É
fácil de somar mas é muito doloroso de sentir a amargura da perda de vidas
humanas por desleixo e incompetência dos que em principio deviam servir o
Estado.
64 mais 42 totaliza 106. Para já esse é o balanço ainda provisório das
vidas humanas que morreram esturricadas pelos fogos que lavraram em Portugal
desde Pedrógão, em Junho, até agora, em Outubro. Pode ler aqui a última
atualização, em Notícias ao Minuto: Proteção
Civil confirma: Incêndios do fim de semana fizeram 42 mortos
O
atual governo, com o primado de António Costa, levou com todas as culpas pelo
sucedido. A oposição, CDS e PSD, eleitoralistas, procuraram fazer uma “lavagem” ao facto de
terem sido governo durante décadas e nunca levarem a sério o cadastro e ordenamento do
território nem de fazerem as reformas adequadas das florestas. Nunca deitaram as
mãos ao fenómeno da desertificação do território devido à migração do interior
para o litoral. Muito pouco ou nada se preocuparam com o desenvolvimento do
interior de Portugal e consequente fixação de indústria e demais atividades
económicas que também fixassem os oriundos dessas regiões nas terras onde
nasceram. Obviamente que ao PS cabe também tais responsabilidades do passado
porque junto com CDS e PSD foram por décadas governo, contudo as lágrimas de
crocodilo hoje vistas e as palavras ocas hoje escutadas no debate parlamentar pelos três partidos do
denominado “arco da governação” não passaram de um exercício de hipocrisia, de
lavar as mãos sobre a tragédia de que todos eles são responsáveis diretos e
indiretos, política e moralmente. Responsáveis de facto. Indignos atores num
drama que só por ser tão terrível não possui a mínima hipótese de virar por uns segundas em comédia.
Por isso aqui tem o debate ou o arremedo de algo kafkiano que para além da
tristeza nos carrega de mágoa, repulsa e revolta. Leia, se não conhece a “peça”:
Debate: Das "desculpas" de Costa, às acusações à "ministra do eucalipto"
Entretanto
a ministra da Administração Interna demitiu-se, e Costa teve de aceitar a
demissão. Não se percebe a razão porque não aconteceu antes, visto que no dizer
da ministra “já antes tinha manifestado ao PM Costa a intenção de se demitir”. Bem,
mas para os portugueses diziam exatamente o contrário. Trapaceiros, vilões, estúpidos
que ao longo dos anos ainda não perceberam que a mentira tem a perna curta –
diz o povo e é verdade. Não por acaso, para uma vasta maioria de portugueses,
Passos Coelho não é mais nem menos que um grande aldrabão. E agora temos Costa,
com esta da ministra Constança. Ex-ministra, já. Nada fica por aqui, o secretário
de Estado da Administração Interna também confirmou que está demissionário. Pudera.
E agora faltam os restantes responsáveis de organismos que deviam evitar esta
calamidade. Demitam-se. Proteção Civil, bombeiros, comunicações, etc, etc.
Para já saem a ministra e o secretário de estado. Saiba aqui: Após ministra, secretário de Estado confirma que também está de saída
Por
hoje a abordagem finda aqui. Desejamos profundamente que não nos apareçam mais
notícias de mais vítimas mortais. 106, na senda assassina e destruidora dos
fogos e da incompetência e abandono do Estado para com os seus cidadãos, já é
demasiado e uma enorme vergonha.
Há
muito tempo que está mais que provado o falhanço escandaloso dos partidos políticos
integrantes do tal “Arco da Governação”, CDS, PSD, PS. Que tal memória nunca mais
se apague.
MM
| PG
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