sexta-feira, 15 de setembro de 2017

“Discurso econômico, arma da minoria rica”



Grupo de economistas rebeldes insurge-se contra narrativas hegemônicas que exigem, diante da crise, novos sacrifícios do povo. Para eles, é hora da redistribuição de riquezas

Theotonio dos Santos e outros | Outras Palavras | Imagem: Tse Yim On

O debate econômico no Brasil encontra-se profundamente bloqueado e vem sendo insistentemente usado como chantagem contra o povo. Diariamente governo e imprensa exigem o sacrifício popular dizendo que não há saídas sem retrocessos, como a proposta de “reforma” da previdência, que na prática acaba com a aposentadoria. Por isso, as propostas que visam solucionar a crise através da distribuição de riqueza precisam voltar à tona com urgência e de maneira contundente.

É dentro desse “espírito” que um conjunto de economistas e profissionais da área econômica apresentam um manifesto para aprofundar o diálogo social sobre a economia, que deve servir ao povo. A iniciativa visa promover uma inserção mais organizada no debate público e desmontar as narrativas hegemônicas da economia que oferecem como única saída o sacrifício do povo trabalhador.

Apresentamos o manifesto “Economistas pelo Brasil”, que condensa, em linhas gerais, o que seria uma política econômica da maioria. Trata-se de um documento assinado por economistas e profissionais da área econômica, aberto a novas adesões (acesse aqui).

Angola | Gorbatchov e Deng Xiaoping, igual a Mudança!




«Como o título acima dá a perceber, vou tratar de uma expressão e o seu contrário que levou João Lourenço a se pronunciar quanto à sua linha de pensamento político para o País»

1. Como ponto prévio, dizer que estas linhas estão a ser escritas antes da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apresentar os resultados definitivos do acto eleitoral do passado dia 23 de Agosto, pelo que não sabemos se, de facto - e tudo parece indicar que sim - o MPLA venceu as eleições e, por extensão, o general João Manuel Gonçalves Lourenço e o Doutor Bornito de Sousa Baltazar Diogo foram eleitos, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente da República. Ainda que a empresa de rating Moody"s já admita como definitivos os resultados provisórios e que o País vai entrar numa onda de estabilidade política. O que não parece pelas tomadas de posições da Oposição. E que, também, este texto é um pouco um lamento...

2. Como o título acima dá a perceber vou tratar de uma expressão e o seu contrário que levou João Lourenço a se pronunciar quanto à sua linha de pensamento político para o País, caso se confirme a sua eleição como o Mais Alto Magistrado da Nação.

3. Quando, em entrevista/análise ao matutino português Público, de 25 de Agosto e publicada no dia 26, logo após os primeiros números apresentados pela CNE, eu aventei que João Lourenço poderia ser um Gorbatchev (ou Gorbatchov) angolano, como intitulou o Público a minha entrevista/análise «Se o deixarem, João Lourenço "pode ser o Gorgatchov do MPLA"»; esta minha ideia, foi repetida na análise que concedi à secção portuguesa da emissora alemã Deutsche Welle quando, ma mesma linha do Público e segundo os primeiros resultados da CNE, me solicitou essa «Só haverá mudanças em Angola se o futuro Presidente tiver força para se impor, defende analista ouvido pela DW, que vê em João Lourenço um possível "Mikhail Gorbachev angolano" (..) criando uma "Glasnost". Espera-se uma "glasnostização" da política angolana».

4. De notar que a expressão "Glasnostização da política angolana" apareceu, pela primeira vez num artigo académico que escrevi para o Africa Monitor.

5. Surpreendentemente, logo no domingo seguinte num programa de análise política, onde o humor, não poucas vezes, prevalece, de uma televisão portuguesa, um comentador referiu que, citando-me sem me identificar, "alguns esperam que ele seja uma espécie de Gorbachov, (foi a expressão utilizada pelo comentador e por mais de uma vez...)".


VER MAIS EM PULULU - As minhas intervenções no período eleitoral – antes e depois

*Eugénio Costa Almeida, Ph.D (DSSc | Investigador/Researcher/Pós-Doutorando

**Eugénio Costa Almeida – Pululu - Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo Relações Internacionais - nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.

Angola | OS MALANDROS ROUBARAM AS ELEIÇÕES



Raul Diniz | opinião

Apesar da unilateralidade decisória no controle das eleições do passado dia 23 de Agosto de 2017, o pensamento inflectido nelas, teve um condão binária de interesse reprovável na combinação entre a CNE e o MPLA. Apesar dessa indisfarçável combinação dos autores dessa Mega fraude, eles esqueceram-se da vontade de mudança do soberano indecentemente roubado pelos malandros espertalhões do MPLA/CNE.

Nenhum candidato ao cargo de presidente da republica é respeitado quando carece de legitimidade para sê-lo, sobretudo quando se trata de um candidato desbotado feioso e pau mandado, feito chimba e/ou sipaio ao serviço de interesses que nada têm haver com a defesa dos interesses do povo.

João Lourenço não só se vale da fraude, como também ele representa o indigesto anacronismo de uma ditadura em ebulição a caminho do fim. Que fique claro, que João Lourenço não é nenhum líder com carisma inegável. Ninguém se transforma em líder de um povo ou de um país por indicação de um ditador gatuno e corrupto.

Aliás, João Lourenço não foi indicado como candidato pelo presidente gatuno da republica das banas, pela excelência nobre da sua integra capacidade de servir o povo com altruísmo, e extremoso voluntarismo.

De um lado assistimos a conhecida posição mentirosa da CNE, e do outro a visão indecorosamente promiscua do MPLA. A dureza da nossa realidade demonstra a adversidade incongruente da megalomania intrínseca dos assoberbados gatunos do MPLA. É uma vergonha um partido no poder a 42 anos ter que roubar eleições como principio basilar para ganhá-las.

Angolanos lideram matrículas estrangeiras em universidades brasileiras



A nacionalidade angolana é a campeã das matrículas de estudantes estrangeiros em universidades brasileiras, revela o Censo da Educação Superior, recém-divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação do Brasil.

om 1.928 estudantes matriculados em universidades brasileiras, tanto públicas como privadas, número que representa quase o dobro da segunda nacionalidade mais expressiva - a paraguaia, com 1.091 alunos -, Angola lidera a lista de países estrangeiros presentes nas instituições de Ensino Superior do Brasil.

O pódio das principais nacionalidades estrangeiras é completado pela Guiné-Bissau, que tem 1.017 alunos em faculdades brasileiras.

Os números, referentes a 2016, constam do Censo da Educação Superior, recém-divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação do Brasil.

Segundo o estudo, 45% dos estudantes estrangeiros matriculados nas faculdades brasileiras são do próprio continente americano, enquanto 28% saem de África, 14% da Europa, 11% da Ásia e 2% da Oceânia.

Depois de Angola, Paraguai e Guiné-Bissau as nacionalidades que mais frequentam as instituições de Ensino Superior do Brasil são do Japão (927), Argentina (905), Bolívia (855), Peru (795), Portugal (634), EUA (574), Cabo Verde (561), Uruguai (499), Colômbia (452), Chile (402) e Haiti (352).

Angola | PARABÉNS MPLA!



As eleições em Angola já lá vão, distanciadas no tempo de quase três semanas, no PG pouco abordamos o tema... E agora já é despropositado, por isso é preferível ficarmos só pelos resultados oficiais. O que se possa aqui incluir está fora da atualidade e decerto é do conhecimento da maioria dos que aqui nos visitam.

Venceu o MPLA por uma grande margem de percentagem. Já era de prever.

Que houve batota, dizem uns. Que as eleições se processaram com toda a transparência, afirmam outros. Os observadores às eleições disseram que tudo foi muito democrático e transparente...

Que a diferença é enorme entre os vencedores e os vencidos não há como duvidar. Preponderância do MPLA continua a ser o futuro de Angola e dos angolanos. Agora com novo Presidente da República. Caso para acompanhar mais de perto por todos os que se interessam pelo que acontece em Angola. É o que no PG faremos. Parabéns MPLA. 

Vamos ver a partir de agora se há novos enriquecimentos "espontâneos e inexplicáveis" ou se continua a ser canalizado tudo para os mesmos... Para os carenciados é que vai difícil chegar-lhes a riqueza e vidas de nababos.

Democracia "ma non tropo".

MM | PG

TIROS NA DEMOCRACIA



Manuel Carvalho da Silva | Jornal de Notícias | opinião

No último ano, assistimos a um certo enfoque mediático e político no tema do futuro do trabalho, sem dúvida de crucial importância para a democracia. Embora a OIT tenha uma agenda com interesse sobre o tema, a discussão foi introduzida carregada de enviesamentos, fruto do crescente desequilíbrio nas relações de poder entre o trabalho e o capital, provocado por fatores diversos, que vão desde a financeirização da economia, à progressiva organização subversiva de estruturas empresariais ou às alterações regressivas na legislação do trabalho em muitos países, como foi o caso de Portugal. Mas, na determinação do futuro do trabalho, as questões políticas podem vir a mostrar-se mais determinantes do que as tecnológicas, hoje tão em voga graças aos impactos da robotização e da inteligência artificial, quer no plano externo quer no nacional.

Em França, país de importância histórica na conquista de direitos individuais e coletivos no trabalho, Macron, enquanto encena aparentes ideias inovadoras para o projeto europeu, desencadeia uma ofensiva antilaboral sem precedentes, apoiado pelos poderes dominantes da União Europeia (UE). Draghi expressou, esta semana, a expectativa de tais reformas "eliminarem o dualismo no mercado de trabalho", o que pelas experiências conhecidas significa generalizar a precarização e acentuar a desproteção dos trabalhadores. Muito do futuro do trabalho no continente europeu joga-se em França.

As "ordennances" de Macron - decretos previstos constitucionalmente, mas que raramente são utilizados por permitirem mudanças profundas sem debate e voto parlamentar - pretendem introduzir a negociação na empresa "à la carte", servindo o interesse imediato dos patrões e possibilitando derrogar direitos consagrados ao nível da negociação coletiva setorial e até ao nível nacional, eliminar praticamente a negociação coletiva nas pequenas e médias empresas, estoirar a autonomia coletiva dos trabalhadores e facilitar despedimentos introduzindo mecanismos de proteção das multinacionais.

AINDA QUEREM MAIS? | Autoeuropa produziu 18 vezes mais em agosto face a período homólogo



A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, produziu 6.241 automóveis em agosto, aproximadamente 18 vezes mais (+1.683,1%) do que no mesmo mês de 2016, segundo a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).

No mês marcado pelo início da produção do novo modelo, o T-Roc, e de uma greve a 30 de agosto, a fábrica do grupo Volkswagen produziu 6.241 ligeiros de passageiros , o que representou 72,5% do total da produção automóvel em Portugal. Em agosto de 2016 foram produzidos 350 veículos, numa altura de paragem de verão.

Este ano, a paragem decorreu na última semana de junho e na primeira de julho.

A ACAP divulgou hoje terem sido produzidos 8.610 unidades totais em agosto, num crescimento homólogo de 211%.

No acumulado de janeiro a agosto, a fábrica de Palmela tem um registo de 59.296 viaturas produzidas, o que traduz um crescimento de 3,5%. O acumulado da indústria automóvel nacional é de 102.314, numa subida de 5,3%.

Por marcas e no segmento da produção de ligeiros de passageiros, em agosto, a Volkswagen somou 4.480 viaturas (+1.983,7%), a Citroen 207 (-14,8%), a Seat 1.761 unidades (+1.204,4%) e a Peugeot 349 (-24,6%).

Em agosto, a Peugeut Citroen registou uma queda na produção de 8,6% para 1.992 unidades, somando no acumulado do ano uma evolução positiva de 2,4% para 34.927 veículos.

A Mitsubishi Fuso Truck Europe contabilizou 377 veículos produzidos (+58,4%) e no acumulado do ano 6.620 unidades (+50,1%).

A Toyota Caetano não registou produção em agosto, tendo no total acumulado 1.471 veículos produzidos em Portugal (+7,8%).

Nos comerciais ligeiros, a Citroen produziu 778 veículos (-7%), Peugeot 658 (+3,3%), a Mitsubishi 151 (+30,2%).

A Mitsubishi produziu ainda 226 veículos pesados (+85,2%).

Lusa | Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens

OS “ARISTOCRATAS” DA AUTOEUROPA



Soares Novais [*]

Os trabalhadores da Autoeuropa fizeram a sua primeira greve e isso bastou para que fossem "metralhados" em praça pública. Por comentadores e políticos. A senhora secretária-geral adjunta do Partido Socialista (PS) e Miguel Sousa Tavares (MST) foram dois dos "notáveis" que deram ao gatilho. MST foi mesmo ao ponto de dizer que eles constituem "a aristocracia operária." O comentador tem razão: "Um operador de linha traz 800 euros para casa, um técnico um pouco mais, um engenheiro cerca de 1100." Tão altos salários garantem aos trabalhadores da Autoeuropa todas as mordomias... 

Mas se as declarações do sábio MST valem o que valem, o que foi dito pela senhora secretária-geral adjunta do PS é bem mais grave. A dita ameaçou os trabalhadores da Autoeuropa com a deslocalização da fábrica e fez estalar o chicote do terror do desemprego. Isto é, esqueceu-se de que é o braço-direito do secretário-geral do partido que tem a missão de governar o país e a quem cumpre dizer aos accionistas da Autoeuropa que são obrigados a dar condições de vida digna ao seus trabalhadores. E a respeitar as leis vigentes no país.

Para a secretária-geral adjunta do PS, MST e todos os outros opinadores, mesmo aqueles que são tão "aristocratas" como os trabalhadores da Autoeuropa, a greve foi uma "brutalidade" cometida contra aqueles que fazem o "favor" de dar emprego e que para tal foram alvo dos maiores apoios, benefícios e isenções do Estado português, isto é, de todos nós.

Acresce: a greve resultou da falta de sensibilidade e de maleabilidade da administração da Autoeuropa para, ao longo dos tempos, ir ao encontro dos alertas e propostas dos trabalhadores e das suas organizações sindicais. Mais: a greve foi decidida pelos trabalhadores da Autoeuropa e esse é um direito que está consignado na Constituição da República. Quer a administração da VW Autoeuropa, a senhora secretária-geral adjunta do PS e o comentador MST, e todos os outros sábios, queiram ou não.

Mais lidas da semana