre] o que é que é uma paisagem, para uns é uma coisa e para outros é outra. Creio que é uma lei bizarra"Basílio Horta, presidente da CM de Sintra, sobre o IMI.
"Neste momento devemos manter uma mente aberta quanto a um motivo e consequentemente o terrorismo como motivação continua a ser uma das linhas de investigação para explorarmos" Mark Rowley, comissário assistente para operações especializadas da polícia britânica. Houve um ataque no centro de Londres que fez um morto e cinco feridos.
O QUE ANDO A LER
No "Jesusalém" de Mia Couto há um pai e dois filhos, Silvestre Vitalício e Mwanito e Ntunzi, um tio, Zacarias, e um lugar inventado onde as regras, os costumes e as histórias são as de Vitalício e de mais ninguém. Foi para lá que Silvestre, que não é Silvestre de nome, levou a família para fugir da dor, da cidade, do tempo, da escrita e do fantasma da mulher que deixou de existir. Em "Jesusalém" não há Deus nem mulheres, há uma jumenta e um camião de entregas de víveres que, de quando em quando, aparece com poucas novidades do rebuliço urbano. É tudo escrito naquela prosa poética de Mia Couto, o inventor de palavras que deviam existir, porque estas fazem sentido depois de as lermos pela primeira vez.
Acho que é a primeira vez que me atraso a entregar o seu Curto, espero que seja a última. Por hoje é tudo. Vá passando os olhos pelo nosso site, às 18h ligue-se ao Expresso Diário e tenha um bom resto de dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário