AVISO:
Este texto deve ser lido somente por adultos não impressionáveis porque contém
palavras que desenham formas e conteúdos suscetiveis de provocar angustia,
pavor e repulsão. Se tomarem a atitude de lerem a responsabilidade é de quem
assim decidir.
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Trump a ser entrevistado |
Tem
faltado por aqui pelo PG o Expresso Curto. As reclamações têm prosperado. Há os
que perguntam a razão de pela manhã não trazermos ao PG o referido “café curto”
escrito pelos jornalistas do Expresso. Ora se bem repararem o PG tem andado ao
deus-dará, com uma penosa irregularidade que é fruto da indisponibilidade dos
que o editam. Uns por doença, outros por preguiça, outros por falta de tempo
por terem de labutar naquilo com que compramos os melões - o malfado
dinheirinho que adquiriu tanta importância nesta sociedade capitalista e de
consumo doentio, exacerbado, viciante e etc. Pronto. Está dada a satisfação
sobre a irregularidade nas atualizações do PG.
E
agora vamos ao que habitualmente chamamos de abertura para o Expresso Curto,
que tem por servidor Nicolau Santos. E não é que o popular jornalista de
laçarote em vez de gravata produziu um título terrível para começar?! Bem, mas
disso mais a baixo vão inteirar-se. Pensem só que provavelmente o Nicolau tem
razão e que nunca se deve duvidar das pessoas que espezinham as “coleiras” da
gravata e usam um lacinho como o Papillon. É que o lacinho significa romper com
o sistema boçal que é sustentado por uma caterva de assimilados estúpidos ou que
para lá caminham. E isso só revela inteligência. É próprio das pessoas que
pensam com a sua própria massa encefálica e não vão em “cantigas”. Há exemplos
dos que usando lacinhos quando estudantes atingem quase o nirvana das notas
excepcionais. Pois. Mas isso é da outra lavra. Adiante que se faz tarde.
Hoje
é dia de São Donald Tramp, uma trampa de indivíduo que foi eleito por norte-americanos
alcoolizados, repletos do fumo de charros, metanfetaminas, de cocaína, heroína
e todo o arsenal dessas substâncias alienantes que os ajudam a suportar a
asquerosa sociedade que têm desenvolvido e continuam a desenvolver com o
objetivo de serem o mais carneiros possível e assim alinharem no rebanho que
vota em quem não devem, dizem o que não devem e fazem o que não devem pelo
resto do mundo. O que se traduz maioritariamente em desgraça, desgraça,
desgraça. Mas é assim que se sentem bem, dominados por uma elite que lhes
proporciona a “american horror story”. História de horror em que primam levá-la
a todas as partes do mundo, a todos os povos.
E
prontinho, hoje é dia de Trump. O velhaco que aos 70 anos, depois de andar
quase toda a vida a tramar uns quantos, decidiu que quer tramar muitos mais e
se possível o mundo inteiro, todos os povos. É hoje que ele toma posse como o
45º presidente dos EUA – que é como quem diz, o tipo que vem por mal ao mundo.
Tanto ou mais que o ridículo e falsamente nobilizado Barack Obama. Nobel da Paz da Treta que levou
guerra e mais guerra, desgraça e mais desgraça a tantas partes do mundo.
Não
por acaso na TSF o Fórum matinal de segunda a sexta-feira versou a tomada de
posse do alarve Trump neste dia de sua posse como PR. Aqui: Fórum
TSF: Com que expectativas encara a presidência de Trump? O programa já
terminou, um pouco antes do meio-dia. E punha a questão aberta ao voto online. Perguntavam: “Há
motivos de preocupação ou Donald Trump pode ser uma boa surpresa? Como avalia
os alertas de que ele pode afetar a economia europeia, enfraquecer a NATO e
alterar o equilíbrio internacional?” Resultado: 28% positiva – 70% negativa –
2% sem opinião.
E
vão lá dizer isto aos norte-americanos drogados e alienados por aquela
arquitetura de sistema em que vale tudo e até tirar olhos.
Já
sabem. Saiu Obama vai entrar Trump na chamada Casa Branca, em Washington. Da
merda ao cagalhão o pivete não tem diferença. E assim vai a grande potência
global que leva o mal ao mundo como quem distribui pentes para os carecas,
julgando-se superiores e muito sábios. Mas que grandes bestas!
Meus caros(as), aqui têm o Expreso Curto a seguir. Prova de que o mundo não é só composto por... trampa.
Mário
Motta / PG
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Nicolau
Santos - Expresso
Hoje
é o primeiro dia da III Guerra
Bom
dia.
Este é o seu Expresso Curto sem nenhum açúcar. E, por isso mesmo,
amaríssimo.
Hoje toma posse como 45º Presidente dos Estados Unidos o multimilionário Donald
Trump. E se cumprir tudo o que já prometeu até agora, iniciamos hoje mesmo a
contagem decrescente para a III Guerra Mundial. Quanto à guerra mundial
económica, essa já começou.
Parece-lhe tremendista? Bom, então veja o que Trump já disse sobre a China.
Já criticou a política militar e cambial do Império do Meio. Já acusou os chineses de roubarem um drone
norte-americano. Já ameaçou aplicar pesados impostos aos produtos
chineses. Já disse que o aquecimento global é um mito inventado por Pequim para
prejudicar a competitividade da indústria norte-americana. Já falou com a
Presidente de Taiwan, o que nunca nenhum Presidente norte-americano tinha feito
desde 1979, quando a China e os Estados Unidos reataram relações e Washington
reconheceu que a ilha faz parte integrante do gigante asiático – e uma delegação de Taiwan estará na sua posse. E o que
pensar das palavras de Rex Tillerson, o homem que vai comandar a diplomacia
norte-americana, segundo as quais o acesso da China às ilhas artificiais equipadas
com sistemas de defesa anti-aérea que está a construir no Mar do Sul “já não
vai ser permitido”?
Chega-lhe para perceber que Trump elegeu a China,
segunda maior economia mundial e a grande potência emergente do séx. XXI, como
o inimigo a combater? Chega-lhe para perceber que os equilíbrios
geoestratégicos em que assentou o mundo no pós-II Guerra Mundial vão implodir? É
que há mais. Trump coloca em causa a importância da NATO, desvaloriza as Nações
Unidas, disse que vai mudar a embaixada americana de Telavive para Jerusalém,
quer que os europeus paguem muito mais para assegurar a sua defesa, prepara-se
para rasgar o acordo nuclear que o Irão assinou com EUA, União Europeia, China
e Rússia e pretende que o México suporte o custo de 25 mil milhões de dólares
do muro que ele prometeu construir na fronteira entre os dois países. No plano
económico, os EUA serão muito menos solidários com o mundo e muito mais virados
para dentro. Além disso, Trump nega as teses do aquecimento global, vai anular
os constrangimentos sobre a indústria de carvão e abrir áreas até agora
protegidas à exploração de petróleo e gás de xisto através do “fracking”.
É que se chama virar de pernas para o ar o mundo que conhecemos até agora. O
novo habitante da Casa Branca vai adotar políticas protecionistas e
unilaterais, rasgar acordos internacionais e definir novos aliados e inimigos,
deixando cair o papel dos Estados Unidos de garante da ordem internacional
saído da II Guerra Mundial. O mundo que aí vem será muito diferente. Não há uma
única razão para acreditar que será melhor. E tudo começa hoje às 12h00 na
capital norte-americana, 17h00 de Lisboa.
Já agora, Internamente, oito em cada dez americanos pensa que o país está
profundamente dividido, tanto como desde a guerra civil. Ontem, já houve uma
grande manifestação em frente à Trump Tower, em Nova Iorque. Hoje está prevista
uma manifestação reunindo milhares de pessoas em Washington, durante as
cerimónias de posse.
OUTRAS
NOTÍCIAS
O Iraque vai retirar o seu embaixador de Portugal, depois de as autoridades de Bagdad terem decidido não levantar
a imunidade dos filhos do seu representante diplomático, que, como é
conhecido, estão envolvidos num caso de agressão a um jovem português em Ponte
de Sôr em agosto do ano passado. A decisão evita o incómodo de Lisboa ter de
declarar o embaixador “persona non grata” – ou, quiçá, de tomar outra atitude
mais drástica, que os descendentes de Viriato e Sertório não são de levar
desaforo para casa. Entretanto, o embaixador já tinha acordado em pagar 12 mil
euros relativos aos tratamentos hospitalares de Ruben Cavaco, além de mais 40
mil por danos morais. O Presidente da República, como não podia deixar de ser,
também botou faladura, concordando com as palavras do ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos Silva – o diplomata iraquiano não tinha condições
para continuar em Portugal.
A entrevista que Marcelo Rebelo de Sousa vai dar à SIC no domingo já provocou
um dano colateral. É a primeira entrevista do Presidente da República após a sua eleição,
há um ano, e passará no "Jornal da Noite". Marques Mendes, o
comentador dominical da estação, vai antecipar o comentário para sábado.
É cada vez mais certo que a Taxa Social Única vai ser chumbada no Parlamento.
Por isso, hoje o Presidente da República reúne com as associações patronais e
na segunda com as centrais sindicais, numa derradeira tentativa para salvar o
acordo de concertação social. Na ordem de trabalhos, um único tema, a TSU que,
segundo o Jornal de Negócios, “arrisca ser o primeiro de muitos choques” entre
os partidos que apoiam a atual solução governativa. O Diário de Notícias
confirma: “Esquerda chumba qualquer alternativa à descida da TSU”. O i
acrescenta: “Murro na mesa na TSU deu nova vida a Passos no PSD”.
A situação não escapou ao socialista Francisco Assis, que andava muito calado.
Agora não perdeu o ensejo, ele que sempre foi contra a atual solução
governativa: “É um sintoma muito nítido que o Governo a três acabou”, que cada
vez vai haver mais instabilidade e que será necessário recorrer a eleições a
curto prazo. Pedro Nuno Santos saiu-lhe ao caminho, afirmando que “Assis tem
muita ânsia de mostrar que tinha razão” e convidando-o a debater o tema na sede
do PS no Largo do Rato, recusando quer eleições antecipadas quer uma moção de
confiança. Assis retorquiu, dizendo que Pedro Nuno Santos está “colonizado
mentalmente pelo BE”. Pedro Nuno Santos lamenta “insultos”.
O primeiro-ministro esteve em Davos e veio de lá muito feliz. Encontrou no corredor a senhora Lagarde e ela fez
aquela cara de quem não se lembra de onde é que o conhecia. O certo, contudo, é
que António Costa entrou com ela para um gabinete (honi soit qui mal y pense…)
mais os respetivos assessores e depois divulgou a boa nova ao mundo: "a
primeira mensagem foi de congratulações" por Portugal ter tido "um
resultado surpreendente para aquilo que eram as previsões iniciais do FMI"
e pelo trabalho desenvolvido pelo executivo "não só para a consolidação
orçamental, mas também para a criação de emprego, para o crescimento económico
e para a estabilização do sistema financeiro". Ena! A Christine estava no
dia em que é contra a austeridade!
A OCDE é que parou no tempo. Num balanço sobre as “Reformas no Mercado Laboral
em Portugal 2011-2015”, divulgado esta ontem em Lisboa, a organização volta a
insistir, não obstante as 450 medidas postas em prática pelo Governo PSD/CDS, à
média de três por semana, na necessidade de flexibilizar ainda mais os
despedimentos (coisa que já nem os patrões exigem e que o disparo do
desemprego demonstra que não é nenhum obstáculo intransponível nesta matéria) e
manifesta-se contra o aumento do salário mínimo, que considera demasiado
elevado para a competitividade das empresas portuguesas. Mas depois dá uma mãozinha ao Governo e admite que a
redução da Taxa Social Única para compensar subida do salário mínimo “ganha
relevância” quando se discutem os 600 euros em 2019.
O México entregou ontem às autoridades dos Estados Unidos o líder do cartel de
droga de Sinaloa, Joaquim "El Chapo" Guzman, depois de o
Tribunal Superior do México ter recusado os recursos interpostos pelo seu
advogado, nos quais o narcotraficante se opunha à extradição, anunciaram as autoridades mexicanas, em comunicado. Talvez
por causa disto Trump faça um desconto no preço do muro…
Milhares de pessoas saíram ontem às ruas de Banjul, capital da Gâmbia, para
celebrar a tomada de posse do Presidente Adama Barrow, que decorreu em Dacar,
Senegal, e a entrada no país de uma coligação regional militar. A coligação
regional militar pretende obrigar o chefe de Estado cessante, Yahya Jammeh, a
deixar o poder. Segundo testemunhas dos festejos, uma multidão de cidadãos
superou o medo de uma possível repressão do ditador e expressou a sua alegria perante o final de 22 anos de regime
autoritário.
Cerca de três dezenas de pessoas podem ter morrido dentro do hotel Rigopiano,
numa estância de esqui na região italiana de Abruzzo, soterrado por uma avalanche de neve.
O magistrado brasileiro Teori Zavascj, relator da operação Lava Jato no Supremo
Tribunal de Justiça, faleceu ontem, quando o pequeno avião em que se deslocava se despenhou no mar de Paraty, na Costa Verde do Rio de
Janeiro, provocando quatro mortes. O presidente brasileiro, Michel Temer, decretou três
dias de luto oficial.
O ator Miguel Ferrer, que integrou o elenco da série "NCIS (Investigação
Criminal): Los Angeles" morreu sua casa, em Los Angeles, aos 61 anos, foi ontem anunciado. Na séria participa a atriz portuguesa
Daniela Ruah.
O frio veio para ficar, pelo menos até domingo. Ontem nevou em Tavira e em Vila Real de Santo António,
onde tal não acontecia há 63 anos. É por estas e por outras que o Trump diz que
o aquecimento global é uma mentira inventada pelos chineses…
Se puder, hoje evite ir aos hospitais. É que os trabalhadores de saúde
estão em greve durante todo o dia. A greve, contudo, não abrange nem
médicos nem enfermeiros. Consultas e cirurgias podem ser afetadas. Os
trabalhadores exigem o cumprimento dos horários de 35 horas, a admissão de
novos profissionais (cerca de cinco mil a seis mil a nível nacional) e a
negociação das carreiras.
O novo bastonário da Ordem dos Médicos é Miguel Guimarães, urologista, 54 anos,
que defende uma “participação ativa” da instituição na definição das políticas
públicas para o setor.
Finalmente, sobre a crise no Sporting, os jornais desportivos dividem-se.
Para A Bola, “é cada vez mais fria a relação entre Jorge Jesus e Bruno de
Carvalho” e o “técnico vai pedir esclarecimentos sobre a perda de poderes”. Ao
contrário, o Record diz que os dois estão “Juntos até ao fim” e que o
presidente convidou inclusive o treinador para a sua comissão de honra de
recandidatura ao cargo. As eleições decorrem a 4 de março. O jornal garante
ainda que “ao contrário do que circulava ontem nos bastidores, Vítor Pereira e
Pedro Martins não foram equacionados” para substituir Jesus. Contudo, O Jogo
garante que Vítor Pereira é o favorito para suceder a Jesus. Mas a notícia
verdadeiramente inquietante para todos os sportinguistas é outra: o defesa-central
Coates estará a caminho do Benfica, que já terá um acordo com o Sunderland e
com o agente do jogador uruguaio com base num contrato por cinco anos e um
salário anual de 1,4 milhões de euros anuais por época.
FRASES
“O Iraque comunicou que retira o embaixador de Lisboa. Não preciso de saber
mais nada: nem o dia ou a hora do voo. Apenas preciso de saber que o embaixador
é retirado de Lisboa. Naturalmente, não tem condições para permanecer”. Augusto
Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, fazendo voz grossa a Bagdad.
“[A discussão em torno da descida da Taxa Social Única] é um sintoma de que o
governo a três acabou”. Manuela Ferreira Leite no seu comentário na
TVI. Mas talvez as notícias da morte da atual situação governativa sejam um
pouco exageradas. Aguardemos os próximos capítulos.
“Quando a marcha do progresso parecer lenta, lembrem-se: a América não é o
projeto de uma única pessoa. A palavra mais poderosa da nossa democracia é a
palavra ‘nós’. Nós, o povo. Nós vamos vencer. Sim, nós podemos”. Barack
Obama na sua carta de despedida ao povo americano, deixando em muita gente
em todo o mundo com uma lágrima no canto do olho.
“Soberbamente organizados e bem dirigidos, os insurrectos apanharam de surpresa
o Governo. As forças leais ao Governo ofereceram pouca resistência (…)”. Henry
Kissinger, secretário de Estado norte-americano, num memorando escrito a 29 de
abril de 1974 para o Presidente Richard Nixon sobre o golpe de Estado que em
Portugal derrubou a ditadura – e num surpreendente elogio a Otelo, Salgueiro
Maia e aos capitães de Abril.
“A indústria automóvel dos Estados Unidos teria um mau despertar se todas as
peças fornecidas, que não são fabricadas nos Estados Unidos, chegassem
subitamente com uma taxa de 35%. Eu acredito que tornaria a indústria automóvel
dos Estados Unidos mais fraca, pior e sobretudo mais cara. Eu esperaria até ver
o que o Congresso tem a dizer quanto a isso, tendo em conta que está cheio de
pessoas que pretendem o oposto de Trump”. Sigmar Gabriel, vice-chanceler
alemão, mostrando que a Alemanha vai ser um osso duro de roer para os dentes de
Trump, Bild.
O QUE FUI OUVIR. E O QUE ANDO A LER
O maestro e pianista João Balula Cid, 59 anos, morreu na madrugada de
terça-feira em Lisboa, no Hospital da Luz. Dono de uma enorme sensibilidade e
dum imenso talento, o João foi uma presença regular nos ecrãs televisivos,
tendo participado em inúmeros programas. Em 2008, por falta de trabalho em
Portugal, emigrou para a Noruega onde trabalhou numa empresa que produzia caras
de bacalhau. Exigiu, contudo, que lhe pusessem à disposição um piano. Essa
situação motivou que fosse capa da revista do Expresso, contando a sua aventura
e falando sobre os temas que compôs, ainda não editados em disco. Balula Cid
atuou em Portugal, Canadá, EUA, México, Espanha, França, Bélgica, Países
Baixos, Luxemburgo, Itália, Suécia, Noruega, Inglaterra, Rússia, Cazaquistão,
Região Especial de Macau, Timor-Leste, Austrália e Alemanha, onde, entre 1991 e
1992, foi diretor musical e pianista no Hotel Kempinski em Berlim. Vale a pena
ouvir muitos dos discos que editou.
Quanto a leituras, ando a ler ora a biografia de Estaline, que o Expresso
está a editar, ora “A gorda”, de Isabela Figueiredo. No primeiro caso, fica-se
a saber pelo primeiro volume aquilo que acontece em todas as ditaduras: o líder
acaba sempre rodeado pelos tipos mais mesquinhos e desprezíveis. Também se fica
a saber que Estaline tinha um braço mais curto, que a sua mulher Nadia era
provavelmente bipolar ou sofria de perturbações psíquicas e que ele tinha
muitas dores de dentes. Não é um bom cocktail. Com as condições históricas
ideais só podia dar no que deu: mais de dez milhões de camponeses deslocados ou
mortos pela fome e pelo frio, milhares de supostos adversários fuzilados ou
mandados para os goulags e um país economicamente devastado por políticas
totalmente erradas. No caso de “A gorda”, recomendo vivamente que se
comece pelo anterior livro de Isabela Figueiredo “Caderno de Memórias
Coloniais”: agarra-nos do princípio ao fim, fica-se sem fôlego e não se larga o
livro até ele acabar.
E pronto, está servido “o” Expresso Curto de 20 de janeiro de 2017, o dia em
que Donald Trump toma posse como 45º presidente dos Estados Unidos e o mundo
começa a dar passos para uma enorme catástrofe. Como é óbvio, espero bem estar
enganado. Mas os sinais estão todos nas estrelas.
Até lá, contudo, agasalhe-se, aproveite o fim de semana para ler, descansar e
conviver e pense que ainda vamos ter saudades desta vida tranquila que tivemos
nos últimos 40 anos. Tenha um excelente fim-de-semana.