“Vale mais a vida dum ser
humano, que todo o ouro do homem mais rico do mundo” – Ernesto Che Guevara
Martinho Júnior, Luanda
1- Ao fascismo de Jair Bolsonaro
no Brasil, sobra em arrogância o que falta à dignidade e suas declarações e
decisões em relação à presença de médicos cubanos inseridos no Programa Mais
Médicos, têm já uma factura pesada: em nome da dignidade Cuba retira seus
médicos do Programa, para que a arrogância possa continuar o seu caminho,
respeitando a maioria dos votos que elegeu o fascismo!
Alguns argumentam que o Brasil
fascista que ganhou as eleições, dará “asilo político” aos médicos
cubanos, resgatando-os, segundo seu argumento e justificação desavergonhada.
Para esses acéfalos fascistoides
de ocasião, inimigos dos mais sagrados e legítimos direitos de milhões de
brasileiros, os médicos cubanos são “escravos” duma “tirania”,
ou seja de acordo com a cartilha de Maquiavel e da Doutrina Monroe: os fins
justificam os meios!
Várias questões essenciais duma
assentada, são letra morta por causa dessa arrogância fascista de Bolsonaro,
atirada para a imprensa de conveniência como injustificável argumentação:
- Está metida mais uma cunha que
interfere nos relacionamentos entre Não-Alinhados, membros de várias
organizações Latino-Americanas e países do Sul, o que só reforça a Doutrina
Monroe do império da hegemonia unipolar, de que o fascismo de Bolsonaro se
tornou evidente fantoche, o pior dos vassalos;
- Os primeiros a sofrer com essa
arrogância, são milhões de brasileiros entre eles, alguns que votaram de forma
alienada e estúpida no próprio fascismo;
- O caminho de dignidade e de
solidariedade trilhada por Cuba e pelo povo cubano, sairá reforçado da prova
pois, por cada médico cubano que for aliciado pelo fascismo e por ele utilizado
como estandarte, em nome de toda a humanidade formar-se-ão dezenas ou centenas
de jovens médicos, que tomarão com outra visão ética, moral e deontológica, o
lugar deixado vago pelos mercenários.
2- Tome-se como exemplo uma
localidade com um nome a condizer: Ponta Grossa, no Estado do Paraná cuja
capital é Curitiba:
Com a saída dos 60 médicos
cubanos que nesse Município estavam ao serviço do Programa Mais Médios, a
Prefeitura perderá 75% dos médicos que atendem uma população de cerca de
350.000 habitantes… ficando o Município reduzido a 20% dos médicos de que até
agora beneficiou com esse Programa!
Os números são anunciados pelo
próprio prefeito, Marcelo Rangel, que é do partido PSDB e sabe que Ponta
Grossa, aqui para nós mesmo grossa, votou com 137.776 votos, 74% dos seus
eleitores votantes, em
Jair Bolsonaro !
O prefeito Marcelo, que da prova
já está a sair rangendo seus próprios dentes, está imbuído dos bons ofícios
próprios duma terceira via, à procura de ementas para suprir as “inesperadas
dificuldades” e também de alternativas dispostas a servir num mandato de
natureza fascista…
O que quer que aconteça em
relação a novos ingressos, deixaram de lidar com médicos formados numa ética,
numa moral e numa deontologia de dignidade e solidariedade, para começar a
lidar com médicos (talvez num número muito mais reduzido que antes), imbuídos
do mercenarismo, conforme ao capitalismo neoliberal de ocasião que pariu tal
alienado fascismo, algo que também se vai fazer pagar em moeda!
Nos termos de mais uma guerra
psicológica alienada pela Doutrina Monroe segundo a administração Trump, até nisso
vão ficar “transversalmente” a perder!
Este exemplo, poderá servir à
atenção dos mais atentos observadores da CPLP, incluindo àqueles que se prendem
ao“diktat” ultraconservador da língua para restringirem acessos de novos
membros e de forma a reforçar agora, sem dúvida, o fascismo naquela
organização: manter um Brasil fascista na CPLP, excluindo uma Cuba de sequer se
potenciar na proposta de membro observador, quando a dignidade, a solidariedade
e o internacionalismo de Cuba tem tanto a ver com a libertação de África do
colonialismo e do “apartheid”, tem tanto a ver com as independências de
Cabo Verde, da Guiné Bissau, de Angola, de Moçambique e até de Timor Loro-Sae,
a maioria dos membros!
Desde já, pendurada que seja a
CPLP em mais um agora indisfarçável fascismo da ocasião, há que considerar que
em todas as “pontas grossas” em que se tornou o Brasil, há já
garantidamente um efeito boomerang para a arrogância fascista: vão comer o pão
que o diabo amassou… “graças a deus”!
Martinho Júnior - Luanda, 16 de Novembro de 2018
Figuras:
Cartaz esclarecedor da
participação cubana no Mais Médicos;
O que os brasileiros vão perder
por causa da arrogância fascista de Bolsonaro, com o Menos Médicos;
O prefeito Marcelo Rangel e
médicos cubanos, na cerimónia em que Ponta Grossa recebeu os 60 médicos cubanos do
Programa Mais Médicos.
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