quinta-feira, 26 de julho de 2018

Portugal | "Alfaiates" da AR projetam continuar a abandalhar o Panteão Nacional


A vulgarização dos "habitantes" do Panteão Nacional já há muito que está em marcha. Até já aconteceram ali eventos de comes e bebes e de outras festarolas a atirar para o "côr de rosa" e a futilidade. Agora é o PS que quer meter lá a "morar" Mário Soares, antes do tempo regulamentar. O PSD não se ficou atrás e já mostrou a sua vontade de arranjar  por "companhia" a Soares o Sá Carneiro... Assim de memória é o que surge de mais mediático sobre o Panteão e a grande borga que estão a preparar. 

A vulgarização impõe-se aos de facto excecionais portugueses. Ao que simboliza aquela "casa". Não é de agora, porque já anteriormente foram avacalhados os valores que representava e devia continuar a representar. Pelo que vem a público há mais pretendentes a ali "morar". Há também os do "posso, quero e mando" dispostos a alterar as leis à medida das suas vontades. Como diz o povinho: aqui há gato.

Se há gato ou não é o que iremos concluir, talvez. Pode também ser que não haja gato mas sim uma razão diferente para tantos pretendentes se perfilarem a candidatos pela voz de outros seus "admiradores" que até são de partidos políticos e legisladores. A razão pode ser Amália Rodrigues, porque dizem que às vezes ali canta... Dizem os que por ali moram, paredes-meias com o Panteão, que em algumas noites ouvem Amália. É mesmo o que afirmam a título de lenda. Presumivelmente.

Já se vê a pressa do PS e do PSD: querem meter os seus mais que tudo na primeira fila das noites de fado. Sim senhores, têm muito bom gosto. E como "podem, querem e mandam" não tarda que seja feita a legislação à medida das suas vontades.

Por acaso já pensaram, já admitiram, que quer Soares, quer Carneiro, poderiam não estar pelos ajustes? É que há portugueses que também não estão nada pelos ajustes que vulgarizem o Panteão e, ainda mais, que façam batota ao se substituírem aos alfaiates e produzirem roupagens (leis) por medida, só porque sim. 

A memória de Soares e Carneiro merecem muito mais respeito que aquele que estão a demonstrar. De certeza que não concordariam com a vulgarização da última morada de grandes portugueses. Mas, já que começaram, agora querem continuar pelo mesmo caminho do abandalhamento. E à luz desses dois portugueses (Soares e Carneiro) há com certeza outros com igual direito, sem que seja uma questão partidária, clubística ou de simpatia. Nem de credos e etc. Assim sendo, lá que há, há.  Olhem, porque não Cavaco? Mais vulgar que ele e a querer aparentar o contrário não existe. (MM | PG)

PCP sugere que PS quer "passar a outra fase" e livrar-se da 'geringonça'


O líder parlamentar do PCP sugere que o Governo socialista quer "passar a outra fase" e livrar-se "daquilo que possa considerar um engulho para os seus objetivos", num artigo de opinião publicado hoje no jornal 'Avante!'.

"Que opção quer o Governo fazer quanto ao caminho a seguir? Quer prosseguir o caminho de defesa, reposição e conquista de direitos ou quer recuar? Quer encontrar resposta para os problemas que continuam a atingir a vida dos trabalhadores e do povo ou quer dar a tarefa por terminada e passar a uma outra fase, esperando colher frutos do caminho feito de forma a desembaraçar-se daquilo que possa considerar um engulho para os seus objetivos?", lê-se.

O texto de João Oliveira, intitulado "aprofundar os avanços, lutar pela política alternativa", defende a continuidade da reposição de direitos e rendimentos aos trabalhadores, colocando aquela hipótese sobre as intenções socialistas em relação às próximas eleições legislativas, no outono de 2019, mas sem referir explicitamente as posições conjuntas assinadas bilateralmente entre PS, BE, PCP e PEV e que viabilizaram o atual executivo, nem as recentes declarações do Ministro das Finanças, Mário Centeno, nas quais defendeu o controlo das contas públicas face à reversão de medidas de austeridade.

"As sucessivas declarações de membros do Governo acumulando justificações para travar a concretização de medidas tomadas ou para dificultar a resposta a outros problemas não são bom indicador", sustenta o deputado comunista.

O líder da bancada do PCP declara que "as opções do PS na recusa em romper com a política de direita em matérias decisivas para os trabalhadores e o povo - de que é exemplo maior a proposta de alteração da legislação laboral -, na aceitação das imposições da União Europeia e do euro ou na crescente convergência com PSD e CDS têm vindo a revelar-se um fator de limitação ou até impedimento dos avanços a alcançar".

"Procurar criar conflitos entre trabalhadores da administração pública com carreiras específicas (professores, militares, forças e serviços de segurança, justiça, saúde) e outros trabalhadores - ou mesmo com o resto do país - para assim poder recusar a contagem integral do tempo de serviço para progressão nas carreiras é uma opção errada", atesta.

Para João Oliveira, "fazer contas aos milhões que custam as medidas de reposição de direitos e rendimentos dos trabalhadores e do povo mas deixar por contabilizar os milhares de milhões que estarão disponíveis para o Novo Banco durante oito anos é uma opção injusta".

O líder parlamentar comunista reitera a necessidade de prossecução do caminho de "aprofundamento das medidas de defesa, reposição e conquista de direitos, da conquista de novos avanços, da luta pela política alternativa, patriótica e de esquerda que dê resposta aos problemas estruturais do país".

Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens

Portugal goleia Ucrânia e já está na final do Europeu sub-19


Seleção portuguesa goleou a Ucrânia por 5-0, com golos de Pedro Correia, aos 2 minutos de jogo; de João Filipe, aos 18 e aos 20 minutos, e de Francisco Trincão, aos 27 e aos 30 minutos.

Portugal está na final do europeu sub-19 depois de golear a Ucrânia por 5-0. Pedro Correia e os bis de João Filipe e de Francisco Trincão deram a vitória à equipa das quinas.

Todos os golos foram apontados na primeira meia hora do jogo.

A equipa lusa, comandada por Hélio Sousa, vai disputar o título europeu no domingo, frente ao vencedor da outra meia-final, que vai opor Itália a França (17h00 em Lisboa), depois de ter assegurado a presença no Mundial de sub-20, com a presença nas meias-finais do Europeu.

Portugal, que já conquistou o título continental da categoria em 1961, 1994 e 1999, volta a disputar a final do Europeu de sub-19, depois de ter sido derrotado no jogo decisivo da competição no ano passado, frente à Inglaterra (2-1).

TSF com Lusa | Foto EPA

Portugal | E se a geringonça não acabar?


Ana Alexandra Gonçalves* |  opinião

E se, após as próximas legislativas, tudo se mantiver mais ou menos na mesma, ou seja, e se a geringonça continuar? Pasme-se! E se aquela mescla de esquerda que tantos profetizaram que acabaria cedo e da pior forma possível, não se extinguir nas próximas eleições? O que será da direita desorientada? 

Os portugueses, a julgar pelas sondagens, preferem esta solução; o Presidente da República quer esta solução porque os portugueses querem esta solução e porque António Costa não brilha o suficiente para o ofuscar; a direita não quer esta solução, mas também não sabe muito bem o que quer.

O CDS, raiando o populismo mais poucochinho, sempre que pode, quer uma fatia de poder, mas não sabe nem como nem com quem. O PSD está dividido entre os poucos que seguem o actual Presidente e os muitos que ainda choram o desaparecimento do grande Passos Coelho.

Ora, nestas circunstâncias, a tese que postula a necessidade de uma nova (velha) geringonça ganha força. E embora aquilo que uniu a esquerda - Passos Coelho - tenha desaparecido, engolido por uma qualquer universidade de pacotilha, ficou o sucesso da geringonça e ficou sobretudo o que de positivo saiu desta solução para os cidadãos - o que é verdadeiramente reconhecido pelos mesmos. Subsiste designadamente a ideia de um país incomensuravelmente melhor. E nem os problemas em áreas cruciais como a Saúde e Educação beliscam verdadeiramente essa percepção. Essas falhas do Governo exigirão um empenho ainda maior por parte dos partidos mais à esquerda do PS, e que melhor contexto do que uma nova (velha) geringonça para se chegar a entendimentos? 

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

Crise na Portela tem responsáveis


A resolução dos problemas do Aeroporto de Lisboa e o futuro das infra-estruturas aeroportuárias nacionais não passa pelos lucros da Vinci. Do Governo exige-se a vontade e a coragem para os enfrentar.

AbrilAbril | editorial

Horas em filas de espera, incidentes de segurança, voos suprimidos, adiados ou atrasados, queixas crescentes por parte dos passageiros. Este cenário será familiar a quem trabalha no Aeroporto de Lisboa; uma realidade que tem responsáveis.

O número de passageiros vinha crescendo ao longo da década passada e só a crise económica mundial que se iniciou em 2008 é que travou essa tendência. Esses anos foram, também, um período de elevados investimentos na infra-estrutura aeroportuária nacional, quando a sua gestão ainda era pública.

A recuperação da economia trouxe consigo a recuperação da dinâmica sentida: o número de voos e passageiros que têm Portugal e Lisboa como destino voltou a aumentar. Mas, em sentido contrário, o volume de investimento caiu. O que aconteceu pelo meio? A privatização da ANA.

O bloco central, com o CDS-PP, aceitou e assinou com a troika o documento onde constava a privatização da gestora dos aeroportos nacionais, que foi entregue à transnacional Vinci com a concessão por 50 anos.

Mas a Vinci não cortou só o investimento em cerca de 50 milhões ao ano: promoveu a subcontratação, a precariedade e a degradação das condições de trabalho nos aeroportos. Enquanto o número de passageiros cresceu quase 70%, o número de trabalhadores subiu pouco mais de 7%. Ou seja, os movimentos nos aeroportos nacionais (especialmente no de Lisboa) cresceram apesar da privatização, não por causa desta.

Ao mesmo tempo, a Vinci aumentou as taxas aeroportuárias exponencialmente e viu os seus lucros subirem de forma espantosa: no final do ano passado, chegou aos 250 milhões de euros. Nos últimos cinco anos, os lucros da ANA já ascenderam a quase metade dos 1,2 mil milhões de euros que a Vinci pagou pela empresa. Paga quem aterra na Portela e paga o País.

Mas a privatização pode ainda ter outros custos, caso o Governo continue sem colocar os interesses do País à frente dos da Vinci no que diz respeito ao novo Aeroporto de Lisboa. A transnacional quer gastar o menos possível e é isso que explica a aposta no modelo Portela+1, com a reconversão da Base Aérea do Montijo em aeroporto civil. Uma hipótese que hipoteca o futuro, ignorando que só um novo aeroporto assegura as necessidades futuras – cuja localização ideal já está identificada há anos, no Campo de Tiro de Alcochete, que vai ao encontro das várias exigências, ambientais, de segurança, de expansão.

O Governo do PS tem perante si várias exigências neste momento, no que à infra-estrutura aeroportuária diz respeito. Para além da exigência de que a Vinci cumpra com os investimentos necessários, deveria preparar a recuperação do controlo público da ANA e não permitir que os interesses nacionais (invocados com tanta ligeireza de forma recorrente) não sejam submetidos aos lucros de uma transnacional.

Um voo para Beja


Vítor Santos* | Jornal de Notícias | opinião

A passagem do maior avião comercial pelo Aeroporto de Beja, no início da semana, além da justificada amplificação mediática, devia servir de tónico para uma reflexão útil, ainda mais numa conjuntura em que o país discute e aprofunda a descentralização.

Que Lisboa precisa de uma alternativa ao asfixiado Aeroporto Humberto Delgado todos sabemos; que essa nova infraestrutura tenha, obrigatoriamente, de nascer às portas de Lisboa, não parece, de forma alguma, consensual, muito menos inteligente.

Na década passada, o Estado investiu dez milhões de euros na reconversão do Aeroporto de Beja para fins comerciais e não me parece que Portugal tenha ganho muito com isso, atendendo a que por ali transitam menos de mil passageiros por ano.

Se a descentralização está em curso, se é prioridade do Governo e um imperativo do país, porque não investir em serviços de transportes rápidos e eficazes entre Lisboa e Beja, em vez de dar como adquirida a necessidade de mais uma obra estruturante crescer junto à fronteira do centralismo? No mínimo, os políticos deviam equacionar esta solução, que também contribuiria para dinamizar um Alentejo tantas vezes esquecido, porque a descentralização não tem de ser feita apenas a norte de Lisboa.

O argumento de que Beja fica longe chega a ser, esse sim, provinciano, visto todos sabermos que estamos a uma hora de Londres quando aterramos em Stansted e a um pouco mais de Paris, quando o fazemos em Beauvais. Ou seja, quando viajamos para o estrangeiro, parece não haver problema nenhum. Este é, no fundo, o problema de uma boa parte dos portugueses, dos que gostam de fazer longas caminhadas junto ao mar, mas que se recusam a andar 20 minutos a pé para apanhar o transporte público, teimando em entupir as cidades com automóveis.

* Editor executivo adjunto do JN

Fogos gregos, feministas e o que mais vier


O Expresso Curto sem delongas da nossa parte. Fogos gregos e feministas. Os da Grécia quase iguais aos de Portugal em 2017. Elas quase iguais aos machistas de sempre. Venha o diabo e escolha. Pronto. Ficam todos na mesma prateleira dos conceitos, das taras e das manias. Ponto. (PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

O que têm em comum algumas feministas portuguesas e o incêndio na Grécia

Miguel Cadete | Expresso

O incêndio em Attica, a este de Atenas, provocou 81 mortes, segundo a última contagem das autoridades gregas. Neste momento, as forças de segurança preocupam-se em encontrar os desaparecidos. Ignora-se, porém, o real número de pessoas sem paradeiro conhecido, pois muitos podem estar entre as vítimas mortais do incêndio ou tão só terem recolhido às suas casas sem avisar as autoridades. O jornal grego “Ekathimerini” diz apenas que se tratam de dezenas de pessoas.

Há mais dados factuais que confirmam as semelhanças entre este incêndio e os dois que sucederam, o ano passado, em Portugal. O número de mortes pode, por isso, chegar aos três dígitos, disse o presidente da Câmara de Rafina-Pikermi, que acrescentou que a cidade de Matti se encontra destruída em 98% da sua totalidade; existindo uma segunda localidade, Kokkino Limanaki, que foi devastada pela metade. Dos 187 feridos, há 11 que se encontram hospitalizados em estado grave. Uma tragédia para a qual foram anunciadas ajudas de cinco mil euros a todas as famílias transtornadas, seis mil euros para as que têm três ou mais crianças no agregado familiar e oito mil euros para cada negócio afetado. Foram igualmente anunciadas isenções fiscais para os proprietários de habitações seriamente danificadas. O ministro dos Transportes e Infraestruturas identificou 200 casas completamente destruídas mas as equipas que estão no terrenos contaram 211 habitações sem qualquer utilidade além de247 que estarão seriamente danificadas. Em Mati, encontraram ainda 125 carros carbonizados.

São inúmeros os exemplos publicados na imprensa portuguesa que comparam os fogos que sucederam em Pedrógão e este que nos últimos dias tomou conta de várias povoações na Grécia, como se pode ler no “Observador”. À distância de um ano vale mais a pena retirar lições do que apontar culpados nestas parecenças. Foi o que fez Daniel Oliveira, ontem, no Expresso Diário: “Somos a Grécia porque vivemos no mesmo planeta que irremediavelmente destruímos, porque a Europa mediterrânea está na linha da frente dos efeitos do aquecimento global e porque chegámos historicamente atrasados ao desenvolvimento”.

Ao falhanço do Estado e, portanto, à política há que assacar responsabilidades. Mas leva o bom senso a crer que a natureza não deve ser totalmente colocada de parte, como também sublinhou Filipe Duarte Santos em entrevista ao “Público”, citada por DO no Expresso. Segundo este professor universitário licenciado em Geofísica e doutorado em Física Nuclear, o futuro, por essas mesmas razões, não será brilhante: “O que se está a observar é uma maior frequência de ondas de calor em todo o mundo. Nos países do Sul da Europa, da região do Mediterrâneo, também observamos um clima mais seco. A combinação dessa secura com temperaturas mais elevadas é que conduz a um maior risco de incêndios florestais. O que podemos esperar para o futuro é um agravamento dessas tendências, porque as alterações climáticas estão a progredir.”

É obrigatório pois prevenir, planear e produzir mais e melhor mas nem tudo está ao alcance de um decreto.

OUTRAS NOTÍCIAS

Termina hoje o prazo que o Ministério da Educação impôs aos professores para ser concluído o processo das avaliações – que foi mais demorado devido a greves. Os diretores das escolas já fizeram saber que a maioria das reuniões para finalizar a atribuição de notas terminou ontem. Para hoje sobram casos pontuais.

Macron estará amanhã em Lisboa. De manhã o Presidente francês irá à Gulbenkian para uma “consulta cidadã” (segundo nota ainda provisória do Eliseu), almoça com o primeiro-ministro e, da parte da tarde, participa num encontro sobre interconexões energéticas onde também estará presente, além de António Costa, o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, além do comissário europeu responsável pela pasta da Ação Climática e Energia, Miguel Cañete. Desta cimeira resultará uma conferência de imprensa.

Também na sexta-feira deverá ser conhecido o novo proprietário da Herdade da Comporta. Um dos concorrentes, o consórcio que junta os donos da Portugália ao inglês Michael Holyoake acusou outro, aquele que junta o Grupo Amorim ao francês Claude Berda, de “deturpações e falsidades”. Paula Amorim e Berda são acusados de “falsidades” por terem declarado que a oferta de Holyoake e a Portugália seria pior por considerar a aquisição de créditos da empresa DCR&HDC. Porém há um empate técnico. Ao “Jornal de Negócios”, Francisco Carvalho Martins, da Portugália, acrescentou a sua proposta é “totalmente independente do BES”, repudiando assim qualquer ligação ao grupo de Ricardo Salgado, antigo proprietário dos terrenos.

Na capa da revista “Visão” que chega hoje às bancas, pode ler-se que já há dez arguidos entre os proprietários de habitaçõespor terem feito obras sem as devidas autorizações. Beirão da Veiga, o aristocrata Louis-Albert de Broglie (que é outros dos concorrentes à compra da Comporta) ou Albina du Boisrouvray, madrinha da filha da princesa Carolina do Mónaco, são alguns dos nomes sonantes que fazem parte do rol de arguidos.

Toupeira do Benfica acedeu 385 vezes a dez processos que se encontram em segredo de justiça. Segundo o Expresso Diário, os juízes deram razão, neste caso, ao Ministério Público mantendo José Silva – a toupeira – em prisão preventiva. O suspeito é acusado dos crimes de corrupção, violação do segredo de Justiça, favorecimento pessoal, peculato e acesso ilegítimo.

Trump e Juncker acabam com a guerra das tarifas. O Presidente da Comissão Europeia e o Presidente dos EUA divulgaram medidas que visam atenuar a batalha comercial recentemente aberta. Ainda que vagas, essas medidas têm impacto na agricultura, indústria e energia. Donald Trump chegou a falar em zero tarifas alfandegárias para as trocas entre a União Europeia e os EUA, com excepção do ramo automóvel.

FRASES

“Sim, somos a Grécia: estamos no mesmo planeta que destruímos, no mesmo sul da Europa cada vez mais seco e entramos nesta guerra com o mesmo atraso político, administrativo e económico. Sim, somos a Grécia: temos de nos preparar para isto num tempo em que se impôs a ideia de que as sociedades são mais eficazes se tiverem um Estado mais minguado e fraco. Sim, somos a Grécia com Costa ou Passos, Tsipras ou Samarás”. Daniel Oliveira no Expresso Diário de ontem

“Temos deixado o primeiro-ministro à solta. Cometeríamos um erro político enorme se formos percecionados como uma muleta do PS”. Luís Montenegro, do PSD mas opositor de Rui Rio, em entrevista à TVI

“Não devemos ser capatazes do Governo”. Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, ao “Observador”

“Com décadas de atraso na cronologia do politicamente correcto, a esquerda portuguesa lá descobriu que os portugueses foram grandes esclavagistas. Ainda há uns anos, o tema era a ‘lusofonia’, ideia nascida de uma falácia: o caráter especial do nosso colonialismo. E aqui convém frisar que o moderno nacionalismo português (e a sua associação ao colonialismo) é uma invenção da esquerda. Já leram o Eduardo Lourenço dos anos 50, 60 ou mesmo 70?” Henrique Raposo no Expresso Diário

“Um casal de homossexuais que se beijava num local público foi agredido por um conjunto de ciganos que por ali passava. Dúvida tribalista: Defendemos os homossexuais? Condenamos os ciganos? A resposta mais comum dos adeptos, propagandistas e sicários destas causas foi um eloquente silêncio”. Henrique Monteiro no Expresso Diário de ontem

O QUE ANDO A LER

Em fevereiro de 2016,a Revista do Expresso fez capa com Camille Paglia, incluindo no seu interior uma extensa entrevista com a controversa feminista norte-americana. A conversa com Alexandra Carita terminava com Paglia a falar de si própria. Disse que era perita a sintetizar o seu pensamento em frases bombásticas: “o que digo torna-se uma máxima. É o que faz de mim perigosa”. Descontando alguma sobranceria, ela é na verdade um perigo, pois as suas ideias radicam na liberdade de pensamento e na liberdade de expressão. A sua obra “Mulheres Livres, Homens Livres”, que a Quetzal acaba de publicar com tradução de Helder Moura Pereira está carregado de petardos quase todos dirigidos à atual geração de feministas.

Ando dois anos para trás para voltar à capa da Revista do Expresso onde estavam reproduzidas algumas das suas respostas. “O feminismo não tem o direito de se intrometer na vida privada”, “Estas mulheres querem que o mundo seja tão seguro como a sala de estar dos seus pais” ou “O género tem uma base biológica incontornável”. O seu feminismo, nascido na contracultura norte-americana, está no polo exatamente oposto daquele que hoje tem maior divulgação. As frases citadas e muitas outras pareciam, à partida, achas para fogueira das redes sociais. Porque mais do que controversas, são polémicas e têm impacto em todos nós de uma forma – diria – quase primária.

O que se seguiu foi o silêncio. Das redes sociais e de tudo o mais. Talvez hoje, passados dois anos, com a publicação de “Mulheres Livres, Homens Livres”, as ideias de Paglia tenham mais ressonância. Até porque as circunstâncias radicalizaram-se como demonstrou a resposta de um conjunto de associações contra a violência doméstica e agremiações ditas feministas a uma petição que pretende alterar a lei para que a guarda partilhada e a residência alternada sejam aceites realmente como a norma no caso de pais divorciados.

A esse respeito foram notáveis os dois textos entretanto publicados por Luís Aguiar-Conraria (She for he? e Críticas razoáveis, mentirosas e inacreditáveis), além de um terceiro de Daniel Oliveira na edição de sábado do Expresso (Não me divorciei da minha filha). A sua importância está no facto de desmascarar a ideia de que algumas das correntes vigentes do feminismo pretendem a equidade. A assunção, à partida, de que todos os homens são culpados de violência doméstica, de forma a manter a lei tal como está, é facilmente desmontada para quem tem horror ao totalitarismo.

Exatamente na mesma linha do que escreve Camille Paglia no capítulo “A Guerra dos Sexos”: “a teoria feminista”, diz na página 183, “tem sido grotescamente injusta para com os homens ao recusar reconhecer a forma extraordinária como a grande maioria deles tem cuidado das mulheres e das crianças. As lamentáveis exceções têm sido usadas pelas teóricas feministas para culpabilizar todos os homens, quando a verdade é que ao longo da história da humanidade eles contribuíram heroicamente, com a sua energia, o seu trabalho e até com a própria vida, para beneficiar e proteger as mulheres e as crianças”.

É sobretudo nas mulheres de classe média e classe média alta que esta guerra dos sexos existe – Camille Paglia frisa que os estados mais pobres dos EUA, em que homens e mulheres trabalhavam em tarefas físicas de sol a sol, foram os que mais cedo aceitaram o voto universal. Depois de uma digressão pelo feminismo que censurava primeiro o alcoolismo (e que ajudou à consagração Da Lei Seca) e mais tarde a pornografia, conclui que já “no final do século XX, a confusão no que diz respeito à sexualidade é enorme, em parte devido à homogeneização dos papéis profissionais no âmbito da classe média, que podem ser desempenhados por ambos os sexos em plano de igualdade.”

Granada atrás de bombinha, Paglia destrói o neo-feminismo que descartou completamente o factor biológico e a relação coma natureza. E ela, lésbica, mãe de um filho de 14 anos gerado biologicamente pela sua mulher, não podemos considerar uma fanática do conservadorismo.

Por hoje é tudo. Toda a informação será atualizada no Expresso online. Às 18 horas chega o Expresso Diário. Amanhã, pela mesma hora, estará por cá a Paula Santos, para em estreia absoluta servir uma bica escaldada.

Moçambique | Assassino de Carlos Cardoso foi finalmente capturado

PGR moçambicana anuncia captura de Nini Satar condenado por homicídio do jornalista Carlos Cardoso

A Procuradoria Geral de Moçambique anunciou hoje a captura de Nini Satar, que deixou o país em 2014 quando estava em liberdade condicional após ter cumprido pena por envolvimento no homicídio do jornalista Carlos Cardoso, ocorrido em 2000.

"No âmbito das diligências encetadas, com o apoio das autoridades congéneres, foi possível a localização e capturar do cidadão Momade Assif Abdul Satar, conhecido Nini Satar", refere um comunicado enviado hoje à imprensa.

De acordo com o comunicado, Nini Satar, que viu revogada a sua liberdade condicional, estava na Tailândia quando foi capturado, num trabalho que também envolveu o Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique.

Lusa

Na foto: Carlos Cardoso,  jornalista moçambicano assassinado quando investigava um presumível caso de corrupção em um dos maiores bancos de Moçambique.

Reino Unido pressionou Portugal a não dar cidadania portuguesa a macaenses

De acordo com o jornal South China Morning Post, que cita documentos britânicos recentemente desclassificados do Arquivo Nacional de Londres, o governo britânico não queria fosse dada a nacionalidade portuguesa aos residentes de Macau porque não queria estes tivessem os mesmo direitos que qualquer cidadão europeu.

“Com a possibilidade de Macau regressar ao controlo da China, ao mesmo tempo que Hong Kong, pode acontecer que muitos macaenses de nacionalidade portuguesa decidam que a Europa, e não Macau, é o lugar certo” para viver, escreveu, a 16 de Outubro de 1985, o secretário de Estado para os Assuntos Estrangeiros e da Commonwealth, Geoffrey Howe, numa carta dirigida às autoridades portuguesas em Macau.

Com a nacionalidade portuguesa, os residentes de Macau teriam a possibilidade de viver e trabalhar no Reino Unido ou em qualquer país que pertencesse à Comunidade Europeia, o que não agradava às autoridades britânicas. Geoffrey Howe temia que os residentes de Hong Kong procurassem obter a nacionalidade portuguesa de forma viver no Reino Unido. Os cidadãos de “Hong Kong podem tentar obter passaportes portugueses para obterem o direito de entrada no Reino Unido”, escreveu o responsável.

O secretário de Estado para os Assuntos Estrangeiros e da Commonwealth apelou ainda às autoridades portuguesas em Macau para que fizessem os possíveis junto do governo português para “endurecer o critério” para dar nacionalidade portuguesa aos residentes de Macau, que segundo os britânicos iria abranger mais de 85 mil pessoas.

Em 12 de Junho de 1985 Portugal assinou o tratado de adesão à Comunidade Económica Europeia e o país integrou oficialmente a comunidade em 1 de Janeiro de 1986. Portugal, ao contrário do Reino Unido, não tinha um sistema de dois níveis de nacionalidade.

A 13 de Abril de 1987, Cavaco Silva assinou em Pequim, enquanto primeiro-ministro de Portugal, a declaração conjunta luso-chinesa sobre a transferência da administração do território de Macau para a China até 20 de Dezembro de 1999.

Os passaportes portugueses – com direitos de cidadania plena – foram concedidos a qualquer pessoa nascida antes de 20 de Novembro de 1981, e a nacionalidade portuguesa foi garantida aos filhos dessas pessoas.

Ponto Final

Mais lidas da semana