JOÃO LOURENÇO, UM OUTRO CORRUPTO
QUERENDO FAZER TEMPESTADE NUM COPO DE ÁGUA?
Fernando Vumby | opinião
O bom na política, mesmo
parecendo às vezes ser um jogo muito sujo, é a vantagem que as pessoas têm em
poder mudar de opinião quando os factos aconselham a ninguém estar condenado ter
que morrer com ideias fixas.
Em tão pouco tempo quantos mudaram
de opinião em relação á pessoa de João Lourenço aconselhados pelos factos que
falam por si mesmos de que o teórico combate contra a corrupção proclamado
por João Lourenço, não ser nada diferente do que já havia sido quase como
decretado da outra vez por José Eduardo dos Santos, um dos grandes mentores se
não mesmo o sustentáculo desta pratica em Angola?
Perante todo este documentário
que temos assistido desde que João Lourenço foi proclamado presidente da
republica pelo mais vergonhoso, fantoche, manipulado e partidarizado sistema judiciário,
julgo não ser necessário assistirmos ao filme todo para percebermos o fim desta
brincadeira de mau gosto promovida ao estilo já característico e quase natural
do MPLA.
João Lourenço é tão corrupto
quanto os outros, pois se assim não fosse das 28694 vezes somadas por estudos
qualificados que foi apontado e mencionado como tal, até hoje nunca conseguiu
uma única vez provar o contrário, por ter com certeza um tremendo peso lhe
apertando a consciência.
Este problema do combate á
corrupção jamais em Angola será feito de forma séria e credível pelo MPLA, pois
precisamos não esquecer que este partido cresceu e foi sobrevivendo até aos dias
de hoje graças á corrupção.
O MPLA é constituído por várias
famílias e gerações de corruptos de toda a espécie, com grandes ramificações,
solidários uns com os outros, que na hora dos assaltos aos cofres públicos até
de olhos fechados se percebem tão bem e obedecem ao mais pequeno pormenor para
dar sempre tudo certo como tem dado ao longo destes perto de 50 anos no poder.
O grande se não mesmo o maior
obstáculo para João Lourenço e seu MPLA no tal imaginado combate contra á
corrupção é o facto de mesmo entre eles nunca se terem relacionado de forma
transparente uns com os outros, e dai, é o que eu digo repetidas vezes, "o
rosto de um raramente não ser o cú do outro", numa meia palavra para qualquer
bom entendedor.
ALGUMA VEZ TINHA QUE VOS RESPONDER, QUEM É AFINAL ESTE TAL CARLOS JORGE?
Somei - e foram (1037) - o total
das vezes que esta pergunta me foi feita por jovens meus leitores nos meus mais
de 72 textos sobre os acontecimentos do 27 de Maio de 1977 escritos até agora
sem imaginar quando terminarei, porque ainda há tanta coisa para contar. Algumas
nem sequer passam pela cabeça de muita gente, geralmente tida por muito bem
informada.
Sendo a maioria da população
angolana hoje constituída por jovens, quer dizer que uma grande parte da
população quando isto aconteceu ainda não estava nascida ou se já, não tinham
mais do que 3, 4 ou 5 anos de idade, dai a justa e compreensível curiosidade
dos mesmos e nossa obrigação moral e patriótica, como kotas, contarmos como
tudo aconteceu sem que nos achemos com o direito reservado para deturparmos os
factos históricos deste triste acontecimento.
1) - QUEM É AFINAL ESTE TAL
CARLOS JORGE?
Dado o bizarrismo tamanho e
raridade da brutalidade utilizada pelo mesmo contra os presos não é fácil
encontrar palavras para descrever aquele que foi na opinião geral de todos os
presos que o conheceram nas cadeias de S. Paulo e C.R (Casa da Reclusão) - locais
onde operava com maior frequência e deixou a fama da sua gula e fúria pelo
sangue alheio - como um dos maiores assassinos.
Curioso, conheci tanta gente da
tenebrosa DISA, polícia secreta de Agostinho Neto, que alguns ate que se
julgavam dos mais embarrados antes dos acontecimentos do 27 de Maio de 1977,
muitos deles foram meus companheiros de farda em Cabinda, enquanto outros desde
a infância no nosso saudoso Sambizanga, amigos das andanças no Marçal, Sumba
Futá, Matopá, Bairro Alfredo, Kaputo e outros bairros, mas nunca tinha ouvido
falar nele antes.
2 ) - QUEM È AFINAL ESTE TAL
CARLOS JORGE?
Carlos Jorge foi um dos mandões
das cadeias políticas de Luanda uma espécie de diretor-geral promovido á moda
atípica onde a cor da pele, familiarismo, amiguismo e padrinho na cozinha
contou como vai contar sempre tudo indica, que frequentou as escolas dos
serviços secretos cubanos.
Quando regressou de Cuba, se
calhar fanatizado com o nome de algum seu professor das escolas da secreta
cubana, gostava que lhe chamassem por Mariguelas -nome este que não pegou -
acabando por ficar a ser mesmo mais conhecido por Kajó.
O tipo perseguia as suas vítimas
como um caçador furioso cobiçando o sangue, os gritos, gemidos e a dor dos que
ele sabia em tão pouco tempo os transformaria em cadáver.
Carlos Jorge ele mesmo seguido de
alguns dos seus mais próximos comandados nas horas da caça ao homem bateu e
ponteou as portas de grande parte das suas vitimas, até de alguns que nem sequer
na altura se encontravam em Luanda, como foi o caso do Feio (Breganha) que
mesmo estando na altura no Moxico em serviço não escapou e foi atirado ao rio
depois de amarrado num saco de fibra.
Até hoje a sombra de Carlos Jorge
ainda mete medo, no dizer de pessoas que o viram há uns dois anos aqui na
Europa, onde as vezes aparece acompanhando sua esposa em tratamento.
O tipo está velho, cansado, meio
louco ou fingindo, ninguém sabe. Fala muitas vezes sozinho e caminha descontraidamente
com uma Bíblia debaixo dos braços. Tem sido visto em Luanda com um tal mais
conhecido por Cansado, um outro assassino nos acontecimentos do 27 de Maio de
1977 que nunca se cansava na hora de torturar os presos.
Segundo algumas investigações
feitas, o mesmo deve ter uma residência na África do Sul, em seu nome ou não. Ainda
estamos para saber. Mas não morreu como já se tentou vender por noticia ai no
país, para consumo interno dos angolanos como habitualmente.
O número certo de quantos ele
matou ou mandou matar nunca os angolanos vão saber, porque ate nisto somos um
povo de um país especial, onde os assassinos em série, desde que ao cumprimento
de ordens superiores nunca confessão seus crimes. E quem são os angolanos -
estes vistos como um meros detalhes para as estatísticas - para os obrigar a
confessarem?
Carlos Jorge, Veloso, Cansado,
Xavier e outros assassinos ainda estão vivos. Bem vividos, porreirinhos da vida,
bem protegidos e confiantes pelos vistos, sem nunca terem respondido pelos seus
crimes, e esperando pela próxima oportunidade quando forem chamados, se o
barril de pólvora explodir e for necessário eliminar mais uns tantos...
Quem sabe, manos(as), tudo é
possível em África!
Fernando Vumby - Fórum Livre
Opinião & Justiça
1 comentário:
É verdade que esse Carlos Jorge era um demónio. Estive preso em São Paulo, no auge do seu «reinado». Outro personagem diabólico era o Nelson Pinheiro (Pitoco), um assassino e torcionário da pior espécie. Disseram-me que está cego, em Luanda, aos caídos...
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