segunda-feira, 8 de maio de 2017

PORTUGAL À SOMBRA DE AMBIGUIDADES AINDA NÃO ULTRAPASSADAS – IV


Martinho Júnior | Luanda 

Em saudação aos 60 anos do MPLA, aos 52 anos da passagem do Che por África e aos 43 anos do 25 de Abril… e assinalando os 50 anos do início do “Exercício ALCORA” e os 50 anos do início da Guerra do Biafra.

7- As primeiras operações em África após a IIª Guerra Mundial, em que foram evocadas e usadas“coberturas humanitárias” para fazer a guerra (o que corresponde a uma verdadeira “banca de ensaios” para o que se passa hoje com as sucessivas intervenções da NATO e do Pentágono no mundo) foram realizadas por via dos suportes do colonialismo português e do “apartheid” a intervenções mercenárias no Congo e no Biafra num jogo que possibilitava também o uso de forças regulares.

O francês Bérnard Kouchner, fundador dos Médicos Sem Fronteira e Médicos do Mundo, iniciou-se no Biafra (1967/1970) como médico da Cruz Vermelha Internacional e, ao longo de décadas, foi refinando os conceitos de ajuda humanitária, enquadrando-os por fim nas regras do capitalismo neoliberal, aproximando-se até de George Soros e sendo um dos mentores do “direito a proteger”que levaram à ingerência agressiva na Líbia em 2011 e na Síria desde 2013, aproveitando a“Primavera Árabe” e o mosaico étnico e religioso sírio (um processo de tentativa de balcanização), num processo que conduziu ao caos e ao terrorismo da conveniência dos neoconservadores do núcleo duro de falcões da aristocracia financeira mundial na Líbia, por todo o Sahel (até à Nigéria e República Centro Africana) e na Síria como no Iémen (encadeado de guerras correntes no Oriente Médio)…

No Congo, no início da década de 60 do século passado, foi o território angolano (sob o beneplácito das autoridades coloniais portuguesas) que foi utilizado para o fluxo mercenário na direcção ao Katanga, Kassai e Kivu.

Em direcção ao Biafra (1967/1970) a ilha de São Tomé foi o território “privilegiado”, cobrindo a maior parte das operações mercenárias com a ajuda humanitária, mas também houve acções a partir de Lisboa e de Bissau, algumas delas passando por “corredores especiais” em África.

No livro “A guerra secreta de Salazar em África – Aginter Press, uma rede internacional de contrassubversão e espionagem sediada em Lisboa”, o diplomata que é seu autor, José Duarte de Jesus, que esmera nas referências às comunicações e contactos diplomáticos na forja dos planos relativos ao Biafra, detalha:

“Havia um triângulo de ajuda estabelecida ao Biafra – Lisboa-São Tomé-Biafra.

Fernando Pó, como entreposto para a ajuda espanhola e a Guiné-Bissau constituíam pontos de apoio ao triângulo”…

Angola seria depois o território-albergue dos “gendarmes Katangueses” (os “Fieis”), tal como para alguns dos rescaldos da saga “barotse” da Zâmbia (os “Leais”), nomes escolhidos a dedo para quem tão frequentemente evocava a “civilização cristã-ocidental”.

Alguns investigadores explicam que o mercenarismo em África resultou do final do que tem sido considerada como Guerra Fria, o que não é verdade… chegariam à minha conclusão se tivessem observado as pistas doutrinárias e ideológicas, como as pistas (sequelas) dos colonialismos francês, britânico, belga e português, assim como do “apartheid” nas suas origens, relacionamentos e derivas em África, incluindo as pistas dos seus serviços diplomáticos e de inteligência.

Portugal | ESTAVA-SE MESMO A VER


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Há sete meses (10/10), concluía do seguinte modo a crónica que aqui publiquei: "Vai daí o desejo de Moreira: o PS apresenta a sua própria lista, segurando parte do seu eleitorado (impedindo que o mesmo, órfão de candidatura, se transfira para a Esquerda) e permitindo a sua afirmação à Direita. E, após as eleições, novo acordo de governação [com o PS]".

O que não previa é que o divórcio fosse tão "feio", apesar das palavras doces que o pontuaram... Rui Moreira procurou sair por cima, afirmando a sua "independência" e a "coragem" de rejeitar o apoio do PS a bem dos "princípios". Tudo mensagens positivas para si próprio. O problema é que temos memória. É que, para Rui Moreira, o que estava em causa não era a sua independência, nem sequer a constituição das listas. O seu problema, como aqui escrevi em outubro, é que um apoio do PS e o envolvimento na lista do líder da Distrital do PS no Porto, ainda por cima com Governo PS sustentado à Esquerda, criava anticorpos no seu eleitorado tradicional - a Direita -, para mais numa altura em que se zangou com Rui Rio, que foi o seu mentor e principal sustentáculo há quatro anos. É que Moreira pode, agora, clamar que o seu número dois será um "independente", mas há quatro anos esse número dois foi um dirigente do CDS. E não podemos esquecer que Portas, na noite das eleições, disse que "a vitória de Rui Moreira é também vitória do CDS/PP". Ou que Daniel Bessa, presidente da Assembleia Municipal do Porto eleito nas listas de Moreira, se demitiu afirmando que "há CDS a mais na Câmara do Porto!". Rejeitou Rui Moreira o apoio do CDS? Não! O que demonstra que o problema não são as "interferências" do PS, mas sim o seu calculismo político... Ficou, no entanto, a conhecer-se uma nova faceta de Rui Moreira: não lhe custa "queimar" os seus amigos (como Pizarro) quando estão em causa os seus interesses.

Quanto a Pizarro, e utilizando uma metáfora como a que ele usou ("mais vale uma boa amizade do que um casamento em que uma das partes não está interessada"), espero que tenha percebido que a paixão assolapada que dedicou a Moreira o transformou em vítima permanente de maus-tratos. Tudo lhe perdoando, embevecido: o desrespeito por Carla Miranda e as sucessivas desconsiderações de Correia Fernandes, ambos eleitos pelo PS; e a suprema humilhação de, para casar, ter de abdicar do seu programa eleitoral, comprometendo-se a cumprir o programa eleitoral de Moreira! Como todos os casos de violência familiar, só podia acabar mal, e este pontapé no rabo a quem tão a jeito se colocou é o corolário lógico de tanto rebaixamento.

Pizarro que, notoriamente, e por tudo o que se passou nestes quatro anos, não é o melhor candidato para o PS. Mas que Costa castigou: "Já que nos meteste nesta alhada, agora desenrasca-te!"... Na certeza de que, em outubro, será o cordeiro sacrificado...

Até lá, continuará a cumprir o programa de Moreira?! Para, cá fora, dizer que é alternativa? Há limites para a vergonha.

* Engenheiro

Brasil | Assassinato de Rosalina Ribeiro | Foram as "subtilezas" que "tramaram" Duarte Lima


É pelas "subtilezas" que a investigação considera que Duarte Lima matou Rosalina.

Foi um crime que deu muito que falar. O assassinato de Rosalina Ribeiro, a viúva do milionário Tomás Feteira, no Brasil, deu origem a um livro, sobre a investigação. 

"Rio Derradeiro" é hoje apresentado, em Lisboa.

O livro é escrito pelo jornalista português Carlos Diogo Santos e por Aurílio Nascimento, Comissário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que liderou a investigação.

Em entrevista à TSF, ao jornalista Ricardo Oliveira Duarte, os dois autores revelaram que a obra conta o que foi muitas vezes noticiado, mas também os bastidores da investigação.

A apresentação de Rio Derradeiro acontece esta segunda-feira às 21h na FNAC do Colombo, em Lisboa.

TSF

ONU EXPRESSA PREOCUPAÇÃO COM INDÍGENAS NO BRASIL


ONU pedem que ataque no Maranhão seja investigado com rigor e rapidamente, e exigem proteção a vítimas e testemunhas. Incidente deixou ao menos 13 feridos

Em meio à recente onda de violência contra indígenas no Brasil, a ONU afirmou estar preocupada com o grave ataque que ocorreu no Povoado de Bahias, em Viana, Maranhão. Ao menos 13 membros da etnia gamela ficaram feridos.

"A ONU conclama que as investigações sejam conduzidas com rigor pelas autoridades públicas, estabelecendo tolerância zero a quaisquer formas de redução da gravidade das violências contra os povos indígenas e impunidade de agressores", afirmou em comunicado divulgado nesta quinta-feira (04/05).

A organização pediu ainda que a investigação seja imparcial e rápida e exigiu que as vítimas e testemunhas recebam proteção a eventuais ameaças. A ONU Brasil destacou que os direitos indígenas estão em risco.

"As Nações Unidas se solidarizam com as vítimas e manifestam a sua disposição em apoiar o Estado brasileiro na condução de medidas para a eliminação do racismo, discriminações étnicas, expressões de ódio, violências e violações de direitos dos povos indígenas", completou no comunicado.

O ataque no último domingo (30/04) ocorreu quando os indígenas deixavam uma área retomada por eles no último dia 28. Eles foram surpreendidos por um grupo de 200 homens ligados aos agricultores locais, munidos de machados e armas de fogo. O território reivindicado pelo povo gamela é um dos que não foi demarcado pela Funai.

Os indígenas da etnia gamela afirmam que as terras, sobre as quais há um litígio, lhes foram doadas no período colonial, mas que eles foram expulsos a partir dos anos 1970 na sequência da expansão agrícola. Desde 2015, eles ocuparam novamente alguns destes territórios, o que gerou um confronto com fazendeiros.

Os gamelas não são a única etnia que sofrem ameaças. Em 2015, pelo menos 137 índios foram assassinados no Brasil, elevando a 891 o número de mortos desde 2003, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Carta Maior | Publicado originalmente no site dw.com

Angola | IGREJA SUBSERVIENTE É IDÊNTICA A UMA IGREJA SEM FÉ


Raul Diniz, opinião

Não existe dúvida alguma que o regime sustentado pelo MPLA fulminou com um tiro certeiro o âmago sensorial da igreja, com o único objectivo de enfraquecê-la e torná-la vulnerável para impedi-la de movimentar-se em múltiplos apoios que eventualmente pudessem ser contrários a criação do regime expansionista idealizado pelo ditador José Eduardo dos Santos, há 38 ininterruptos anos no poder.

A igreja apesar subserviente e fortemente debilitada, mesmo ferida de morte e ter perdido a sua sabedoria milenar, ela pôde e fará com toda certeza a diferença. A igreja pôde até ter perdido a direcção certa e habitar na temporariamente na escuridão, ela vai com toda certeza despertar do sono do tempo e fazer a diferença no xadrez político-social angolano.

O despertar da igreja é inevitável, está escrito que tudo o que vem de Deus a Deus pertence, quero afirmar que a igreja angolana jamais terá como deus um simples e mero ditador mortalmente atingido pelo câncer da vida terrena. A natureza da igreja de Deus é pendor divino e está contaminada pela essência purificante do sobrenatural. Só quem vem de Deus e está com Deus entende que o autor e consumador da nossa fé é o senhor Jesus que nos transformou na sua morada enquanto igreja somos na terra. Pretendo aclarar que existe um consenso é hermenêutico, que a salvação vem pela fé e por sua vez a fé provem do ouvir a palavra de Deus. igreja é de Cristo Jesus, e sem Ele não há salvação para nenhum mortal.

Por outro lado, a igreja mesmo cega, fraca, frágil e pecadora já percebeu que Angola é considerada pela militância dos CAPs como o seu olimpo e que o seu deus se chama José Eduardo dos Santos, esse não é o Deus abençoador e pai de Cristo Jesus, ademais nós os cristãos não cremos que o (VERMELHO DA BANDEIRA DO MPLA) significa o sangue de Cristo vertido na cruz no monte das caveiras, somente um tolo doente feito reverendo mentiroso bajulador pensa e fala tais bojardas tagareladas.

ANGOLANOS DESCONTENTES COM IMPRENSA ESTATAL ADMITEM RECORRER AO SUPREMO


Os cidadãos angolanos que interpuseram uma ação judicial junto do Tribunal Provincial de Luanda, contra a comunicação social pública de Angola, partiram para uma "ação cautelar", para que obtenham em 72 horas resposta do tribunal.

Na denúncia, o grupo de cidadãos acusam a comunicação social pública angolana de favorecer o MPLA, partido no poder, na cobertura noticiosa das ações partidárias, no âmbito da pré-campanha para as eleições de 23 de agosto, "em detrimento dos outros partidos, queixando-se sobretudo da Televisão Pública de Angola (TPA), Rádio Nacional de Angola (RNA) e Jornal de Angola (JA).

Em declarações hoje à agência Lusa, uma das integrantes deste grupo, Albertina Navemba, deputada da UNITA, maior partido da oposição, informou que deu entrada quinta-feira uma ação cautelar no Tribunal Provincial de Luanda, e vão aguardar por uma resposta em 72 horas.

"Nós vamos aguardar até completar o período, para que, sem uma resposta, nós passemos para o Tribunal Supremo", indicou Albertina Navemba.

Para Albertina Navemba, o tratamento "diferenciado" que a TPA, RNA e o JA dão aos partidos políticos na oposição, "favorecendo" o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), "configura-se num desrespeito à lei", por serem "património público e de contribuição dos cidadãos angolanos".

França | ATIVISTAS MANIFESTAM-SE CONTRA POLÍTICAS CAPITALISTAS DE MACRON




As manifestações foram convocadas por diversas organizações, nomeadamente a CGT.

Várias centenas de pessoas começaram a reunir-se ao início desta tarde, na Praça da República, em Paris, para protestarem contra o novo Presidente eleito, Emmanuel Macron.

A manifestação foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT). A RTP 3 avança que pelo menos nove pessoas foram detidas depois de confrontos entre manifestantes e a polícia.

Os ativistas, que se denominam como uma "frente social" contra as políticas capitalistas, protestam sobretudo contra as reformas que Macron propõe para França, nomeadamente em questões laborais.

Foi também convocado um grande número de forças de segurança para os locais onde estão previstas as manifestações.

Gabriel Pornet, jornalista do Libération, está no local e retratou na rede social Twitter a situação.

Notícias ao Minuto

“MACRON É O PROLONGAMENTO DA CLASSE POLÍTICA DAS OLIGARQUIAS DA TROIKA EUROPEIA”


Olá, este é o Curto do costume. Pois foi, em vez de bom dia dizemos olá. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (como diz o poeta). Não temos vontade de vos saudar com um bom dia devido ao adiantado da hora, para isso diríamos boa tarde, que seria o correto. Mas não, um sonoro olá é um mimo de fazer crescer a simpatia e a empatia. Note, até estamos a sorrir para si.

Por sorriso, lá se vai ele quando concluímos que os resultados eleitorais em França foram o que se esperava: ou vencia um ou outro dos candidatos à direita. Ou Le Pen ou Macron. Como sabem foi Macron, o banqueiro. Disso já tem no PG água pelas barbas no texto que se segue ao Curto, do Expresso. Andam todos muito contentinhos por via da vitória de Macron. Está bem, depois falamos. Daqui por uns meses ou um ano (no máximo) de certeza que já haverá desilusões nos tais contentinhos de agora, Pois. Macron vai alinhar à direita, bem à direita. Não julguem que esta afirmação é exagerada. Pensem. Quem é aquele Macron? Pois.

Uma amiga, Mercedes Rodriguez Perez, abordou no Facebook a eleição de Macron “banqueiro uma vez, banqueiro toda a vida”, dizemos nós. Diz ela: “Este homem, suportado pelas grandes empresas e porta-estandarte do neoliberalismo será o encarregado de abrir as portas do fascismo na França daqui a 5 anos.”

Mais ainda: “Macron é o prolongamento da classe política das oligarquias da Troika Europeia e sua defesa dos poderosos. Em prejuízo das classes trabalhadoras continuará a aumentar as graves divisões sociais e culturais no país vizinho... Sopram ventos obscuros para todos.” Pois sopram.

É verdade. Teremos oportunidade de testemunhar.

Olá, adeusinho e até ao nosso regresso. Amanhã. Leia o Curto, pela mão de João Silvestre, do Expresso (só pode), aparentemente todo contentinho por Macron. Aliás, estas exultações Macron fazem mesmo parte do interesse do sistema glutão das liberdades, da democracia, dos direitos dos cidadãos. O João, como tantos outros, fica muito bem na “fotografia”. Daqui por uns tempos logo veremos se está ou não todo esborratado… Pois.

MM | PG

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