"Pesadelo",
"consternação" afirmaram os meios de comunicação social alemães sobre
os resultados das legislativas, marcadas por um avanço da extrema-direita.
"Uma
chapada para [Angela] Merkel, um desastre para [Martin] Schulz, sucesso
chocante para a AfD [Alternativa para a Alemanha]: o resultado deste 'voto de
fúria' vai mudar profundamente a Alemanha", escreveu o jornal Bild.
"Uma
vitória de pesadelo" para Angela Merkel, resumiu o jornal mais lido na
Alemanha.
A
chanceler alemã venceu as eleições com 33% dos votos, menos que os 41,5%
conseguidos há quatro anos. Em segundo lugar, com 20,5%, ficou Partido
Social-Democrata (SPD), que já veio dizer que pretende ser oposição.
Em
terceiro lugar ficou a AfD, com 12,6% dos votos. O partido, com apenas quatro
anos, é o primeiro à direita dos conservadores a entrar no parlamento em 60
anos.
"A
progressão espetacular dos populistas de direita constitui um ponto de viragem
histórico para a vida política alemã", que até agora funcionou numa
cultura de consensos e debates civilizados, e que entra numa era de conflito,
destacou o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ).
"A
consternação reina nas fileiras conservadoras e a principal responsável é
nomeada", afirmou o diário de centro-esquerda Süddeutsche Zeitung.
Já
o Spiegel destacou que "Angela Merkel vai permanecer chanceler, conseguiu
o 'objetivo estratégico', mas paga um preço elevado: a coligação governamental
foi severamente punida (...) A AfD entra no Bundestag [parlamento] com um
resultado superior a 10%".
"Será
extremamente difícil formar uma aliança governamental sólida para os próximos
quatro anos", concluiu o jornal.
Os
sociais-democratas já excluíram a possibilidade de voltar a governar com a
União Democrata-Cristã (CDU), com Merkel a ter de negociar um acordo entre
conservadores, liberais e verdes.
Jornal
de Notícias
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