quarta-feira, 28 de junho de 2017

SÉCULOS DE SOLIDÃO – I



Martinho Júnior | Luanda 

Aproxima-se a data do lançamento do terceiro livro em que comparticipo, desta feita com Leopoldo Baio, que foi o Director do desaparecido semanário “ACTUAL”.

O livro “Angola – Séculos de solidão – do colonialismo à democracia – cronologia histórica baseada numa pesquisa analítica” vai ser lançado em Angola pela Editora LeArtes, com uma tiragem de 1000 exemplares, com produção duma gráfica de Luanda e em resultado de alguns financiamentos locais.

Foi graças ao esforço e à tenacidade de Leopoldo Baio que o livro dá à estampa.

O livro enquadra-se, em época eleitoral, na necessidade de reforçar as linhas progressistas do MPLA, tendo em conta muitas lições que nos acodem não só do seu passado de luta, mas também e inclusive da contemporaneidade.

Das mais terríveis experiências vividas, no presente cabe aos patriotas progressistas angolanos recolher as lições, de modo a que a independência, a soberania, a paz e a democracia tão duramente alcançadas sejam não só defendidas, mas também que com inteligência se vão abrindo os caminhos de futuro com a dignidade que o povo angolano, todos s povos africanos e a humanidade merecem.

Mantenho a necessidade de se seguir a trilha que advém do Movimento de Libertação em África, integrando uma lógica com sentido de vida capaz de lutar contra o subdesenvolvimento crónico que é um dos resultados antropológicos e históricos da longa treva colonial e isso só será possível em paz e mobilizando a inteligência, a juventude, as universidades e todos aqueles patriotas que podem dar suas contribuições nos termos duma geoestratégia de desenvolvimento sustentável que poderá ser um caminho para os próximos séculos, revertendo duma vez por todas os “séculos de solidão”.

Assim vou destacar, antes de sua apresentação, alguns dos trechos que compõem o livro!

COM O DIABO NO CORPO | Salve-se o homem



Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

Fui sabendo da desgraça à distância de um oceano inteiro. A catástrofe de Pedrógão Grande rebentara de mãos dadas com a primeira hora da minha primeira manhã em Havana. Escrevi a crónica da passada semana no hall do hotel, sobre o fogo, com o coração na manhã que despontava e embriagado pelo gelo de um ar condicionado frigo-guerrilha de Caribe.

Lá fora chovia copiosamente, como ainda não havia chovido este ano, asseguravam-me. Saí da cidade, procurei o mar e desejei desligar da síndrome-galo-de-Barcelos-tic-tac, bomba-relógio, quando senti que alguns procuraram encontrar culpados mal acabassem de contar as vítimas. Passaram alguns dias e Cuba, afinal, não conseguiu a minha vitória final para sempre. Regresso a Portugal e a primeira notícia-manchete é a de Passos Coelho e os seus suicídios-fantasma. Não sobre o seu suicídio político, já requentado: era mesmo sobre os seus particulares suicídios anónimos por confirmar. Fazemos todos um esforço enorme por esquecer Passos mas ele não permite.

O líder da Oposição resvalou para um sítio sem pé, amarrou-se nas palavras, afundou a pés juntos e nem no momento em que, pedindo desculpa, procurava respirar na linha de água percebeu a gravidade do que fizera. Não só do que disse, mas sobretudo do que pretendia dizer e ligar. Politicamente, revela um homem em desespero e em fuga para a frente, à solta porque se sente sozinho. Não alinho no assassinato de carácter, não acredito que seja um homem obstinado a ganhar votos à custa da ignomínia. Passos Coelho, por enorme infelicidade, teve só um comportamento de abutre.

Passos pediu desculpa por um equívoco, mas a gravidade não reside no engano. A gravidade sente-se na intenção. É totalmente absurdo que alguém, no rescaldo duma tragédia desta dimensão, noticie um suicídio para no segundo seguinte ter necessidade de o confirmar, olhando para trás a procurar companhia: está confirmado, não está? Mas totalmente inaceitável, o que não está ao alcance da desculpa, é que alguém fale em suicídio naquelas circunstâncias, como um portador-aprendiz de notícias fresquinhas mas tristes. Passos parece um homem que necessita desesperadamente de apoio político para evitar pedir apoio psicológico. E apesar de ninguém no partido querer avançar antes das Autárquicas, alguém o deveria intimar a desistir do país quando o partido já desistiu dele há muito, poupando-nos - a nós e a mais um dos seus casacos - à torpe visão da sua bandeirinha do tempo da PàF. É um apelo. Passos perdidos. Salve-se o homem agora que morreu o político.

O autor escreve segundo a antiga ortografia

Músico e advogado

Com acréscimo parcial do título no PG

Governo timorense aprova apoio de 1,5 milhões de dólares para vítimas de fogos em Portugal





Díli, 27 jun (Lusa) - O Governo timorense aprovou hoje um pacote de assistência de 1,5 milhões de dólares (1,33 milhões de euros) em ajuda humanitária para apoio às vítimas dos incêndios florestais deste mês.

Avelino Coelho, secretário de Estado do Conselho de Ministros, disse aos jornalistas que a decisão foi aprovada na reunião de hoje do Governo que renovou os votos de pesar para os familiares das vítimas dos fogos.

Os fundos serão contabilizados no componente de apoio humanitário do Orçamento do Estado de 2017.

Pelo menos 64 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas em resultado do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, chegando depois aos distritos de Castelo Branco e Coimbra.

O incêndio consumiu cerca de 26.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, destruindo várias casas e outros bens privados.

A RAPAZIADA SERVIL DO PASSOS | Comunicação social



Ana Alexandra Gonçalves *

A desgraça que se abateu sobre o país serviu para mostrar a debilidade das florestas portuguesas, mas teve também o mérito de mostrar a verdadeira face da comunicação social. Em bom rigor não há novidade quer no que diz respeito ao primeiro assunto como ao segundo. 

Depois de dias de exploração do assunto, não raras vezes recorrendo a formas pouco dignas de tratamento das notícias, é agora tempo dos fazedores de opinião afectos ao anterior governo fazerem das suas.

Assim, aponta-se o dedo ao Executivo de António Costa, clamando-se pela demissão da ministra da Administração Interna. Assim, aproveita-se a tragédia para atacar o Governo: má preparação, incúria, opções políticas erradas - tudo terá começado e terminado com António Costa. Mesmo questões difíceis de abordar como o SIRESP - resultado da promiscuidade entre PSD e o famigerado BPN - são responsabilidade do actual governo.

Ou seja esqueçamos, convenientemente, os bons resultados económicos, que tantas dores de cabeça têm dado a uma certa direita e que tanto espaço de manobra lhes tem retirado, e centremo-nos na forçada incúria e responsabilidade deste Governo relativamente aos incêndios que devastaram o centro do país.

JUNTOS POR TODOS | Meo Arena foi pequeno para o muito afecto que o encheu



O Meo Arena foi palco na noite de 27 de Junho de uma demonstração de solidariedade como há muito não havia em Portugal: rádios, televisões, artistas, produtores, técnicos e pessoas, muitas pessoas, encheram o pavilhão num gesto de solidariedade.

Há uma semana Portugal viveu uma das maiores tragédias dos últimos anos. O centro do país incendiou devido a uma trovoada seca, facto que ainda está para apurar e por obra de ventos e marés três concelhos arderam: casas, pessoas, animais, cultivos, árvores, enfim, tudo ou quase tudo.

Uma semana depois um produtor decide organizar um concerto, Juntos por Todos" e todos se juntaram. 25 artistas, as rádios, as televisões, os políticos e o povo juntaram-se no Meo Arena num espectáculo de solidariedade e de afecto espantosos.

Desta reunião de afectos sem grandes lamentações saíu uma bonita soma, 1 milhão e 153 mil euros.

Salvador Sobral protagonizou um dos momentos mais emocionantes. Foi o último a subir ao palco do espectáculo Juntos por Todos, cantando "A Case of You", de Joni Mitchell, e "Amar pelos Dois", a canção com que venceu o Festival da Eurovisão. Com o público a cantar boa parte da letra da canção.

Zita Ferreira Braga | Hardmusic

PORTUGUESES NÃO MERECEM ESTAS ELITES FEIAS, PORCAS E MÁS. TÃO INCOMPETENTES




Depois de mais uns dias de silêncio no Página Global regressamos. Cá estamos, prontos para mais umas laudas de nossa autoria ou escritas e publicadas por outros a que decidimos dar relevância. Só por isso “roubamos” notícias e prosas, entrevistas e etc. Acreditem que tem utilidade, porque há sempre alguém que não leu na origem mas que acaba por ler aqui no PG. Quanto ao que é de autores e amigos do PG… Fica à vossa consideração classificar do interesse. Fazemo-lo por bem, sem olhar a quem, exceto aos superiores interesses dos povos, dos que são roubados e vilipendiados por uns quantos que se consideram excecionalmente eleitos e autorizados para agirem com toda a ganância, desonestidade, desumanidade e injustiça contra todos os outros milhões que habitam o planeta, incluindo fauna e flora, a natureza, para além dos humanos e seu parceiros a que chamam animais domésticos ou selvagens.

Esta prosa pode ir além de ser longa se não for cuidada. E vai ser. Esta é a abertura anterior à apresentação do Expresso Curto, que sempre nos ajuda a fazer o ponto da situação em várias modalidades e temas. Hoje a servidora do Expresso é Cristina Peres. Vem ela referir os “ajustes” dos fogos na zona centro de Portugal. Os políticos, os partidos, alguns de fraca honestidade, mais de forte desonestidade, já andam na caça aos votos, às popularidades, às vantagens se conseguirem enganar os eleitores, os trouxas dos portugueses. Sobressai nestas tristes e desavergonhadas “touradas” o mesmo de sempre: o grande intrujão Passos Coelho, que usa “armas” emporcalhadas para tirar vantagens e cativar via engano os portugueses. O método político do sujeito é sempre o mesmo: indigno. Como vimos ao longo destes últimos anos.

Esse mesmo, o tal Passos, mais conhecido por intrujão, anda a cavalgar na onda dos fogos e das vítimas mortais, assim como das vítimas feridas e que ficaram sem nada por via do fogo devorador. Cavalga sobre algo que não devia, enquanto político e enquanto pessoa digna (se fosse). Sobre ele, sobre isto, mais palavras para quê? Depois do surgimento do triste figurão e das suas práticas os portugueses estão mais que avisados de quem ele é. E atualmente até podem apreciar o repugnante espetáculo que ele representa. Se acaso lhe derem crédito, senhores e senhoras, amigos e amigas, é porque são totós, parvalhões, otários, terrificamente ingénuos, e até acreditam que os porcos andam de bicicleta. Mas não, não andam. Têm as pernas curtas para isso… e um corpo desmesurado, desequilibrado – para além de se movimentarem de modo próprio sobre as suas curtas pernas e patas. Existem contudo porcos na política. Não é por acaso que muitas vezes a política é um grande chiqueiro. Passos assim o prova. Outros há.

Sobre isto, moita-carrasco. Mais nada.

Todos Juntos, foi ontem. Uma prova de que os portugueses sabem ser solidários e competentes para produzirem, realizarem e participarem na grande manifestação de solidariedade a favor das vítimas dos incêndios e tragédia na Região Centro, com Pedrógão Grande na primeira fila. Aconteceu na Meo Arena, no Parque das Nações. Que espetáculo da grandeza humana que os portugueses demonstraram! Foi tudo muito intenso e arrepiante, comovedor. A grande dignidade de Portugal e dos portugueses estava ali representada. A provar que os portugueses não merecem políticos tão incompetentes, feios, porcos e maus. Nem gentalha das elites como a que atualmente detém os poderes e nos ludibria e nos rouba descaradamente. São só uns quantos milhares, contra tantos milhões… Adiante.

Sem mais delongas, saiba mais no Curto… Se continuar a ler.

MM | PG

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