Luciano Rocha | Jornal de Angola
| opinião
O adágio avisa que “no
aproveitar é que está o ganho”, mas, os responsáveis por Luanda desconhecem-no
ou, como em tantas outras coisas, ignoram-no, com resultados à vista os que aí
vêm.
O Cacimbo, renitente em cumprir o
calendário que lhe está destinado, continua a fustigar-nos com o chicote
revestido da humidade que o caracteriza, indiferente aos “sacrifícios” que nos
impõe.
De manhã, com o levantar da cama, que nos aqueceu o sono, e o banho que se segue, mas também à noite, quando despir é sacrifício que apenas o cobertor compensa. Claro que falo do cidadão comum, com obrigações a cumprir para poder ganhar a vida, cada vez mais difícil de viver. Não dos que se limitam a gozá-la, alguns deles com chorudos salários e mordomias sem fim caídos, não raro, do manto do nepotismo. Impunes a quase tudo, até ao Cacimbo.
O Cacimbo tem também coisas boas. Permite realizar tarefas difíceis de executar no tempo da chuva, de modo, até, a travar-lhe a fúria, pelo menos atenuar, na hora dela chegar. Qualquer camponês iletrado, mesmo que desconheça o provérbio, sabe isso. Não desperdiça os tempos certos de semear para poder colher. Aproveita-os, mesmo sabendo que a Natureza lhe pode pregar rasteiras. Previne-se.
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