Martinho Júnior, Luanda
Sem
esgotar o tema, com fundamento nas investigações históricas que tem levado
minuciosa e pacientemente a cabo durante anos de aturado trabalho no âmbito da
ATD, o camarada Paulo Lara coloca a nu muitas das falibilidades que incorre
Carlos Pacheco, que em pleno século XXI não encontrou melhor forma de se afirmar
senão assumindo o caminho dum “revivalismo pidesco”.
Do
desmascaramento dessas falibilidades encarrega-se o camarada Paulo Lara, que
teve a hombridade de só o fazer depois de ler os dois tomos de Carlos Pacheco e
sem esgotar a possibilidade de confrontar os dados, tal a quantidade de
falências…
Haverá
muitas conclusões a tirar do desperdício de que dá mostra Carlos Pacheco, mas
decerto que interessa realçar estas duas:
-
O leque de ideologias correntes que se permitem integrar, em tempo oportuno, este
tipo de“revivalismos”, (o de Savimbi está também em curso);
-
A quem, utilizando esses desvarios ideológicos, quantas vezes alienantes,
interessa tirar partido deles (e das razões por que o fazem), dentro e fora do
território angolano, ainda que em muitos casos subvertam os factos em completo
desabono da verdade;
-
Como está a ser forjada, por quem tutela o poder da terapia neoliberal, a
contradição entre o leque ideológico que compõe a agitada antítese que se vai
forjando e a tão fragilizada tese assumida pelo MPLA.
O
que a terapia neoliberal trouxe para Angola após 2002 está hoje disponível
a “revivalismos” com fortes raízes nos tempos coloniais, algo que é
sintomático: quanto aquilo que foi um dia utilizado no passado colonial pela
inteligência colonial, está a partir dele disponível àqueles que estão na
disposição neocolonial?
“Revivalismo” algum,
num momento como este, acontece por acaso!
Foto
do camarada Paulo Lara no Novo Jornal de 31 de Julho de 2016.
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