De norte a sul, sucedem-se os
anúncios de encerramento de estações dos Correios. Em Vila de Prado,
concelho de Vila Verde, o fecho «estava a ser preparado pela calada».
Os CTT, outrora uma empresa
pública rentável para as contas do Estado, foram privatizados em 2013 e 2014
pelo governo do PSD e CDS-PP Créditos
Foi na terça-feira que, em Vila
de Prado, no distrito de Braga, o PCP alertou a população para a intenção da
administração dos CTT de encerrar a Estação de Correios naquela
localidade.
«Não fosse a denúncia levada a
cabo pelo PCP e nenhum dos utentes – nem sequer os trabalhadores daquela
estação – teria conhecimento desta gravosa decisão», lê-se num comunicado
do partido.
Os comunistas rejeitam a decisão
avançada pelos accionistas dos CTT, assim como a possibilidade
de transferência dos serviços para a responsabilidade da Câmara Municipal
ou da Junta de Freguesia, já que, referem no texto, dessa forma não ficam
defendidos «os direitos dos utentes, nem os interesses da região».
A privatização do serviço postal,
iniciada pelo governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, não tem encontrado
resistência por parte do Executivo de António Costa e os encerramentos
sucedem-se.
Entre as regiões que constam na
lista negra dos CTT está o distrito da Guarda. Tal como o AbrilAbril noticiou em Setembro, o objectivo da empresa para o
distrito passa por manter abertas as três estações onde funcionam serviços
do Banco CTT, na Guarda, Sabugal e Seia. Depois de Manteigas e
Belmonte, esta semana realizou-se uma concentração em Figueira de Castelo
Rodrigo e estarão a ser preparados para breve outros protestos na vila.
Numa pergunta enviada ao
Governo sobre o eventual fecho destas estações, o PCP indaga: «Até que
ponto de degradação e delapidação dos CTT e do serviço público postal deixará o
Governo chegar sem tomar as medidas necessárias para precaver estes anúncios da
Administração dos CTT de encerramento de estações e postos dos Correios,
prejudicando as populações, em particular nas regiões do Interior?»
Em Aljustrel, no distrito de
Beja, os serviços passaram a ser geridos por um privado na semana passada. Em
reacção, e por «absoluta discordância com este processo», a Câmara
Municipal (PS) interpôs uma providência cautelar.
Terá sido apenas no dia 15 de
Outubro, numa reunião com o director da Área de Gestão de Parceiros Sul
dos CTT, que surgiu a informação do encerramento. A autarquia admite que a
ausência de contacto até então viola os compromissos estabelecidos no
acordo de concessão entre os CTT e o Estado.
Também na pergunta do PCP,
referida anteriormente, os comunistas afirmam que o anunciado encerramento
é «mais um exemplo de que as garantias de prestação do serviço postal público
apresentadas no momento da privatização foram promessas escritas em papel
molhado».
«Recuperar o carácter público dos
CTT é essencial para garantir os direitos constitucionais das populações – é
nessa exigência que o PCP continuará a insistir», lê-se no documento.
AbrilAbril
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