sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

“CONSEGUIMOS!” SAUDAÇÃO DE EX-LIDER DO KU KLUX KLAN À POSSE DE TRUMP PRESIDENTE



David Duke saudou a tomada de posse de Donald Trump como presidente dos EUA escrevendo no Twitter "Conseguimos!", noticiou a BBC.

“Conseguimos! Parabéns Donald J. Trump presidente dos Estados Unidos da América”, escreveu Duke no Twitter cerca de dois minutos depois de o presidente eleito fazer o juramento.

David Duke, 66 anos, liderou o movimento racista nacionalista e supremacista Ku Klux Klan nos anos 1970, abandonando-o uma década depois.

Na campanha para as últimas presidenciais norte-americanas, a imprensa noticiou que Duke apoiava a candidatura de Donald Trump.

Mas Duke, que se assume como antissemita e negacionista do Holocausto, negou, afirmando que, embora aprecie as posições de Trump quanto à imigração, desaprovava o seu apoio a Israel.

Depois de críticas da candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, Donald Trump anunciou que recusou o apoio de David Duke.

Jornal Económico

Washington. MANIFESTAÇÕES E DISTÚRBIOS ANTI-TRUMP NÃO PARAM - veja emissão em direto


CONFRONTOS ENTRE POLÍCIA E MANIFESTANTES NA TOMADA DE POSSE DE TRUMP

Agentes foram obrigados a recorrer a gás pimenta para dispersar manifestantes

Manifestantes anti-Trump partiram vidros e causaram distúrbios graves esta sexta-feira na cidade de Washington, durante a tomada de posse do novo presidente dos EUA.

Grupos ativistas, sobretudo anarquistas, entraram em confronto com a polícia, que respondeu com gás pimenta para dispersar os manifestantes. "Estão a proteger fascistas", gritavam os manifestantes para os agentes da autoridade que procuraram conter a manifestação.

O objetivo da maioria dos ativistas foi causar perturbações nos vários pontos de controlo instalados pela polícia, e que permitiam acesso à zona de onde era possível assistir à tomada de posse do presidente Trump.

Diário de Notícias

MANIFESTAÇÕES ANTI-TRUMP NAS RUAS DE WASHINGTON ESTÃO PARA DURAR (emissão em direto)



Algumas ruas de Washinton aparentam estar a ser palco de ferro e fogo nas manifestações anti-Trump, ouvem-se disparos de granadas de gás lacrimogéneo da polícia para conter muitos milhares de pessoas que não se conformam com a tomada de posse de Donald Trump, já presidente dos EUA.

A emissão em direto de que pode desfrutar aqui já tem a duração de cerca de seis horas e meia na hora em que estamos a publicar e parece que vai manter-se por todo o dia. Talvez por mais dias. Os disturbios de protesto estão a tomar um carater quase permanente se atentarmos que há já vários dias que se iniciaram.

Redação PG

TUP NO PORTO APRESENTA "AINDA" - vá ao teatro



Ainda

TEATRO UNIVERSITÁRIO DO PORTO

TUP - Praça Coronel Pacheco, nº 1
26 de Janeiro a 11 de Fevereiro | Terça a Domingo
22h

Informações e reservas: reservas@teatrouniversitariodoporto.org

Enquanto duramos desaparecemos. Escoamos, ainda. Do outro lado talvez haja alguma coisa que permanece, que se recusa a desbotar à luz do tempo: uma outra vida que corre ao lado da nossa. Para onde vamos

O que temos é vívido como um flash e fugaz como a areia, como água, como um fósforo. O que perdemos permanece. Fica. Como um fantasma atrás da cortina. Como alguma coisa que se reencontra no fim do caminho.

Connosco: Elisa, Deolinda Rosa, Philippina, Raúl, David, Mário, Lou, Herberto, Pombalina, Leonard, Leonel, Deolinda, Dolores, Pintas, Fernanda, Luís, Manuel, João, Carla, Maria, Renato, Alexandrina, Carmen, Mariazinha, Tó, Rosa, Gumi, Oscar, Albertina, Bé, Marcus, Nantília, José, Nani, Júlio, Isaura; Helena, Pedro, Natália, Zeza, Luís, Victor, Maria Alberta, Maria, Bernardino, Albino, Teresa, Serafim, Maria José, António, Maria, Ricardo, Celeste, João, Pedro, Arminda, Helena, Manuel, Teresa, Lynn Frank, Tó, Saturnina, Áurea.

direcção
VERA SANTOS e RAQUEL S.

interpretação
ANTÓNIO PACHECO
BRUNO ANDRÉ MOREIRA
FÁTIMA SOARES
FILIPA ALVES FONSECA
JOANA PEREIRA
MARIA JOÃO CALISTO
MARISA CATITA
SARA OLIVEIRA
SARA SÁ JONES

música original
PEDRO PODE

desenho de luz
NUNO MEIRA

cenografia e figurinos
TUP

desenho de som
FÁBIO FERREIRA

execução de cenografia
ROSANA AMORIM

execução de figurinos
DELFINA OLIVEIRA

apoio a produção
DANIELA ARAÚJO BRAGA
FERNANDO NOGUEIRA
MARIA LÓPEZ
SUSANA SOUSA
TIAGO ASCENSÃO

apoio técnico
EDUARDO BRANDÃO

design
NUNO MATOS


agradecimentos
ACE - Escola de Artes, Glória Cheio, Teatro Art’Imagem, Ballet Contemporâneo do Norte, Teatro Experimental do Porto, Teatro Municipal do Porto, Circolando, Nome Próprio, Catarina Barros, Susete Rebelo, Edite Manjate, Tiago Guedes, José Carlos Meneses, Gualdino da Silva Coelho, Ana Margarida Pinto, Maria Côrte-Real

Com o apoio da Universidade do Porto, Fundação Calouste Gulbenkian e IPDJ.

Portugal. AS NOZES E AS VOZES



Rafael Barbosa* – Jornal de Notícias, opinião

São mais as vozes que as nozes. O provérbio aplica-se na perfeição à luta política, que assenta muitas vezes numa inflamada discordância discursiva, assim se criando a ilusão de que os intervenientes têm pensamentos e propostas muito diferentes. A verdade é que as diferenças são muitas vezes ténues e, em alguns casos, inexistentes. E se essa proximidade é mais visível e frequente entre os chamados partidos do centro, também existe entre o centro e os extremos.

Um dos melhores exemplos de que é assim é o que se tem passado nos últimos dias, em Portugal, a propósito do aumento do salário mínimo nacional (SMN) para os 557 euros e da contrapartida de reduzir 1,25 pontos percentuais da taxa social única das empresas. A proposta é do PS, que pretendia, por um lado, honrar o compromisso de aumentar gradualmente o SMN até aos 600 euros, assim partilhando as nozes com o BE e o PCP; e, por outro, não alienar as confederações patronais, procurando distinguir-se das vozes dos seus dois sócios mais esquerdistas.

Acontece que, desta vez, BE e PCP não se contentam com as nozes e fazem questão de acentuar as diferenças de vozes - ou seja, não se limitaram a verbalizar a discordância quanto às "benesses" que vão ser dadas aos patrões e trataram de forçar uma votação no Parlamento. Acresce que os alinhamentos político--partidários destes novos tempos de "geringonça" já não são o que eram e o que parecia ser mera formalidade descontrolou-se. Se o CDS mostra abertura para um disfarce contabilístico, compensando através do Orçamento do Estado (impostos) o rombo nas contas da Segurança Social (TSU), ou seja, propondo apenas uma diferente tonalidade nas vozes; já o PSD aproveita a oportunidade tática de aprofundar a dissonância entre as esquerdas, ainda que o PS repita exatamente a mesma melodia que os sociais-democratas já entoaram no passado (quando aumentaram o SMN para 505 euros, em 2014, ofereceram um prémio de 0,75 pontos percentuais na TSU das empresas, durante 15 meses).

Não é difícil imaginar o PS a fazer o mesmo que o PSD está agora a fazer, ou seja, usar vozes diferentes consoante está no poder ou na oposição. Ainda assim, neste caso é o PSD quem está na linha de fogo, uma vez que é este que está a dar o dito por não dito. O que não iliba o PS. Os socialistas sabem que não têm uma maioria no Parlamento, sabem que os seus parceiros à Esquerda são pouco ou nada flexíveis em questões laborais. Era sua obrigação assegurar que o acordo anunciado aos quatro ventos tinha pernas para andar. Do mal, o menos, o que verdadeiramente importa já não muda - o novo salário mínimo nacional já está em vigor. Já temos as nozes. O resto são vozes.

*Editor executivo

Portugal. SOBRE O NOVO BANCO



Carlos Carvalhas

Deixou-se chegar o Novo Banco (banco limpo) a um estado tal que mesmo a direita é obrigada a dizer que todas as soluções têm custos elevados e o PS, pela voz de João Galamba, a descrever a nacionalização como a opção "que menos penaliza os contribuintes".

A primeira questão a levantar é: porque é que se deixou chegar o Novo Banco a essa situação? O regulador, o ex-primeiro-ministro, a ex-ministra das Finanças e o vendedor encartado pelo Banco de Portugal, Sérgio Monteiro, não são responsáveis? E as responsabilidades são só políticas? Passos e Portas são inimputáveis. O regulador não tem vergonha? Não se demite? Quem se deve estar a rir é Vítor Bento!

A segunda questão é que o caso do Novo Banco é mais um exemplo claro, e que exemplo, que evidencia:

a) o esbulho feito ao património público com as privatizações e a elevadíssima perda de valor que se tem verificado para o País;

b) o mito da superioridade da gestão privada;

c) que a banca comercial que cria moeda – bem público – nas mãos dos privados serve sobretudo os interesses dos seus, do seu grupo, e só por coincidência a economia e o interesse nacional;

d) a forte campanha dissimulada pela banca concorrente no sentido de a solução vir a ser a da liquidação.

A terceira questão para chamar a atenção dos que, como a RTP, afirmam que Bruxelas não aceitará a nacionalização, citando fonte anónima – ao que se chegou – ou aos sofistas que afirmam que o caso do Monte de Paschi é diferente, que seria bom que fossem mais sérios e objectivos. O BCE já depois de estar em vigor o "bail in" deixou que o Monte de Paschi fosse capitalizado com substanciais dinheiros públicos e de forma pouco decorosa baixou há pouco o rácio de solvabilidade do Deutshe Bank para lhe permitir distribuir dividendos aos accionistas e bónus aos gestores.

Em relação a Bruxelas, o que é necessário é que o governo e, em particular, Centeno, tenham firmeza e conjuguem a pressão política dos diversos órgãos de soberania.

Por último, dizer aos que defendem a nacionalização e, em particular ao PS, que aqui chegados "a nacionalização é, de facto, a solução que menos penaliza os contribuintes" desde que esta não seja para nacionalizar os prejuízos para depois privatizar os lucros. Olhem para os lucros e dividendos que todos os anos saem para o estrangeiro. Se nunca fizeram as contas, talvez seja a altura de as fazerem. 

Ver também:

Depoimento ao jornal "i" transcrito em foicebook.blogspot.pt/2017/01/sobre-o-novo-banco_13.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

Portugal. ISABEL E JOÃO: FILHOS DE MÁRIO SOARES HERDAM FORTUNA DE MILHÕES



A acrescentar às quantias depositadas no banco, os filhos de Soares vão herdar ainda uma extensa biblioteca, com cerca de 40 mil volumes de livros "de valor indeterminado".

O antigo Presidente da República, Mário Soares, deixou aos filhos uma fortuna indeterminada, onde se incluem variados imóveis, uma biblioteca, uma coleção única de obras de arte, fundos de investimento, ações e obrigações, avaliadas em milhões de euros.

O ex-chefe de Estado acumulou uma fortuna que fica agora disponível para os filhos, João Soares e Isabel Soares.

O testamento de Mário Soares ainda não é público, sendo a informação recolhida referente à última declaração pública apresentada em 2005 no Tribunal Constitucional no momento da candidatura às eleições presidenciais, segundo a revista FLASH.

No capítulo dos rendimentos, em 2004, Soares auferiu cerca de 482 mil euros, divididos entre rendimentos de trabalho, de capitais, prediais e de pensões.

Os valores crescem significativamente com dados de 2005 que revelam que, entre aplicações, depósitos a prazo, fundos de investimento, ações, obrigações, produtos estruturados e produtos de eficiência fiscal, o “pai da democracia” possui um valor que dava um total de poupanças perto de 1,2 milhões de euros.

A acrescentar às quantias depositadas no banco, os filhos de Soares vão herdar ainda uma extensa biblioteca, com cerca de 40 mil volumes de livros “de valor indeterminado”.

Consta ainda a posse de dois imóveis na rua Dr. João Soares, pertencentes ao Colégio Moderno, onde o antigo político detinha 80% do capital social. A aposta em imobiliário como investimento seguro, está assim patente na sua lista de bens.

Na extensa declaração de bens não está no entanto presente um andar, também na rua Dr. João Soares, e os dois andares que detinha no nº100 do Campo Grande.

O património de Mário Soares estende-se para fora de Lisboa, incluindo uma casa e três terrenos em Nafarros, Sintra, uma moradia junto à praia do Vau, em Portimão, no Algarve, dois terrenos, um misto e um rústico em Montes de Alvor e, por fim, uma casa na Bezuga, em Azeitão, numa zona protegida e altamente valorizada.


Draghi. PRESIDENTE DO BCE VOLTA A SER INVESTIGADO POR LIGAÇÕES À BANCA



Mario Draghi já tinha sido investigado em 2012 e provedoria da justiça da Comissão Europeia reabriu processo.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, voltou a ser investigado pela justiça europeia pelas ligações à banca, noticia o Financial Times.

Draghi já tinha sido investigado em 2012 pela ligação ao Grupo dos Trinta, um grupo considerado de lobbying e criado para promover os interesses financeiros privados, e na altura a investigação foi arquivada por se considerar que a participação de Draghi não afetava a independência do BCE.

A investigação, contudo, foi novamente aberta pela provedoria da justiça da Comissão Europeia, disse ao Financial Times a responsável da entidade.

“A minha decisão de abrir o inquérito reflete as maiores responsabilidades que o BCE ganhou nos últimos anos”, afirmou a provedora Emily O’Reilly. Como o BCE tem mais poderes ligados à banca poderá justificar que as relações entre Draghi e o Grupo dos 20 justifiquem “um escrutínio mais apertado”, acrescenta a responsável.

“Pedimos pediu uma reunião com o BCE e a leitura de documentos. Quaisquer passos adicionais serão considerados neste contexto”, explica.

O grupo conta com elementos como o presidente do Credit Suisse ou do UBS, o economista Paul Krugman, o ex-governador do BCE, Jean-Claude Trichet, e o governador do Banco do Japão.

Dinheiro Vivo

OBAMA FOI-SE, VEM LÁ O TRUMP



Sejamos claros. Trump e os elementos da administração que tem vindo a nomear não auguram nada de bom, mas não é por serem «excepções bestiais» ou por estarem «fora do sistema»: é que não só encarnam esse sistema como são consequência das acções das administrações anteriores – que, sublinhe-se, bem branqueadas têm sido nesta cartada «Fora, Trump!».

 meio das histerias da bola e das análises mais-que-muitas sobre tudo e o que mais calha, aos chamados meios de comunicação social, na sua louca e desorientante aceleração, não têm faltado engenho e ocasião para dizer «Donald Trump» – o presidente eleito dos Estados Unidos da América.

Com o aproximar da data da tomada de posse – que hoje tem lugar em Washington –, choveram artigos e notas, comentários e apontamentos, análises e infografias, sobre o vestido da dama e as características do palanque dos convidados, sobre as tiradas de Trump, «quem-mandou-calar-agora» e o «que-disse-e-depois-desdisse».

Um circo, antes ainda do circo montado. Mas não estranha – afinal, sempre se trata da maior potência imperialista, e já é hábito vermos as tomadas de posse do mais alto mandatário daquela nação tratadas com subserviência ou, dito de outra forma, como se ali fosse o centro do império de todas as galáxias e espécies, ao jeito dos filmes de ficção científica...

Mas isto é quase nada. Nos meios ditos «liberais» e... à esquerda, a tónica dominante nesta pré-temporada foi: «a culpa é do Trump». Variantes houve várias, como «Trump gera preocupações entre», «Trump ameaça» (e depois é só escolher: «paz», «estabilidade», «relações com»). Houve até quem se desse ao trabalho de coligir os tweets que lançou e depois apagou... Enfim, como se – e há razões para tremer – o mundo no seu geral estivesse agora à beira de mergulhar numa crise e de conhecer as dores da exploração, do espólio e da guerra... Como se a «América» fosse mergulhar – agora – numa crise económica, social e política de grandes dimensões... Ah, espera! Disso já temos!

Sejamos claros. Trump e os elementos da administração que tem vindo a nomear não auguram nada de bom, mas não é por serem «excepções bestiais» ou por estarem «fora do sistema»: é que não só encarnam esse sistema como são consequência das acções das administrações anteriores – que, sublinhe-se, bem branqueadas têm sido nesta cartada «Fora, Trump!».

O tempo de Obama fica marcado, a nível interno, pela desigualdade, o desemprego, a pobreza, a violência racial, a deportação de imigrantes – estima-se que mais de 2,5 milhões –, e a exploração laboral. A nível internacional, exacerbou-se a «ameaça russa», reforçando-se a presença da NATO no Leste da Europa; apontou-se a China como adversário a abater, para reforçar a presença militar norte-americana no Pacífico. E a feroz política de agressão e ingerência promovida pelos EUA e seus aliados levou a guerra e a destruição à Síria, ao Iémen, à Líbia, ao Afeganistão, ao Iraque, à Ucrânia (fazendo as contas por baixo).

Como, no fundamental, não se vislumbra uma linha diferente sobre questões estruturantes na sociedade norte-americana ou ao nível da hegemonia imperialista, não é de todo expectável que Trump constitua uma alternativa a Obama e rompa com o seu legado de afrontas internas e ao mundo. A agenda deve manter-se «nos carris». Em todo o caso, convém não fazer orelhas moucas nos próximos tempos. E é esta a nossa obsessão com Trump.

Atentos às clivagens cada vez mais sensíveis na sociedade norte-americana, é nos trabalhadores e nas camadas populares dos EUA que confiamos: serão eles que, resistentes, organizados, combativos, poderão derrotar o sistema de onde brotam Trump, Obama, Bush, Clinton...

AbrilAbril, editorial – Foto: businessinsider.com

TRUMP, UM PECADOR ABENÇOADO




Como Hitler, também Trump chegou ao poder pelo voto do povo. E a democracia (ao contrário de Hitler e de Trump, e de outros que bem conhecemos) é respeitadora das grandes decisões que promove

No momento de escrever estas linhas, numa outra ponta do ocidente, o mundo deposita as suas mãos numa perigosa figura de opereta que pode ditar-nos o futuro. Donald Trump sobe mais um degrau no pódio.

Repare-se como não escrevo que esse momento trágico – pois há operetas trágicas? – não dita a nossa sorte. Também não escrevo que ficamos abandonados à nossa sorte. Nem o farei. É que não se trata de recurso estilístico nem de uma opção literária. É antes uma leitura historiográfica: os grandes acontecimentos, como os pequenos, que alteram o curso do mundo raramente são concebidos pelo acaso e sorte é coisa de jogo, que aqui parece não figurar em nenhuma etapa do sistema.

O voto dos religiosos

Trump, para vencer, precisou de muito mais do que sorte: do voto popular, que todavia foi em maior quantidade para a candidata menos má da dupla, Hillary Clinton; do voto de 279 delegados do Colégio Eleitoral, do Senado, que por manigâncias da Lei ficaram subitamente perplexos: com o queijo e sobretudo com a faca na mão e com um rato ávido para os representar; com o apoio económico, do grande capitalismo norte-americano e dos seus interesses mundiais, que não investe para perder. Também contou com outros apoios não menos importantes.

Um deles, contrário aparentemente à lógica, foi o voto dos religiosos. Trump declarou-se presbiteriano e Hillary metodista. Segundo a ABC News, 81% dos evangélicos do país votaram em Trump e 16% em Hillary. Na Carolina do Norte, Trump superou Hillary (50% a 46%), o índice de votos para o republicano entre os evangélicos brancos foi de 78%. Houve quem escrevesse que a vitória de Trump foi “devida em larga medida a homens brancos evangélicos”.

Jerry Falwell Jr., presidente da Liberty University, uma instituição evangélica, afirmou que somente as lideranças dentro das denominações é que se dividiram em relação a Trump. “Os evangélicos já apoiavam amplamente Trump muito antes dos líderes o fazerem”, disse ao Christian Today.

Nada depende, portanto da sorte. E esses números – que são estatísticas assentes numa realidade que nos dói: um homem sem perfil moral, cuja imoralidade é visível num comportamento abertamente sexista, racista, xenófobo, diferenciador, ultraconservador e inumano, agrada mais que uma mulher que se declara a favor do casamento gay e da legalidade do aborto (até o nono mês de gestação), entre outras posições que agradam a imensas minorias mas não a quem domina o curso dos acontecimentos.

É que Trump tem o discurso capaz de agradar à zona de conforto dos puritanos, que ainda não entenderam que o mundo não é como o concebem. Hillary promoveu a revolta entre os cristãos (em especial depois do caso pouco explícito da leitura de e-mails de alguns membros de sua equipa de campanha.

John Podesta, o diretor da campanha da candidata, e Sandy Newman, da organização Voices for Progress, terão escrito nesse correio electrónico sobre “plantar as sementes da revolução” dentro da Igreja Católica, para favorecer uma “primavera católica” que encerre a “ditadura medieval” e dê início a “um pouco de democracia e respeito pela igualdade de gênero”. Michael Wear, conselheiro de Obama para os assuntos da religião, apontou erros à campanha de Hillary, em especial o envolver comunidades evangélicas e católicas numa sensibilidade de opção que ditaria a sua derrota.

Trump, básico e ignorante

O resultado está à vista: um homem básico, ignorante, que nem os Estados do seu país sabe apontar no mapa, que ainda se mostra incrédulo pelo resultado das eleições que não acreditava vencer, é agora um dos símbolos mais poderosos do mundo e parece querer soltar-se em corrida na loja de loiça de todos nós para partir o que nos resta do débil planeta que não sabemos respeitar (por exemplo, votando em coisas como Trump).

Como Hitler, também Trump chegou ao poder pelo voto do povo. E a democracia (ao contrário de Hitler e de Trump, e de outros que bem conhecemos) é respeitadora das grandes decisões que promove. As forças religiosas que votaram e estimularam a escolha de Trump estão agora momentaneamente satisfeitas e apaziguadas. Não tardará a sobrevir o arrependimento; Trump não é dos que conheçam o ser humano ou reconheçam com respeito a sua espiritualidade.

São forças muito fortes que não agem ao lado da sorte, estas dos interesses religiosos. Forças que obviamente nada têm a ver com a espontânea crença dos povos, mas com os seus profundos desígnios e interesses enquanto lideranças.

A partir de hoje, Trump terá quem ore por ele ou quem reze pela sua continuidade. É um pecador abençoado. Os povos não.

*Jornal Tornado

TRUMP TOMA POSSE COMO PR DOS EUA. ALIENADOS NORTE-AMERICANOS VITORIAM


AVISO: Este texto deve ser lido somente por adultos não impressionáveis porque contém palavras que desenham formas e conteúdos suscetiveis de provocar angustia, pavor e repulsão. Se tomarem a atitude de lerem a responsabilidade é de quem assim decidir.

Trump a ser entrevistado
Tem faltado por aqui pelo PG o Expresso Curto. As reclamações têm prosperado. Há os que perguntam a razão de pela manhã não trazermos ao PG o referido “café curto” escrito pelos jornalistas do Expresso. Ora se bem repararem o PG tem andado ao deus-dará, com uma penosa irregularidade que é fruto da indisponibilidade dos que o editam. Uns por doença, outros por preguiça, outros por falta de tempo por terem de labutar naquilo com que compramos os melões - o malfado dinheirinho que adquiriu tanta importância nesta sociedade capitalista e de consumo doentio, exacerbado, viciante e etc. Pronto. Está dada a satisfação sobre a irregularidade nas atualizações do PG.

E agora vamos ao que habitualmente chamamos de abertura para o Expresso Curto, que tem por servidor Nicolau Santos. E não é que o popular jornalista de laçarote em vez de gravata produziu um título terrível para começar?! Bem, mas disso mais a baixo vão inteirar-se. Pensem só que provavelmente o Nicolau tem razão e que nunca se deve duvidar das pessoas que espezinham as “coleiras” da gravata e usam um lacinho como o Papillon. É que o lacinho significa romper com o sistema boçal que é sustentado por uma caterva de assimilados estúpidos ou que para lá caminham. E isso só revela inteligência. É próprio das pessoas que pensam com a sua própria massa encefálica e não vão em “cantigas”. Há exemplos dos que usando lacinhos quando estudantes atingem quase o nirvana das notas excepcionais. Pois. Mas isso é da outra lavra. Adiante que se faz tarde.

Hoje é dia de São Donald Tramp, uma trampa de indivíduo que foi eleito por norte-americanos alcoolizados, repletos do fumo de charros, metanfetaminas, de cocaína, heroína e todo o arsenal dessas substâncias alienantes que os ajudam a suportar a asquerosa sociedade que têm desenvolvido e continuam a desenvolver com o objetivo de serem o mais carneiros possível e assim alinharem no rebanho que vota em quem não devem, dizem o que não devem e fazem o que não devem pelo resto do mundo. O que se traduz maioritariamente em desgraça, desgraça, desgraça. Mas é assim que se sentem bem, dominados por uma elite que lhes proporciona a “american horror story”. História de horror em que primam levá-la a todas as partes do mundo, a todos os povos.

E prontinho, hoje é dia de Trump. O velhaco que aos 70 anos, depois de andar quase toda a vida a tramar uns quantos, decidiu que quer tramar muitos mais e se possível o mundo inteiro, todos os povos. É hoje que ele toma posse como o 45º presidente dos EUA – que é como quem diz, o tipo que vem por mal ao mundo. Tanto ou mais que o ridículo e falsamente nobilizado  Barack Obama. Nobel da Paz da Treta que levou guerra e mais guerra, desgraça e mais desgraça a tantas partes do mundo.

Não por acaso na TSF o Fórum matinal de segunda a sexta-feira versou a tomada de posse do alarve Trump neste dia de sua posse como PR. Aqui: Fórum TSF: Com que expectativas encara a presidência de Trump? O programa já terminou, um pouco antes do meio-dia. E punha a questão aberta ao voto online. Perguntavam: “Há motivos de preocupação ou Donald Trump pode ser uma boa surpresa? Como avalia os alertas de que ele pode afetar a economia europeia, enfraquecer a NATO e alterar o equilíbrio internacional?” Resultado: 28% positiva – 70% negativa – 2% sem opinião.

E vão lá dizer isto aos norte-americanos drogados e alienados por aquela arquitetura de sistema em que vale tudo e até tirar olhos.

Já sabem. Saiu Obama vai entrar Trump na chamada Casa Branca, em Washington. Da merda ao cagalhão o pivete não tem diferença. E assim vai a grande potência global que leva o mal ao mundo como quem distribui pentes para os carecas, julgando-se superiores e muito sábios. Mas que grandes bestas!

Meus caros(as), aqui têm o Expreso Curto a seguir. Prova de que o mundo não é só composto por... trampa.

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Nicolau Santos - Expresso

Hoje é o primeiro dia da III Guerra

Bom dia.

Este é o seu Expresso Curto sem nenhum açúcar. E, por isso mesmo, amaríssimo.

Hoje toma posse como 45º Presidente dos Estados Unidos o multimilionário Donald Trump. E se cumprir tudo o que já prometeu até agora, iniciamos hoje mesmo a contagem decrescente para a III Guerra Mundial. Quanto à guerra mundial económica, essa já começou.

Parece-lhe tremendista? Bom, então veja o que Trump já disse sobre a China. Já criticou a política militar e cambial do Império do Meio. Já acusou os chineses de roubarem um drone norte-americano. Já ameaçou aplicar pesados impostos aos produtos chineses. Já disse que o aquecimento global é um mito inventado por Pequim para prejudicar a competitividade da indústria norte-americana. Já falou com a Presidente de Taiwan, o que nunca nenhum Presidente norte-americano tinha feito desde 1979, quando a China e os Estados Unidos reataram relações e Washington reconheceu que a ilha faz parte integrante do gigante asiático – e uma delegação de Taiwan estará na sua posse. E o que pensar das palavras de Rex Tillerson, o homem que vai comandar a diplomacia norte-americana, segundo as quais o acesso da China às ilhas artificiais equipadas com sistemas de defesa anti-aérea que está a construir no Mar do Sul “já não vai ser permitido”?

Chega-lhe para perceber que Trump elegeu a China, segunda maior economia mundial e a grande potência emergente do séx. XXI, como o inimigo a combater? Chega-lhe para perceber que os equilíbrios geoestratégicos em que assentou o mundo no pós-II Guerra Mundial vão implodir? É que há mais. Trump coloca em causa a importância da NATO, desvaloriza as Nações Unidas, disse que vai mudar a embaixada americana de Telavive para Jerusalém, quer que os europeus paguem muito mais para assegurar a sua defesa, prepara-se para rasgar o acordo nuclear que o Irão assinou com EUA, União Europeia, China e Rússia e pretende que o México suporte o custo de 25 mil milhões de dólares do muro que ele prometeu construir na fronteira entre os dois países. No plano económico, os EUA serão muito menos solidários com o mundo e muito mais virados para dentro. Além disso, Trump nega as teses do aquecimento global, vai anular os constrangimentos sobre a indústria de carvão e abrir áreas até agora protegidas à exploração de petróleo e gás de xisto através do “fracking”.

É que se chama virar de pernas para o ar o mundo que conhecemos até agora. O novo habitante da Casa Branca vai adotar políticas protecionistas e unilaterais, rasgar acordos internacionais e definir novos aliados e inimigos, deixando cair o papel dos Estados Unidos de garante da ordem internacional saído da II Guerra Mundial. O mundo que aí vem será muito diferente. Não há uma única razão para acreditar que será melhor. E tudo começa hoje às 12h00 na capital norte-americana, 17h00 de Lisboa.

Já agora, Internamente, oito em cada dez americanos pensa que o país está profundamente dividido, tanto como desde a guerra civil. Ontem, já houve uma grande manifestação em frente à Trump Tower, em Nova Iorque. Hoje está prevista uma manifestação reunindo milhares de pessoas em Washington, durante as cerimónias de posse.

OUTRAS NOTÍCIAS

O Iraque vai retirar o seu embaixador de Portugal, depois de as autoridades de Bagdad terem decidido não levantar a imunidade dos filhos do seu representante diplomático, que, como é conhecido, estão envolvidos num caso de agressão a um jovem português em Ponte de Sôr em agosto do ano passado. A decisão evita o incómodo de Lisboa ter de declarar o embaixador “persona non grata” – ou, quiçá, de tomar outra atitude mais drástica, que os descendentes de Viriato e Sertório não são de levar desaforo para casa. Entretanto, o embaixador já tinha acordado em pagar 12 mil euros relativos aos tratamentos hospitalares de Ruben Cavaco, além de mais 40 mil por danos morais. O Presidente da República, como não podia deixar de ser, também botou faladura, concordando com as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva – o diplomata iraquiano não tinha condições para continuar em Portugal.

A entrevista que Marcelo Rebelo de Sousa vai dar à SIC no domingo já provocou um dano colateral. É a primeira entrevista do Presidente da República após a sua eleição, há um ano, e passará no "Jornal da Noite". Marques Mendes, o comentador dominical da estação, vai antecipar o comentário para sábado.

É cada vez mais certo que a Taxa Social Única vai ser chumbada no Parlamento. Por isso, hoje o Presidente da República reúne com as associações patronais e na segunda com as centrais sindicais, numa derradeira tentativa para salvar o acordo de concertação social. Na ordem de trabalhos, um único tema, a TSU que, segundo o Jornal de Negócios, “arrisca ser o primeiro de muitos choques” entre os partidos que apoiam a atual solução governativa. O Diário de Notícias confirma: “Esquerda chumba qualquer alternativa à descida da TSU”. O i acrescenta: “Murro na mesa na TSU deu nova vida a Passos no PSD”.

A situação não escapou ao socialista Francisco Assis, que andava muito calado. Agora não perdeu o ensejo, ele que sempre foi contra a atual solução governativa: “É um sintoma muito nítido que o Governo a três acabou”, que cada vez vai haver mais instabilidade e que será necessário recorrer a eleições a curto prazo. Pedro Nuno Santos saiu-lhe ao caminho, afirmando que “Assis tem muita ânsia de mostrar que tinha razão” e convidando-o a debater o tema na sede do PS no Largo do Rato, recusando quer eleições antecipadas quer uma moção de confiança. Assis retorquiu, dizendo que Pedro Nuno Santos está “colonizado mentalmente pelo BE”. Pedro Nuno Santos lamenta “insultos”.

O primeiro-ministro esteve em Davos e veio de lá muito feliz. Encontrou no corredor a senhora Lagarde e ela fez aquela cara de quem não se lembra de onde é que o conhecia. O certo, contudo, é que António Costa entrou com ela para um gabinete (honi soit qui mal y pense…) mais os respetivos assessores e depois divulgou a boa nova ao mundo: "a primeira mensagem foi de congratulações" por Portugal ter tido "um resultado surpreendente para aquilo que eram as previsões iniciais do FMI" e pelo trabalho desenvolvido pelo executivo "não só para a consolidação orçamental, mas também para a criação de emprego, para o crescimento económico e para a estabilização do sistema financeiro". Ena! A Christine estava no dia em que é contra a austeridade!

A OCDE é que parou no tempo. Num balanço sobre as “Reformas no Mercado Laboral em Portugal 2011-2015”, divulgado esta ontem em Lisboa, a organização volta a insistir, não obstante as 450 medidas postas em prática pelo Governo PSD/CDS, à média de três por semana, na necessidade de flexibilizar ainda mais os despedimentos (coisa que já nem os patrões exigem e que o disparo do desemprego demonstra que não é nenhum obstáculo intransponível nesta matéria) e manifesta-se contra o aumento do salário mínimo, que considera demasiado elevado para a competitividade das empresas portuguesas. Mas depois dá uma mãozinha ao Governo e admite que a redução da Taxa Social Única para compensar subida do salário mínimo “ganha relevância” quando se discutem os 600 euros em 2019.

O México entregou ontem às autoridades dos Estados Unidos o líder do cartel de droga de Sinaloa, Joaquim "El Chapo" Guzman, depois de o Tribunal Superior do México ter recusado os recursos interpostos pelo seu advogado, nos quais o narcotraficante se opunha à extradição, anunciaram as autoridades mexicanas, em comunicado. Talvez por causa disto Trump faça um desconto no preço do muro…

Milhares de pessoas saíram ontem às ruas de Banjul, capital da Gâmbia, para celebrar a tomada de posse do Presidente Adama Barrow, que decorreu em Dacar, Senegal, e a entrada no país de uma coligação regional militar. A coligação regional militar pretende obrigar o chefe de Estado cessante, Yahya Jammeh, a deixar o poder. Segundo testemunhas dos festejos, uma multidão de cidadãos superou o medo de uma possível repressão do ditador e expressou a sua alegria perante o final de 22 anos de regime autoritário.

Cerca de três dezenas de pessoas podem ter morrido dentro do hotel Rigopiano, numa estância de esqui na região italiana de Abruzzo, soterrado por uma avalanche de neve.

O magistrado brasileiro Teori Zavascj, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal de Justiça, faleceu ontem, quando o pequeno avião em que se deslocava se despenhou no mar de Paraty, na Costa Verde do Rio de Janeiro, provocando quatro mortes. O presidente brasileiro, Michel Temer, decretou três dias de luto oficial.

O ator Miguel Ferrer, que integrou o elenco da série "NCIS (Investigação Criminal): Los Angeles" morreu sua casa, em Los Angeles, aos 61 anos, foi ontem anunciado. Na séria participa a atriz portuguesa Daniela Ruah.

O frio veio para ficar, pelo menos até domingo. Ontem nevou em Tavira e em Vila Real de Santo António, onde tal não acontecia há 63 anos. É por estas e por outras que o Trump diz que o aquecimento global é uma mentira inventada pelos chineses…

Se puder, hoje evite ir aos hospitais. É que os trabalhadores de saúde estão em greve durante todo o dia. A greve, contudo, não abrange nem médicos nem enfermeiros. Consultas e cirurgias podem ser afetadas. Os trabalhadores exigem o cumprimento dos horários de 35 horas, a admissão de novos profissionais (cerca de cinco mil a seis mil a nível nacional) e a negociação das carreiras.

O novo bastonário da Ordem dos Médicos é Miguel Guimarães, urologista, 54 anos, que defende uma “participação ativa” da instituição na definição das políticas públicas para o setor.

Finalmente, sobre a crise no Sporting, os jornais desportivos dividem-se. Para A Bola, “é cada vez mais fria a relação entre Jorge Jesus e Bruno de Carvalho” e o “técnico vai pedir esclarecimentos sobre a perda de poderes”. Ao contrário, o Record diz que os dois estão “Juntos até ao fim” e que o presidente convidou inclusive o treinador para a sua comissão de honra de recandidatura ao cargo. As eleições decorrem a 4 de março. O jornal garante ainda que “ao contrário do que circulava ontem nos bastidores, Vítor Pereira e Pedro Martins não foram equacionados” para substituir Jesus. Contudo, O Jogo garante que Vítor Pereira é o favorito para suceder a Jesus. Mas a notícia verdadeiramente inquietante para todos os sportinguistas é outra: o defesa-central Coates estará a caminho do Benfica, que já terá um acordo com o Sunderland e com o agente do jogador uruguaio com base num contrato por cinco anos e um salário anual de 1,4 milhões de euros anuais por época.

FRASES

“O Iraque comunicou que retira o embaixador de Lisboa. Não preciso de saber mais nada: nem o dia ou a hora do voo. Apenas preciso de saber que o embaixador é retirado de Lisboa. Naturalmente, não tem condições para permanecer”. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, fazendo voz grossa a Bagdad.

“[A discussão em torno da descida da Taxa Social Única] é um sintoma de que o governo a três acabou”. Manuela Ferreira Leite no seu comentário na TVI. Mas talvez as notícias da morte da atual situação governativa sejam um pouco exageradas. Aguardemos os próximos capítulos.

“Quando a marcha do progresso parecer lenta, lembrem-se: a América não é o projeto de uma única pessoa. A palavra mais poderosa da nossa democracia é a palavra ‘nós’. Nós, o povo. Nós vamos vencer. Sim, nós podemos”. Barack Obama na sua carta de despedida ao povo americano, deixando em muita gente em todo o mundo com uma lágrima no canto do olho.

“Soberbamente organizados e bem dirigidos, os insurrectos apanharam de surpresa o Governo. As forças leais ao Governo ofereceram pouca resistência (…)”. Henry Kissinger, secretário de Estado norte-americano, num memorando escrito a 29 de abril de 1974 para o Presidente Richard Nixon sobre o golpe de Estado que em Portugal derrubou a ditadura – e num surpreendente elogio a Otelo, Salgueiro Maia e aos capitães de Abril.

“A indústria automóvel dos Estados Unidos teria um mau despertar se todas as peças fornecidas, que não são fabricadas nos Estados Unidos, chegassem subitamente com uma taxa de 35%. Eu acredito que tornaria a indústria automóvel dos Estados Unidos mais fraca, pior e sobretudo mais cara. Eu esperaria até ver o que o Congresso tem a dizer quanto a isso, tendo em conta que está cheio de pessoas que pretendem o oposto de Trump”. Sigmar Gabriel, vice-chanceler alemão, mostrando que a Alemanha vai ser um osso duro de roer para os dentes de Trump, Bild.

O QUE FUI OUVIR. E O QUE ANDO A LER

O maestro e pianista João Balula Cid, 59 anos, morreu na madrugada de terça-feira em Lisboa, no Hospital da Luz. Dono de uma enorme sensibilidade e dum imenso talento, o João foi uma presença regular nos ecrãs televisivos, tendo participado em inúmeros programas. Em 2008, por falta de trabalho em Portugal, emigrou para a Noruega onde trabalhou numa empresa que produzia caras de bacalhau. Exigiu, contudo, que lhe pusessem à disposição um piano. Essa situação motivou que fosse capa da revista do Expresso, contando a sua aventura e falando sobre os temas que compôs, ainda não editados em disco. Balula Cid atuou em Portugal, Canadá, EUA, México, Espanha, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Itália, Suécia, Noruega, Inglaterra, Rússia, Cazaquistão, Região Especial de Macau, Timor-Leste, Austrália e Alemanha, onde, entre 1991 e 1992, foi diretor musical e pianista no Hotel Kempinski em Berlim. Vale a pena ouvir muitos dos discos que editou.

Quanto a leituras, ando a ler ora a biografia de Estaline, que o Expresso está a editar, ora “A gorda”, de Isabela Figueiredo. No primeiro caso, fica-se a saber pelo primeiro volume aquilo que acontece em todas as ditaduras: o líder acaba sempre rodeado pelos tipos mais mesquinhos e desprezíveis. Também se fica a saber que Estaline tinha um braço mais curto, que a sua mulher Nadia era provavelmente bipolar ou sofria de perturbações psíquicas e que ele tinha muitas dores de dentes. Não é um bom cocktail. Com as condições históricas ideais só podia dar no que deu: mais de dez milhões de camponeses deslocados ou mortos pela fome e pelo frio, milhares de supostos adversários fuzilados ou mandados para os goulags e um país economicamente devastado por políticas totalmente erradas. No caso de “A gorda”, recomendo vivamente que se comece pelo anterior livro de Isabela Figueiredo “Caderno de Memórias Coloniais”: agarra-nos do princípio ao fim, fica-se sem fôlego e não se larga o livro até ele acabar.

E pronto, está servido “o” Expresso Curto de 20 de janeiro de 2017, o dia em que Donald Trump toma posse como 45º presidente dos Estados Unidos e o mundo começa a dar passos para uma enorme catástrofe. Como é óbvio, espero bem estar enganado. Mas os sinais estão todos nas estrelas.

Até lá, contudo, agasalhe-se, aproveite o fim de semana para ler, descansar e conviver e pense que ainda vamos ter saudades desta vida tranquila que tivemos nos últimos 40 anos. Tenha um excelente fim-de-semana.

Mais lidas da semana