As finanças angolanas só deverão
ficar equilibradas em 2020, com as receitas, sobretudo de impostos, a voltarem
a ser superiores às despesas totais previstas seis anos depois, segundo a mais
recente projeção do Governo.
A informação consta do Plano de
Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, aprovado pelo Governo e publicado
oficialmente a 29 de junho, contendo um conjunto de programas com a estratégia
governamental para o desenvolvimento nacional na atual legislatura.
Para 2018, o Governo prevê uma
receita total (excluindo endividamento) de 20,2% do Produto Interno Bruto
(PIB), essencialmente de impostos com a exportação de petróleo (12,6%),
enquanto as despesas totais deverão ascender a 22,7% do PIB, provocando um
défice fiscal de 2,5%.
Para 2019, a projeção do PDN
aponta para um défice de 1,5% do PIB, com o peso das receitas a caírem para
18,6% e o das despesas totais para 20,1%. Após cinco anos de contas no
vermelho, o Governo estima um resultado positivo em 2020, voltando as receitas
a superar as despesas, equivalente a 0,4% do PIB, projeção que sobe para 0,5%
em 2021 e para 0,7% em 2022.
Angola registou excedentes
orçamentais em 2010 (5% do PIB), em 2011 (10%) e 2012 (7%), com a recuperação
do setor petrolífero após as quebras de 2008 e 2009, tendo ficado próximo do
equilíbrio em 2013.
Quebra nas receitas em 2014
A partir de 2014, com nova quebra
nas receitas com a exportação de petróleo, as contas anuais do Estado voltaram
a apresentar consecutivamente défices, colmatados com a contração de
endividamento público.
O Governo angolano estima fechar
2018 com um endividamento público de 77.300 milhões de dólares (65.100 milhões
de euros), equivalente a 70,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para este
ano, excluindo a dívida da petrolífera estatal Sonangol.
De acordo com informação recente
do Governo, a República de Angola deverá "aumentar
significativamente" os empréstimos em 2018 e nos próximos anos. Acrescenta
que na mais recente estimativa governamental, o Estado angolano captou
aproximadamente 3.400 milhões de dólares (2.800 milhões de euros) de dívida no
primeiro trimestre deste ano, dos quais 1.300.
Só a China já emprestou a Angola,
desde 1983, mais de 60.000 milhões de dólares (50.000 milhões de euros), para
obras de reconstrução após a guerra, valores que por norma são liquidados pelo
Estado angolano com carregamentos de petróleo.
Agência Lusa | em Deutsche
Welle
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