Pequim, 08 mar (Lusa) - O
Presidente chinês, Xi Jinping, qualificou a emenda constitucional que abolirá o
limite de dois mandatos para o cargo que ocupa como uma "medida chave para
modernizar o sistema chinês", informou hoje a imprensa estatal.
Segundo a agência noticiosa
oficial Xinhua, Xi mostrou, durante um painel de discussão com delegados do
legislativo chinês, "apoio total" à proposta do Partido Comunista
(PCC), que abarca ainda a inclusão da sua teoria política na Constituição do
país.
A limitação de mandatos vigora na
política chinesa desde os anos 1980, visando prevenir os desastres causados
pelo totalitarismo de Mao Zedong (governou entre 1949 e 1976).
Xi destacou que a proposta do PCC
foi "plenamente democrática", feita "após uma recolha de
opiniões a partir de diferentes setores" e que "ilustra o desejo
comum do Partido e do povo".
O líder chinês referiu ainda que
a emenda constitucional permitirá "modernizar a capacidade de governação
do país".
A Xinhua escreve que os outros
seis membros do Comité Permanente do PCC, incluindo o primeiro-ministro, Li
Keqiang, deram também o seu apoio à emenda da Constituição, que será votada no
domingo na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo chinês.
A proposta da emenda
constitucional possibilita que o atual Presidente chinês, Xi Jinping, o mais
forte líder das últimas décadas, prolongue a sua liderança para além de 2023,
quando termina o seu segundo mandato.
A medida, que abrange ainda o
cargo de vice-presidente, surge numa altura em que Xi executa uma vasta agenda,
que inclui tornar o setor estatal mais competitivo, desenvolver a indústria de
alta tecnologia, reduzir a pobreza e combater a poluição, visando converter a
China numa "potência global" e um "Estado socialista
moderno" até meados deste século.
A nível interno, Xi afastou já os
principais rivais políticos, enquanto legitimou a sua liderança aos olhos da
população, através da mais ampla e persistente campanha anticorrupção de que há
memória na China, que puniu já mais de 1,5 milhões de membros do PCC, incluindo
400 altos quadros do regime.
JPI // VM
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