A
Comissão Europeia considera "fundamental" que o processo de suspensão
parcial de fundos a Portugal e Espanha, no quadro dos Procedimentos por Défice
Excessivo, avance rapidamente, pois "não há tempo a perder", afirma o
comissário Pierre Moscovici
"Relativamente
à suspensão de fundos estruturais e de investimento (a Espanha e Portugal),
confirmo que nós desejamos que o diálogo estruturado previsto com o Parlamento
Europeu tenha lugar o mais rapidamente possível. Não há tempo a perder",
declarou o comissário europeu responsável pelos Assuntos Financeiros, numa
conferência de imprensa em Bratislava, após a reunião informal de 'rentrée' do
Eurogrupo, o fórum de ministros das Finanças da zona euro.
Moscovici
lembrou que "este diálogo (com o Parlamento Europeu) é consultivo, pois o
Conselho (Ecofin) tem a última palavra", mas "é importante que todas
as instituições sejam plenamente associadas a um assunto importante",
acrescentando ser todavia "fundamental que esse processo avance".
No
quadro do processo de sanções lançado contra os dois Estados-membros por falta
de ações efetivas para correção dos respetivos défices, a Comissão acabou por
recomendar, a 27 de julho passado, a suspensão de multas a Portugal e Espanha
-- decisão confirmada no início de agosto pelo Conselho Ecofin (ministros das
Finanças dos 28) -, mas segue o processo de congelamento parcial de fundos,
incontornável por ser automático.
Todavia,
e porque o Parlamento Europeu solicitou um "diálogo estruturado" com
a Comissão sobre esta matéria - um diálogo consultivo, previsto nas regras
europeias, no qual a assembleia deverá alertar para os efeitos nefastos de uma
suspensão de fundos -, o executivo comunitário só depois dessa consulta
elaborará uma proposta, a ser apreciada pelos ministros das Finanças.
Com
a 'rentrée' política europeia só agora a ter lugar - a primeira sessão plenária
de 2016/2017 do Parlamento terá lugar na próxima semana, em Estrasburgo -,
ainda não foram definidas datas para esse diálogo entre Parlamento e Comissão,
tendo fontes parlamentares indicado à Lusa que é provável que o calendário só
seja definido numa reunião da Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu
agendada para 15 de setembro.
As
mesmas fontes acrescentaram que o diálogo deve ter lugar em sede das comissões
parlamentares dos Assuntos Económicos e do Desenvolvimento Regional.
Diário
de Notícias – Lusa – Foto: Reuters / Francois Lenoir
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