Depois do consenso alcançado
entre os partidos, Aristides Gomes entra em funções esta segunda-feira (16) como
novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, no lugar de Artur Silva. Parlamento
deve reabrir na quinta-feira (19).
Espera-se uma semana de muita
movimentação política na Guiné-Bissau. Depois da realização, no sábado (14.04),
da cimeira
dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), em Lomé, capital do Togo, as autoridades
políticas desdobram-se em contactos para a aplicação das recomendações do
encontro.
Aristides
Gomes, que já foi primeiro-ministro, substitui agora Artur Silva na chefia
do Governo. Este é o resultado do consenso político alcançado em Lomé entre os
dois principais partidos políticos guineenses, o Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social
(PRS), informou este domingo (15.04) o Presidente José Mário Vaz.
Aristides Gomes, uma figura muita
próxima do atual presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, formará um
governo que terá a missão de organizar as próximas eleições legislativas. O
chefe de Estado garantiu fixar a data de 18 de novembro de 2018 como o dia
das eleições legislativas. Será o sétimo primeiro-ministro na era José Mário
Vaz, Presidente da República desde 2014.
Reabertura do Parlamento
O presidente do Parlamento,
Cipriano Cassamá, convocou para esta terça-feira (17.04) uma reunião de
urgência da Comissão Permanente do Parlamento para agendar a reabertura do
Parlamento para 19 de abril, próxima quinta-feira.
A Assembleia Nacional Popular
está bloqueada há quase dois anos devido às divergências entre os partidos.
"A partir de agora, o
Parlamento assumirá a sua responsabilidade que permitirá ao novo
primeiro-ministro formar o seu Governo", afirmou Cipriano Cassamá.
PAIGC e PRS satisfeitos
Domingos Simões Pereira,
presidente do PAIGC, disse que o novo Governo será formado pelos partidos com
representação parlamentar, de uma maneira proporcional e em função dos mandatos
no Parlamento, tal como prevê o Acordo
de Conacri.
"Vamos acreditar que aquilo
que não entendíamos ficou esclarecido, disse Domingos Simões Pereira,
congratulando-se com a escolha do novo primeiro-ministro. "Não pode haver
prova mais evidente da vontade do PAIGC de que em matérias desta natureza não
se trata de intenções, escolhas e preferências, trata-se de colocar o interesse
dos guineenses em primeiro lugar", frisou.
A chefe da delegação do Partido
da Renovação Social (PRS), que esteve em Lomé, manifesta-se satisfeita com os
resultados da cimeira. Martina Moniz afirma também que novo Governo será
formado no âmbito do cumprimento do Acordo de Conacri.
"Na cimeira não conversamos
sobre as pastas. Falamos sobre o Governo de consenso, mas sobre as pastas vamos
ter que negociar com o PAIGC, com base no que está no Acordo de Conacri."
Braima Darame (Bissau) | Deutsche
Welle
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