Macau, China, 05 mar (Lusa) - A
organização do Festival Literário de Macau cancelaram os convites a escritores
por temerem que sejam barrados à entrada, mas as autoridades de segurança
pública afirmaram à Lusa desconhecer a situação.
"Fomos informados oficiosamente
de que não era oportuna a vinda de três escritores convidados ao território,
não estando assegurada a sua entrada em Macau", afirmou o diretor de
programação do festival, em contacto telefónico.
Hélder Beja referia-se ao antigo
agente dos serviços secretos norte-americanos (CIA) James Church, à
sino-britânica Jung Chang e à coreana-norte-americana Suki Kim.
Confrontadas com estas
declarações, as autoridades de segurança pública de Macau disseram à Lusa:
"Desconhecemos essa informação".
"Nestas condições, não
quisemos colocar os escritores na situação de não conseguirem entrar em Macau e
decidimos cancelar o convite", disse Hélder Beja.
Jung Chang é a autora de
"Cisnes Selvagens-Três filhas da China", traduzido em mais de 40
idiomas, Suki Kim passou seis meses infiltrada na Coreia do Norte, e James
Church é escritor de romances policiais.
Além destes três escritores,
também a dissidente e ativista dos direitos humanos norte-coreana Hyeonseo Lee,
que fugiu da Coreia do Norte em 1997, com 17 anos, cancelou a presença no
Festival Literário de Macau--Rota das Letras, "por motivos de ordem
pessoal", de acordo com um comunicado da organização, divulgado
previamente.
O Festival Literário de Macau foi
fundado em 2012 pelo jornal em língua portuguesa Ponto Final.
EJ // VM
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