O
antigo líder da JURA pode estar a um passo de abandonar o partido que
representa há cerca de cinco anos no Parlamento, segundo informações avançadas
pelo próprio.
O
deputado e antigo líder da organização juvenil da UNITA, Mfuka Muzemba,
considera que este partido faz parte do seu passado, um dia depois desta
organização ter apresentado ao Tribunal Constitucional a relação dos candidatos
a deputados nas eleições de Agosto próximo. ‘Em relação à candidatura do
partido, tenho a dizer que inicialmente desinteressei-me em falar porque para
mim isto é um passado’, garantiu o jovem político, revelando que está com os
olhos postos no futuro.
‘
Também é verdade que eu já me tinha esquecido da UNITA ao longo deste tempo
todo. Para mim, a UNITA já é coisa do passado. Não sei se para o país também
não seja’. O político, que falava em exclusivo a OPAÍS, numa entrevista que
será publicada na íntegra na edição de amanhã, diz ainda ter sido abordado por
um grupo de dirigentes do partido, mas estes pretendiam saber até que ponto
continua fiel à organização liderada por Isaías Samakuva. Muzemba, que tinha
sido suspenso das suas actividades, ditando o seu afastamento da liderança do
braço juvenil do partido fundado por Jonas Savimbi, conta igualmente que, mesmo
ao nível da bancada parlamentar, tinha que lidar com interrogatórios e
suspeitas constantes de estar directamente ligado a outras forças políticas.
Muzemba
salienta que há muito que deixou de ter ambições políticas dentro da
organização. Para ele, algumas pessoas só chegam nas posições em que se
encontram por adoptarem posturas como a ‘bajulação’ e ‘engraxar perante alguns
dirigentes do partido’. ‘Eu não aceito isso, não faço isso. É isto que queriam
que eu fizesse’, garantiu, salientando que ‘pelo facto de eu não fazer pedidos
de favor, não me humilhar nem bajular, a consequência ficou mais uma vez
velada. A minha exclusão revela uma certa raiva em relação à minha pessoa’. Sem
adiantar especificamente qual será o seu futuro político, o jovem revelou
somente que estará ao serviço de Angola. ‘Há muita coisa por fazer’, garantiu.
O
País
Sem comentários:
Enviar um comentário