sexta-feira, 2 de março de 2018

Angola | JOÃO LOURENÇO E A TEMPESTADE. QUEM É CARLOS JORGE?

JOÃO LOURENÇO, UM OUTRO CORRUPTO QUERENDO FAZER TEMPESTADE NUM COPO DE ÁGUA?

Fernando Vumby | opinião

O bom na política, mesmo parecendo às vezes ser um jogo muito sujo, é a vantagem que as pessoas têm em poder mudar de opinião quando os factos aconselham a ninguém estar condenado ter que morrer com ideias fixas.

Em tão pouco tempo quantos mudaram de opinião em relação á pessoa de João Lourenço aconselhados pelos factos que falam por si mesmos de que o teórico combate contra a corrupção proclamado por João Lourenço, não ser nada diferente do que já havia sido quase como decretado da outra vez por José Eduardo dos Santos, um dos grandes mentores se não mesmo o sustentáculo desta pratica em Angola?

Perante todo este documentário que temos assistido desde que João Lourenço foi proclamado presidente da republica pelo mais vergonhoso, fantoche, manipulado e partidarizado sistema judiciário, julgo não ser necessário assistirmos ao filme todo para percebermos o fim desta brincadeira de mau gosto promovida ao estilo já característico e quase natural do MPLA.

João Lourenço é tão corrupto quanto os outros, pois se assim não fosse das 28694 vezes somadas por estudos qualificados que foi apontado e mencionado como tal, até hoje nunca conseguiu uma única vez provar o contrário, por ter com certeza um tremendo peso lhe apertando a consciência.

Este problema do combate á corrupção jamais em Angola será feito de forma séria e credível pelo MPLA, pois precisamos não esquecer que este partido cresceu e foi sobrevivendo até aos dias de hoje graças á corrupção.

O MPLA é constituído por várias famílias e gerações de corruptos de toda a espécie, com grandes ramificações, solidários uns com os outros, que na hora dos assaltos aos cofres públicos até de olhos fechados se percebem tão bem e obedecem ao mais pequeno pormenor para dar sempre tudo certo como tem dado ao longo destes perto de 50 anos no poder.

O grande se não mesmo o maior obstáculo para João Lourenço e seu MPLA no tal imaginado combate contra á corrupção é o facto de mesmo entre eles nunca se terem relacionado de forma transparente uns com os outros, e dai, é o que eu digo repetidas vezes, "o rosto de um raramente não ser o cú do outro", numa meia palavra para qualquer bom entendedor.

ALGUMA VEZ TINHA QUE VOS RESPONDER, QUEM É AFINAL ESTE TAL CARLOS JORGE?

Somei - e foram (1037) - o total das vezes que esta pergunta me foi feita por jovens meus leitores nos meus mais de 72 textos sobre os acontecimentos do 27 de Maio de 1977 escritos até agora sem imaginar quando terminarei, porque ainda há tanta coisa para contar. Algumas nem sequer passam pela cabeça de muita gente, geralmente tida por muito bem informada.

Sendo a maioria da população angolana hoje constituída por jovens, quer dizer que uma grande parte da população quando isto aconteceu ainda não estava nascida ou se já, não tinham mais do que 3, 4 ou 5 anos de idade, dai a justa e compreensível curiosidade dos mesmos e nossa obrigação moral e patriótica, como kotas, contarmos como tudo aconteceu sem que nos achemos com o direito reservado para deturparmos os factos históricos deste triste acontecimento.

1) - QUEM É AFINAL ESTE TAL CARLOS JORGE?

Dado o bizarrismo tamanho e raridade da brutalidade utilizada pelo mesmo contra os presos não é fácil encontrar palavras para descrever aquele que foi na opinião geral de todos os presos que o conheceram nas cadeias de S. Paulo e C.R (Casa da Reclusão) - locais onde operava com maior frequência e deixou a fama da sua gula e fúria pelo sangue alheio - como um dos maiores assassinos.

Curioso, conheci tanta gente da tenebrosa DISA, polícia secreta de Agostinho Neto, que alguns ate que se julgavam dos mais embarrados antes dos acontecimentos do 27 de Maio de 1977, muitos deles foram meus companheiros de farda em Cabinda, enquanto outros desde a infância no nosso saudoso Sambizanga, amigos das andanças no Marçal, Sumba Futá, Matopá, Bairro Alfredo, Kaputo e outros bairros, mas nunca tinha ouvido falar nele  antes.

2 ) - QUEM È AFINAL ESTE TAL CARLOS JORGE?

Carlos Jorge foi um dos mandões das cadeias políticas de Luanda uma espécie de diretor-geral promovido á moda atípica onde a cor da pele, familiarismo, amiguismo e padrinho na cozinha contou como vai contar sempre tudo indica, que frequentou as escolas dos serviços secretos cubanos.

Quando regressou de Cuba, se calhar fanatizado com o nome de algum seu professor das escolas da secreta cubana, gostava que lhe chamassem por Mariguelas -nome este que não pegou - acabando por ficar a ser mesmo mais conhecido por Kajó.

O tipo perseguia as suas vítimas como um caçador furioso cobiçando o sangue, os gritos, gemidos e a dor dos que ele sabia em tão pouco tempo os transformaria em cadáver.

Carlos Jorge ele mesmo seguido de alguns dos seus mais próximos comandados nas horas da caça ao homem bateu e ponteou as portas de grande parte das suas vitimas, até de alguns que nem sequer na altura se encontravam em Luanda, como foi o caso do Feio (Breganha) que mesmo estando na altura no Moxico em serviço não escapou e foi atirado ao rio depois de amarrado num saco de fibra.

Até hoje a sombra de Carlos Jorge ainda mete medo, no dizer de pessoas que o viram há uns dois anos aqui na Europa, onde as vezes aparece acompanhando sua esposa em tratamento.

O tipo está velho, cansado, meio louco ou fingindo, ninguém sabe. Fala muitas vezes sozinho e caminha descontraidamente com uma Bíblia debaixo dos braços. Tem sido visto em Luanda com um tal mais conhecido por Cansado, um outro assassino nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977 que nunca se cansava na hora de torturar os presos.

Segundo algumas investigações feitas, o mesmo deve ter uma residência na África do Sul, em seu nome ou não. Ainda estamos para saber. Mas não morreu como já se tentou vender por noticia ai no país, para consumo interno dos angolanos como habitualmente.

O número certo de quantos ele matou ou mandou matar nunca os angolanos vão saber, porque ate nisto somos um povo de um país especial, onde os assassinos em série, desde que ao cumprimento de ordens superiores nunca confessão seus crimes. E quem são os angolanos - estes vistos como um meros detalhes para as estatísticas - para os obrigar a confessarem?

Carlos Jorge, Veloso, Cansado, Xavier e outros assassinos ainda estão vivos. Bem vividos, porreirinhos da vida, bem protegidos e confiantes pelos vistos, sem nunca terem respondido pelos seus crimes, e esperando pela próxima oportunidade quando forem chamados, se o barril de pólvora explodir e for necessário eliminar mais uns tantos...

Quem sabe, manos(as), tudo é possível em África!

Fernando Vumby - Fórum Livre Opinião & Justiça 

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade que esse Carlos Jorge era um demónio. Estive preso em São Paulo, no auge do seu «reinado». Outro personagem diabólico era o Nelson Pinheiro (Pitoco), um assassino e torcionário da pior espécie. Disseram-me que está cego, em Luanda, aos caídos...

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