Pedro Augusto Pinho* | opinião
Há uma velocidade na sociedade
contemporânea que me assombra. Para ainda encontrar o “inimigo comunista”, é
preciso ter parado no tempo dos anos 1970, e, mesmo assim, ser pouco afeito à
busca e ao entendimento do que ocorria ao redor do mundo.
Um momento de inflexão, de
virada, foi a década de 1980, quando Margaret Thatcher e Ronald Reagan aboliram
os controles e regulamentações para o capital financeiro e pode, então, o
sistema financeiro internacional acolher o capital acumulado por atos ilícitos
– tráfico de drogas, de pessoas e órgãos humanos, de armas, das corrupções
empresariais e políticas – que ficavam em cofres, armários e, alguns mais
ousados, em contas secretas na Suíça e nos paraísos fiscais, que começavam a
brotar em ilhas caribenhas e do Canal da Mancha.
A partir daí, acelerou-se uma
estrutura de capacitação formada desde a II Grande Guerra. Além da óbvia
expertise em finanças, foi desenvolvido um novo entendimento para
diferentes áreas do conhecimento, e um bom exemplo desta diversidade são os
Colóquios de Royaumont (*).
Ressalto, nestes conhecimentos,
um conceito amplo da informação, associado à teoria dos sistemas. Neste
amálgama se desenvolveu a tecnologia e a capacitação política deste sistema,
que está em evolução permanente.
Há dez anos escrevia sobre a
existência de meia centena de famílias, e poderia enumerar boa parte, que
controlavam os fluxos financeiros internacionais. Elas também respondiam pelo
controle de governos e instituições internacionais, e eram as impulsionadoras,
financiadoras e municiadoras da enorme quantidade de guerras que deflagraram,
explodiram, desde 1990, no mundo.
Um manto de farsas e fraudes
cobriu esta realidade. Ora atribuída aos islâmicos, ora à preguiça dos gregos,
à incapacidade crônica dos latinos, tudo para que não ficasse claro, evidente,
que havia uma força condutora da economia, das finanças, da comunicação de
massa, da produção acadêmica, do poder político e de governos em todo planeta.
Este poder, o sistema financeiro internacional, eu abrevio na palavra
banca, mas meu caro leitor encontrará com frequência sob a designação de Nova
Ordem Mundial, ou, na sigla em inglês, NWO.
Como é óbvio, uma das escapulidas
deste poder é atribuir as realidades a uma “teoria conspiratória”, ao que
retruco com a frase brilhante do grande jornalista e perspicaz analista Carlos
Alberto (Beto) Almeida: “não conheço teorias, mas constato muitas práticas
conspiratórias”.
A área psicossocial foi das mais
profundamente desenvolvidas pela banca. Inúmeros centros de pesquisa e
institutos de análise e desenvolvimento foram criados nestas quatro últimas
décadas. Afinal era indispensável não apenas convencer as populações do
contrário da lógica ocidental, construída, o longo de séculos, pelas religiões,
pela ciência, pelas universidades, mas saber o que poderia motivá-las, que
perfis de pessoas seriam mais sensíveis aos diferentes estímulos dos órgãos de
comunicação social, inclusive e especialmente daqueles que cresceram com a
banca, os sistemas virtuais.
Façamos uma breve pausa tratando
dos sistemas virtuais. Neste último meio século, os equipamentos e sistemas de
informação e comunicação evoluíram extraordinariamente. Tomando a minha vida
profissional, passei da dificuldade de conseguir uma ligação telefônica
internacional ou, menos ainda, interurbana, para a imediata transferência
de valor de uma conta bancária na Ásia para outra na América Latina, ou seja,
entre países menos desenvolvidos do que os Estados Unidos da América (EUA) e os
da União Europeia (UE). E pelo meu aparelho celular.
Também foi neste período que a
concentração de renda se acelerou e se modificou a tal ponto que já não
poderei, em 2018, identificar as maiores fortunas, e, por favor, sejam um pouco
mais exigentes do que repetir os exibicionistas da Fortune. Provavelmente os
Windsor, os Oranje-Nassau continuarão sendo das quatro ou cinco maiores
fortunas do mundo e nunca comporão as listas da Fortune.
Esta permanente concentração de
renda levou ao anonimato dos aplicadores bilionários ou, até, trilionários.
Divididos em múltiplos fundos, este donos do mundo passaram, no entanto, sua
gestão para a igualmente anônima e impessoal gestão dos conselhos e comitês dos
trilionários Vanguard Group, BlackRock, Street State Global Advisors, Fidelity
e outras empresas de captação e aplicações financeiras.
Estas empresas são inacessíveis,
as vítimas jamais conseguirão responsabilizá-las por desastres ambientais, humanos,
econômicos ou quaisquer outros, em corte ou tribunal de países ricos,
desenvolvidos, o que dirá em pobres e colonizados como o Brasil.
Uma superestrutura financeira que
tem o projeto colonizador universal. E como sabe que Estados Nacionais podem se
libertar, por pressão dos povos famintos e desesperançados, sem ter mais o que
perder, a banca tem também o projeto de redução populacional.
Há um século a população mundial
não chegava a 2 bilhões de almas. Hoje avizinha 8 bilhões. Tenho lido, em
diversas fontes, e apenas repito que a banca pretende reduzir a população a 10%
da atual. Mas faz sentido para evitar a pressão demográfica, que desencadearia
outras em oposição ao sistema financeiro.
E, para isso, além do recurso das
guerras, já em vigor, seriam acrescentados desastres ecológicos, uso de
inseticidas e pesticidas inibidores de fertilidade e até assassinos, a
disseminação de pestes e doenças, como ebola e outras produzidas em seus laboratórios,
as migrações recebidas com tiros e, caro leitor, não pretendo escrever mais uma
distopia. Elas já estão nas redes virtuais e nos canais de comunicação de massa.
Mas você estará recebendo,
pessoalmente, as informações necessárias para apoiar a banca. E isto porque ela
estuda você, sua família, seus amigos, seus correspondentes nos facebook,
twitter, instagram, whatsapp e todos estes sistemas de comunicação. Nestes
institutos especializados são processados os fluxos e manifestações das
pessoas e, como pesquisadores de mercado, que não pretendem lhe vender
produtos mas ideias, reações, que você as terá “espontâneas”. E será um
militante da banca, com a confiança e entusiasmo de um pobre faxineiro
analfabeto na igreja neopentecostal, cujo pastor (como um Bispo Macedo) fica,
sem qualquer escrúpulo, com toda remuneração de seu trabalho.
Que bom! Sou agora um imbecil
diplomado.
(*) A “Abbaye de Royaumont”,
mosteiro cisterciense do século XIII, a cerca de 30 km de Paris,
acolheu, entre as décadas de 1950 e 1970, inúmeros seminários, conferências,
debates e colóquios. Esta atividade foi retomada, em 2003, sob o título
“Entretiens de Royaumont”.
*Pedro Augusto Pinho, avô,
administrador aposentado
1 comentário:
SEM DÚVIDA, QUEM ESCREVEU ESSE ARTIGO SÓ PODE SER IDIOTA. VIVA BOLSONARO, KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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