quarta-feira, 18 de outubro de 2017

AMIGOS DOS INCÊNDIOS | PSD e CDS-PP cortaram mais de 20 milhões na defesa da floresta



O anterior governo, com Passos Coelho como primeiro-ministro e Assunção Cristas como ministra das Florestas, cortou o orçamento do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em um quarto, entre 2011 e 2015.

O orçamento de despesa da entidade pública responsável pela gestão do património florestal do Estado e das áreas protegidas foi altamente afectado pelos cortes orçamentais do anterior governo. Entre 2011 e 2015, o orçamento caiu mais de 25%, passando de mais de 82 milhões de euros para pouco mais de 61 milhões durante esse período.

A fusão da Autoridade Florestal Nacional e do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade em 2012, que criou o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), resultou num corte de 10 milhões de euros no seu financiamento, logo no primeiro ano completo do governo do PSD e do CDS-PP, com Passos como primeiro-ministro e Cristas como ministra da tutela.

Até à derrota eleitoral de 2015, o orçamento do ICNF foi sofrendo cortes sucessivos, perdendo outros 10 milhões de euros até ao final da legislatura. O orçamento para investimento foi o que mais sofreu a partir de 2013: nesse ano passa de 9 para 3 milhões de euros; em 2014 é praticamente obliterado, passando para 500 mil euros.

Foi a queda do anterior governo que permitiu aumentar, ainda que de forma muito insuficiente, o investimento na defesa da floresta contra incêndios e, particularmente, no funcionamento das equipas de sapadores florestais. Os cerca de 14 milhões de euros anuais reservados para a defesa da floresta contra incêndios durante os anos do PSD e do CDS-PP passaram a 32 milhões em 2016 e, no caso das equipas de sapadores florestais, o compromisso financeiro para o seu funcionamento passou de 9 para 26 milhões de euros.

Mas aqui fica também evidente a falha na concretização das medidas, já que este reforço das equipas de sapadores florestais, apesar de prevista nos plano do Fundo Florestal Permanente do ICNF de 2016 ainda não foi concretizada.

AbrilAbril

64 MAIS 42 IGUAL A 106… | Fogos, incompetência e pouca-vergonha invadiram Portugal



É fácil de somar mas é muito doloroso de sentir a amargura da perda de vidas humanas por desleixo e incompetência dos que em principio deviam servir o Estado. 

64 mais 42 totaliza 106. Para já esse é o balanço ainda provisório das vidas humanas que morreram esturricadas pelos fogos que lavraram em Portugal desde Pedrógão, em Junho, até agora, em Outubro. Pode ler aqui a última atualização, em Notícias ao Minuto: Proteção Civil confirma: Incêndios do fim de semana fizeram 42 mortos

O atual governo, com o primado de António Costa, levou com todas as culpas pelo sucedido. A oposição, CDS e PSD, eleitoralistas, procuraram fazer uma “lavagem” ao facto de terem sido governo durante décadas e nunca levarem a sério o  cadastro e ordenamento do território nem de fazerem as reformas adequadas das florestas. Nunca deitaram as mãos ao fenómeno da desertificação do território devido à migração do interior para o litoral. Muito pouco ou nada se preocuparam com o desenvolvimento do interior de Portugal e consequente fixação de indústria e demais atividades económicas que também fixassem os oriundos dessas regiões nas terras onde nasceram. Obviamente que ao PS cabe também tais responsabilidades do passado porque junto com CDS e PSD foram por décadas governo, contudo as lágrimas de crocodilo hoje vistas e as palavras ocas hoje escutadas no debate parlamentar pelos três partidos do denominado “arco da governação” não passaram de um exercício de hipocrisia, de lavar as mãos sobre a tragédia de que todos eles são responsáveis diretos e indiretos, política e moralmente. Responsáveis de facto. Indignos atores num drama que só por ser tão terrível não possui a mínima hipótese de virar por uns segundas em comédia. Por isso aqui tem o debate ou o arremedo de algo kafkiano que para além da tristeza nos carrega de mágoa, repulsa e revolta. Leia, se não conhece a “peça”: Debate: Das "desculpas" de Costa, às acusações à "ministra do eucalipto"

Entretanto a ministra da Administração Interna demitiu-se, e Costa teve de aceitar a demissão. Não se percebe a razão porque não aconteceu antes, visto que no dizer da ministra “já antes tinha manifestado ao PM Costa a intenção de se demitir”. Bem, mas para os portugueses diziam exatamente o contrário. Trapaceiros, vilões, estúpidos que ao longo dos anos ainda não perceberam que a mentira tem a perna curta – diz o povo e é verdade. Não por acaso, para uma vasta maioria de portugueses, Passos Coelho não é mais nem menos que um grande aldrabão. E agora temos Costa, com esta da ministra Constança. Ex-ministra, já. Nada fica por aqui, o secretário de Estado da Administração Interna também confirmou que está demissionário. Pudera. E agora faltam os restantes responsáveis de organismos que deviam evitar esta calamidade. Demitam-se. Proteção Civil, bombeiros, comunicações, etc, etc. Para já saem a ministra e o secretário de estado. Saiba aqui: Após ministra, secretário de Estado confirma que também está de saída

Por hoje a abordagem finda aqui. Desejamos profundamente que não nos apareçam mais notícias de mais vítimas mortais. 106, na senda assassina e destruidora dos fogos e da incompetência e abandono do Estado para com os seus cidadãos, já é demasiado e uma enorme vergonha.

Há muito tempo que está mais que provado o falhanço escandaloso dos partidos políticos integrantes do tal “Arco da Governação”, CDS, PSD, PS. Que tal memória nunca mais se apague.

MM | PG

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