Martinho Júnior, Luanda
DECISIVA
PARA AS INDEPENDÊNCIAS, ESTÁ NA BASE DA PAZ COM HARMONIA DAS POLÍTICAS DO
PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
Os
movimentos de libertação contra o colonialismo português procuraram sempre
unidade de acção desde o dia 18 de Abril de 1961, quando em Casablanca,
Marrocos (e com o apoio do Rei Mohamed V desse país), se constituiu a
Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP).
A
vinda do Che para África reforçou a luta na parte austral do continente, pois
determinou tacitamente dois pontos fortes da inteligência cubana, Dar es Salam
e Brazzaville, numa linha que em 1965 reforçava os suportes da FRELIMO e do
MPLA, tendo a 1ª coluna do Che a meia distância, a oeste do Lago Tanganika, o
que reforçou tacitamente a acção militar no âmbito da CONCP em direcção à
África Austral.
Por
parte dos movimentos de libertação empenhados na luta contra o colonialismo
português, a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias
Portuguesas (CONCP), que teve em 1965 a sua segunda plenária em Dar es Salam,
permitia a expressão dessa linha nos termos da libertação da África Central e
Austral, antecipando outra organização que surgiria depois da independência, os
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e a Linha da Frente, anos
mais tarde, contra o “apartheid”.
Na
IIª Reunião da CONCP em Dar es Salam, a presidência rotativa da CONCP passou do
MPLA para a FRELIMO.
Desconheço
se houve a formulação secreta duma estratégia para além das concertações
político-diplomáticas, mas as linhas tácitas são expressivas, por que faziam
frente à internacional fascista a sul, conforme a expressão do acordo secreto
ALCORA. (que surgiria em termos práticos 3 anos depois da passagem do Che por
África, em 1968, quando os sul africanos reforçaram os dispositivos militares
portugueses no Cuando Cubango).
Essas
linhas tácitas decidiram a abertura da Frente Leste do MPLA tendo como
rectaguarda a Zâmbia, algo que foi minado pela inteligência da internacional
fascista, manipulando o presidente Kenneth Kaunda.
Durante
a luta de libertação entre a FRELIMO e o MPLA assegurou-se
algum apoio mútuo na frente militar, sobretudo no concernente a suprimentos
pontuais no campo da logística, pois que isso se tornava exequível entre a Frente
Leste de Angola e a Frente de Tete em Moçambique, dado que o
desdobramento dos fornecimentos ocorria na Zâmbia.
Delegações
da FRELIMO visitaram Angola e as do MPLA Moçambique. O
Presidente Neto visitou Nachingweia e o MPLA esteve representado no
IIº Congresso da FRELIMO.
A
ambiguidade do presidente Kenneth Kaunda em relação ao MPLA e a dissidência de
Daniel Chipenda (Revolta do Leste) em 1973, revelam que, para além dum pacto
militar, os processos de inteligência da internacional fascista interligavam-se
e no que ao colonialismo português dizia respeito, tornava-se num ambiente mais
favorável à elasticidade da AGINTER PRESS, do que em relação à quadrícula
obrigatória da PIDE/DGS (daí o poder de manobra de Jorge Jardim no Malawi
primeiro e na Zâmbia, precisamente em 1973).
A
presença diplomática em Kinshasa (António Monteiro, natural do Luena, Angola),
foi também um enquadramento inteligente da internacional fascista e daí a
deriva posterior da FNLA, a que aderiu o coronel Santos e Castro na batalha
pela independência de Angola.
Em
1975, para assegurar a independência a CONCP, através dos Governos de
Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo-Verde, desempenhou um papel de grande relevo.
Numa
primeira fase tropas da Guiné (B), a que se juntaram as da Guiné (C) e do Congo
(B), partiram para Angola para assegurar a defesa da faixa a sul de Luanda,
ameaçada pela invasão sul-africana.
Para
a faixa Norte, onde a ameaça partia das forças de Mobutu, do FLNA e
dos mercenários, Moçambique despachou todos os seus BM 21 e aviões de
transporte, os NORD ATLAS, assim como meios adicionais de artilharia e
munições.
Estes
meios mostraram-se importantes para a derrota em Quinfangondo da invasão
conjunta do FLNA, Zaire e mercenários (Operação Iafeature da CIA contra
Angola, sob mando de Henry Kissinger).
Lembrar
tudo isso hoje, 51 anos depois da passagem do Che por África e quando Angola
comemora 41 anos de independência, é avaliar o sentido do Movimento de
Libertação em África e das razões profundas da necessidade de paz em harmonia,
pois a luta contra o subdesenvolvimento é a sequência lógica de todo esse
colossal esforço em prol da libertação dos povos africanos nas amplas regiões
Central e Austral do continente.
Para
termos a noção das linhas tácitas progressistas que catapultaram o MPLA e a
FRELIMO até às independências, no âmbito da Conferência das Organizações
Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), que teve a sua segunda reunião
ampla em 1965, recorde-se a expressão militar do acordo secreto ALCORA, cujos
primeiros passos foram dados em Angola em 1968, o que viria a propiciar
posteriormente a “Operação Savanah” das SADF contra Angola, na tentativa de
colocar seus aliados (FNLA e UNITA), no poder em Luanda no dia 11 de Novembro
de 1975.
Angola
seria um presa dócil para a internacional fascista, ao nível do que foi o Zaíre
com Mobutu no poder, se os seus planos tivessem vingado e provavelmente o seu
território seria polvilhado de “bantustões”, tal como aconteceu com a
Namíbia (Sudoeste Africano) ocupada e antes da batalha do Cuito Cuanavale (recorde-se:
Namaland, Barterland, Damaraland, Kaokoveld, Ovamboland, Hereroland,
Bushmanland, Kavangoland e Caprivi)…
**Fotos
dum longo e decisivo percurso.
A
consultar:
A
CONCP, a solidariedade entre irmãos – http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2013/09/a-concp-a-solidariedade-entre-irm%C3%A3os.html
O
acordo secrerto do colonialismo português com o apartheid – http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2009/07/alcora-o-acordo-secreto-do-colonialismo-portugu%C3%AAs-com-o-apartheid.html
90
anos honrando a vida! - http://paginaglobal.blogspot.com/2016/08/90-anos-honrando-vida.html
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