sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Sexta-feira dos trouxas que mais sustentam o capitalismo selvagem e desumano


Hoje é a sexta-feira negra, aquela coisa moderna que inventaram para os trouxas dos consumistas que sustentam o capitalismo desenfreado que os explora até ao tutano e os leva à ultra-penúria, até à fome, e até à miséria. Há gente doida para tudo. Para comprar pentes para carecas e setins de gamas traiçoeiras, como por exemplo: setim rabo, setim fio, setim meto, etc. Enfim. Esta sexta-feira os trouxas estão convencidos que é tudo muito mais barato, foram vítimas de lavagens ao cérebro para estarem preparados para cumprir a função de comprarem, comprarem, comprarem. Apesar de chegarem posteriormente à conclusão de que compraram o que era desnecessário e/ou inútil. A DECO já avisou, uma associação de psicólogos também alertou para a nocividade destas sextas-feiras negras, e outros… Mas qual quê?! Os e as doidivanas trouxas alinham em tudo que a eles e elas se destina porque o tal famigerado “mercado” sabe muito bem que pode contar com eles e elas. Pobres cabeças ocas. Perdoai-lhes, porque não pensam. Perdoai-lhes, apesar de serem esses e essas tais que tramam a vidinha aos conscientes, aos que não ignoram que este capitalismo selvagem e cheio de truques baixos e sebentos são uma das maiores causas dos muitos males das sociedades ditas “desenvolvidas”, “livres”, “civilizadas”, “democráticas”, e etc-cor de rosa, laranja ou azul. Gozem bem este dia de desbunda louca, seus trouxas. Aproveitem esta sexta-feira que se vos destina com mais um fito (eles são tantos), para que mais sustentem o capitalismo selvagem e desumano. Inté. Sempre a considerar-vos... pelo que são.

A seguir têm o Expresso Curto. A dose q.b.. (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Compro, logo sou

Ricardo Marques | Expresso

Hoje é o dia em que damos graças à carteira e corremos desenfreados e felizes a celebrar a nossa fé no capitalismo. Nada tema, caro leitor. Não somos os únicos ao frio e à chuva (que piada teria se fosse num dia quente de verão?), à espera que a loja abra e a rogar pragas à senhora que nos pisa.

Como nós, um pouco por todo o mundo, milhões de pessoas acordaram cedo, algumas tão cedo que ainda nem era hoje, e com os pequenos cartões de plástico a postos na mão rumaram aos templos do consumo, atraídas pelos grandes cartazes uma vida melhor feita de descontos ainda maiores.

Todos vão falar de nós. De quanto gastamos, de quantas televisões compramos, de quantas consolas ficam por levar (nem uma). Quando vacilarmos - por termos caído e sido pisados pela multidão, ou por começarmos à pancada por uma torradeira com bluetooth, ou até por ficarmos duas horas na fila para pagar uns sapatos - quando só nos apetecer desistir, basta pensar que há sempre alguém a filmar com um telemóvel novo e espetacular que custou metade do preço e que seremos a estrela dos noticiários.

E à noite, com a sala cheia de sacos e caixas e coisas novas, faremos planos para o fim de semana e para tudo o que acabou de trazer sentido à nossa vida. Compro, logo sou. Compramos, logo somos.

Só não sabemos bem o quê.

Se está mesmo a pensar ir às compras hoje, não deixe de ler esta pequena lista de avisos.

OUTRAS NOTÍCIAS

Eis o resto da atualidade, que poderá ver entre os vídeos da Black Friday.

Daqui a duas horas está prevista a abertura das propostas da hasta pública dos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa, a Entrecampos (cujo prazo de apresentação terminou às 17h de ontem). A Câmara conta arrecadar pelo menos 188 milhões de euros com o negócio, mas o Ministério Público tem criticas e “chumba” diversos pontos do projeto para a zona, como se explica no Expresso.

A esta hora já devem ter recomeçado os trabalhos em Borba. A derrocada ocorrida numa pedreira abandonada que provocou o desabamento da estrada municipal 255 é ainda um dos assuntos do momento. O Público escreve em manchete que “Estado criou regime especial em 2014 para legalizar pedreiras”. O JN assegura que há centenas de pedreiras desativadas e perigosas. Prevê-se mais um dia complicado nas operações de resgate que decorrem nas pedreiras afetadas. A chuva e a fragilidade das encostas tornam cada vez mais inseguro o teatro de operações.

Quando faltarem 15 minutos para as onze da manhã, João Lourenço, o presidente de Angola, deverá estar a chegar à Câmara Municipal do Porto, para o primeiro ato oficial do segundo dia de vista a Portugal. João Lourenço e António Costa serão os convidados de honra da sessão de encerramento do Seminário Empresarial Angola-Portugal. O almoço está marcado para as 13h35. Ate lá, nada como ler no Expresso tudo o que ficou do primeiro-dia de visita.

Um dos temas do dia será, por certo, o rescaldo da reunião do Grupo Parlamentar do PSD em que foram apresentadas aos deputados as propostas do partido para o Orçamento do Estado. Escreve o Expresso que não foi bonito. As noticias em tom de laranja não ficam por aqui: José Silvano, que está agora a ser alvo de um inquérito do Ministério Público, não terá sido o único a estar e não estar no Parlamento. Há mais dois deputados em busca da ubiquidade; e outros que são uma espécie de flash-gordons dos Passos Perdidos.

Nos EUA, Donald Trump, ao seu estilo, joga em várias frentes. Por um lado, insiste que a CIA não tem um processo sólido contra o príncipe saudita no caso da morte do jornalista Jamal Khashoggi. Apenas ‘feelings’, diz o presidente. Por outro lado, Trump ameaça fechar a fronteira sul do país caso a caravana de migrantes, atualmente parada em Tijuana, decida deixar o México e rumar aos EUA.

Pelo meio, o The New York Times revela que os sauditas estão a negociar com os EUA um projeto para a construção de centrais nucleares. Ou melhor, estavam - antes da morte de Khashoggi. De qualquer modo, o problema maior é que Riadeparece querer algo mais…

Outro assunto quente está relacionado com a ‘primeira filha’ , Ivanka Trump, que, segundo o The Washington Post avançava há dias, terá usado uma conta de email pessoal para enviar mensagens de teor oficial. Se acha que há leu isto em alguma lado, provavelmente está a pensar no que sucedeu há pouco mais de dois anos, em plena campanha eleitoral dos EUA, quando Donald Trump acusou Hillary Clinton de ter usado uma conta de email pessoal para enviar mensagens de teor oficial, quando era Secretária de Estado.

A diferença está nos russos, e para a perceber mesmo bem pode:

ler um livro chamado “Roleta Russa, os Bastidores da Guerra de Putin à América e a Eleição de Donald Trump”;

espreitar este artigo que dá conta da morte do general russo que esteve por trás da maior operação de guerra informática de sempre;

Uma operação, em teoria mais pacífica, assemelhou-se ontem, por alguns instantes, a um cenário de pré-conflito. O objectivo era embarcar milhares de viaturas saídas da Autoeuropa, mas a greve dos estivadores do porto de Setúbal, que contestam a precariedade laboral, obrigou a deslocar para o local a PSP. Entre os manifestantes, que foram sendo retirados um a um pelos polícias, estavam três deputados do Bloco de Esquerda e um do PCP - que agora exigem explicações do Governo.

Os carros acabaram por embarcar, graças ao trabalho de misteriosos homens que chegaram num autocarro. Hoje, o cenário deve repetir-se.

Entramos no segundo dia da greve de enfermeiros, que ontem obrigou ao adiamento de cirurgias em cinco centros hospitalares.

Subiu para 15 o número de casos de sarampo. Dois dos doentes são crianças

A ministra da Cultura está em Guadalajara, no México - onde a última corrida de touros foi de “escaso contenido”, como assinala a especializada revista “Aplausos”. Esta tarde (hora local, mais seis horas em Lisboa), Graça Fonseca inaugura às 17h00, no Museo Regional, a exposição “Variações sobre uma tradição: Dos Lenços de Amor aos Bordados com Poesia”; e às 20h00, no Museo de las Artes, a exposição “Ana Hatherly e o Barroco: Num Jardim feito de tinta”.

Na edição do Expresso de amanhã, entre as dezenas de artigos que poderá ler, está um sobre a política externa chinesa que não podia vir mais a propósito. Depois de João Lourenço, teremos por cá sua excelência o honorável Xi Xinping, presidente de toda a enorme-e-cada-vez-maior China. Quando terminar, dê um salto aqui para ver como vai o nosso mundo visto de Pequim.

Na Europa, com o Brexit marcado para 29 de março, Londres e Bruxelas deram mais um pequeno passo rumo à grande desunião. No entanto, o acordo de princípio sobre a declaração política está ser fortemente contestado no parlamento britânico, mas Madrid não gostou. Por causa de umarocha grande.

As estradas francesas continuam cortadas e no Le Monde pode ler um artigo que ajuda a perceber o que está em causa naquestão dos combustíveis. Há milhares de carros parados em todo o país.

O Arouca esteve quase a aproveitar a Black Friday que o Benfica decidiu oferecer na luz e foi só nos últimos minutos que os encarnados conseguiram derrotar a equipa do segundo escalão.

Passou quase despercebida, ontem, a noticia dos castigos aplicados pela Universidade de Coimbra aos alunos que copiaram nos exames. Mas eu vi noutro jornal e decidi copiar.

Por falar nisso, ainda que o verbo não seja copiar, a Marinha parece que quer à força ter o seu caso Tancos. Em setembro, os fuzileiros perderam uma caixa de munições na estrada que leva à escola de Vale de Zebro. Agora, desaparecera magulhetas no navio Bérrio. Esperemos que a rivalidade entre ramos das Forças Armadas fique por aqui. Não se sabe o que pode acontecer na Força Aérea…

O Governo prepara-se para gastar uns valentes milhões de euros, nos próximos anos, a modernizar as forças armadas. Ou seja, mais e melhor equipamento para todos…

Da Escola Prática de Polícia saem hoje 400 novos agentes que durante o próximo ano vão ser colocados os vários comandados da PSP. Eduardo Cabrita, ministro da administração interna, vai estar na cerimónia de encerramento.

Na última noite, os americanos comeram quase 50 milhões de perus. Mas três escaparam. Dois deles, o Peas e o Carrots, foram perdoados pelo presidente Donald Trump. O terceiro, um peru selvagem, muito mais duro do que as espécies de aviário que acabam no forno, é uma espécie de bad boy mafioso, um Turkey soprano, que anda à solta em Rhode Island e que já se tornou uma séria questão de segurança.

Ninguém dorme descansado. Algo que poderá fazer se, logo mais, arranjar uns minutos para ler este artigo, do Vida Extra, com alguns bons conselhos para uma excelente noite de sono.

O QUE ANDO A LER

Aproveitando o fim de semana que está mesmo aí, quero deixar três sugestões de leitura e um conselho.

Os artigos que aqui trago estão, de algum modo, relacionados com tecnologia e inteligência artificial. É fácil cair na tentação de reduzir a IA a robots malvados, máquinas que jogam xadrez e carros voadores. Fácil e perigoso - porque, ao fazê-lo, caímos no erro de ignorar tudo o que de bom e de mau está realmente a acontecer. Sim, está a acontecer.

Assim, sugiro que passe os olhos por este longo artigo da Wiredsobre um genial professor que não gosta muito de pessoas, mas que as pessoas não deixam em paz. Principalmente as que estão na linha da frente da investigação científica.

A seguir, pode perceber os avanços da ciência em casos clínicos que, há uns anos, pareciam não ter qualquer solução.

Por fim, uma viagem fotográfica impressionante a uma América jovem e sem esperança que parece alheada de tudo isto.

Se, entretanto, der por si numa loja cheia de gente que avança para as prateleiras como um exército a tentar conquistar um forte cheio de lingotes de ouro, meta a mão ao bolso e, sorrindo, contemple o pequeno papel onde tem a seguinte passagem (retirada do livro “21 Lições para o Século XXI”, de Yuval Noah Harare):

“Um dia perguntaram a um velho sábio qual era o sentido da vida. ‘Bem’, disse ele, ‘aprendi que estou na Terra para ajudar os outros. O que ainda não percebi é o que estão os outros aqui a fazer’”

Desejo-lhe uma excelente sexta-feira e um óptimo fim de semana, que será ainda melhor se reservar alguns minutos para a ler a edição do Expresso em papel. Tenha um bom dia.

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