Martinho Júnior | Luanda
Há
demasiada interferência externa em relação a Angola neste momento, de que se
está a aproveitar alguma "oposição" interna e por essa
razão, em função dos interesses do MPLA, parece-me que é justo a ter muito mais
sensibilidade em relação aos riscos, em especial àqueles provenientes dos
Estados Unidos e das vias dos seus vassalos!...
Esse
cuidado aconselha a que no MPLA, as medidas em curso sejam pesadas e
balanceadas com outra acuidade, pois ao satisfazermos interesses de fora,
pode-se não estar a encontrar soluções dentro e para dentro, algo que se pode
reflectir negativamente no MPLA, mais do que já no passado desde 1985 e de
Bicesse (31 de Maio de 1991) a esta parte!
Por
outro lado, os interesses ligados à UNITA, (que também têm envolvências no
CASA-CE), têm tido em paz livre curso a partir sobretudo da África do Sul (há
outros circuitos em África e fora dela que concorrem para os mesmos
objectivos), estando agora a ganhar força económica dentro de Angola, sem
qualquer tipo de travão externo ou interno!
Dado
o tipo dos enredos que as afectam (filosofias, doutrinas e ideologias), não
serão (ainda) os interesses económicos ligados aos carcamanos que nos estão a
entrar com guia às ordens e tudo, portas adentro?
Por
que razão os Estados Unidos e seus vassalos não alertam sobre esses enredos?
A
paz entre todas as sensibilidades sócio-políticas angolanas continua a ser uma
plataforma saudável que permite consensos e diálogos que todos devemos cultivar
de forma saudável e comprometida.
Aconselho
com toda a humildade, se dão licença a este modesto soldado do MPLA, nossos
camaradas dirigentes José Eduardo dos Santos e João Lourenço a, entre si e em
nome da paz e do futuro, em nome das gerações que nos seguem de quem somos
responsáveis vitais, a fazerem um balanço saudável e patriótico, em função dos
interesses do MPLA e de todo o povo angolano, face à corrente situação, levando
em especial atenção os riscos criados pelos “estímulos” externos
(palavras suaves que significam na verdade “oportunas”, senão oportunistas
ingerências e manipulações)!
O
camarada João Lourenço não deve ser aconselhado, a meu ver, a estar a tomar
decisões a reboque do que a conta-gotas vai chegando a partir do exterior (com
a aparência de mensagens saudáveis) e a transmissão das pastas entre o camarada
José Eduardo dos Santos e o camarada João Lourenço, é algo que tem que ver
antes do mais e imperiosamente, entre os dois, no quadro da Presidência do
MPLA, da Presidência do estado angolano e da presidência de todos nós, algo que
merece o incondicional respeito, apoio e incentivo de todos os angolanos.
Há
muitas tendências e sensibilidades fora do MPLA, que já se estão a aproveitar
das iniciativas públicas, ou por via dos circuitos fechados, emanadas a partir
dos Estados Unidos e dos que lhes prestam vassalagem, duma forma ou de outra e
os patriotas (não os mercenários que houverem e possam continuar a haver) têm a
obrigação de reforçar o papel do camarada Presidente João Lourenço nos encargos
das decisões que pesam e beneficiam os interesses do MPLA, do estado angolano e
de todo o povo angolano!
Tenho
tido a experiência nos oito anos em que tento encontrar soluções para a
reinserção social da comunidade da Acção Social Para Apoio e Reinserção, ASPAR,
cujos membros estiveram ligados à Segurança do Estado, integrando-a nas estratégias
saudáveis de paz que nos devem animar até ao fim de nossas vidas e em proveito
das futuras gerações de angolanas e angolanos.
A
comunidade de ex-membros tem sido deliberadamente vulnerabilizada, se não
marginalizada, o que reforça o conselho: não queiramos assistir a mais sectores
de angolanos justos a tomar um caminho idêntico, quaisquer que sejam os
motivos, ou as motivações, ou as sensibilidades!
Podemos
até andar depressa, mas seria indesculpável deixarmos os justos para trás e,
quanto aos “pecadores” que embarcaram nas ilusões capitalistas
neoliberais, em tantas armadilhas estendidas a partir do exterior ao longo das
últimas três décadas, há que cuidar deles com as responsabilidades patrióticas
inerentes aos supremos interesses de nosso povo, do estado angolano e do MPLA,
pois as armadilhas que nos estão sendo estendidas em relação ao nosso futuro
comum, assim o obrigam!
Reforce-se
a cultura de inteligência em relação ao papel de Presidente de todos os
angolanos, do camarada João Lourenço, por que o futuro nos contempla e nós
todos, uns mais que outros por que as responsabilidades sócio-políticas assim o
determinam, devemos ser patrioticamente parte integrante da solução indígena e
não de problemas que estão a ser herdados por causa de qualquer tipo de
assimilação!
Na
parte insignificante que me toca enquanto soldado do MPLA, sou por UM
SOCIALISMO QUE NOS UNE, por que jamais fui por um CAPITALISMO QUE NOS DIVIDE!
Martinho
Júnior - Luanda, 20 de Novembro de 2017
(Nota
pessoal, por que confesso que vivi e a história me absolverá: em saudação ao
meu 2º filho que faz hoje 42 anos, já nascido numa Angola independente, nos
Dembos e me acompanhou na travessia do deserto em Bentiaba com outros dois
filhos, coisa que jamais se deveria recomendar às crianças do meu país).
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