Modelo de extração de minérios é
uma herança do apartheid
O território da África do Sul é
desenhado por um histórico processo minerador. Do período da exploração
colonial, passando pelo regime do apartheid (1948-1994) e pela financeirização
da economia, a mineração é fator crucial de espoliação do povo sul-africano e
na política do país.
Este processo demarcou no setor
uma massa trabalhadora com os piores salários do mundo e um número exorbitante
de mortes. Segundo dados da União Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul
(Numsa), a média de óbitos somente em uma das empresas britânicas de mineração,
a Lonmin, chega, aproximadamente, a 16 pessoas por ano em decorrência de
acidentes nas minas subterrâneas.
Entretanto, em meio a esse
cenário, uma ebulição da classe trabalhadora da mineração tem ganhado fôlego
nos últimos anos: as maiores greves na atividade no mundo tiveram a África do
Sul como palco.
Não à toa, um dos maiores
massacres também aconteceram no território. O episódio de Marikana, localizada
no noroeste do país, terminou com 34 mineiros mortos pela polícia em 16 de
agosto de 2012.
No marco dos cinco anos do
considerado "protesto mais violento desde o fim do apartheid", o
Brasil de Fato publica o especial Mineração na África do Sul: riqueza sinônimo
de miséria.
Da primeira mina aberta na África
do Sul às principais cidades mineradoras do país, você lerá, em seis capítulos,
um pouco da história deste território, cujo grau de exploração econômica
exorbitante da natureza e do ser humano consegue converter a riqueza em miséria.
Brasil de Fato - Coordenação de
Jornalismo: Nina Fideles Coordenação de Multimídia: José Bruno Lima Texto:
Marcio Zonta Edição: Simone Freire e Daniela Stefano Artes: Fernando Bertolo e
José Bruno Lima
Parceria: Movimento pela
Soberania Popular na Mineração (MAM)
Em memória de Adalberto Franklin,
jornalista e historiador do Maranhão
Nota do PG:
Num trabalho cuidado apresentado
em Brasil de Fato é oferecido aos leitores interessados várias fotos e textos com abordagens a seis subtítulos (chamemos assim) que carecem da atenção dos que
abordarem no original as páginas deste trabalho. Estão convidados a viajar até
ao que acontece na África do Sul, naquela dor e miséria sobre a mineração e
ilhargas terríveis em consequência.
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