Augusto Santos Silva afirmou que
a Venezuela precisa de «eleições livres», ignorando o presidente
democraticamente eleito, Nicolás Maduro, e dando «legitimidade» ao
autoproclamado presidente interino.
O ministro dos Negócios
Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse esta manhã na Antena1 que
a Venezuela necessita de um novo escrutínio, acrescentando que «não há nenhuma
saída para a crise política na Venezuela que não passe por eleições livres,
credíveis, justas e transparentes».
Ao arrepio da Constituição da
República Portuguesa, num exercício de obediência à tentativa de golpe
perpetrada pelos EUA sem oposição da União Europeia, o governante português
ignorava, pelo menos, as eleições presidenciais realizadas em Maio naquele país
caribenho.
Ao contrário de Juan Guaidó,
presidente da Assembleia Municipal, que conta com o patrocínio de Donald Trump,
logo seguido de Jair Bolsonaro, Nicolás Maduro, candidato pela Frente Ampla da
Pátria, foi reeleito com mais de 67% dos votos.
Em Dezembro, houve novo sufrágio
na Venezuela. Os partidos defensores da Revolução Bolivariana
ganharam mais de 90% das câmaras municipais venezuelanas. Quando Augusto
Santos Silva, tal como a Alta Representante para a Política Externa da
UE, Federica Mogherini, fala de «eleições livres» despreza, por exemplo, o Conselho de Especialistas Eleitorais Latino-Americanos
(CEELA), que acompanhou este último acto eleitoral.
Nas vésperas da tomada de posse
de Nicolás Maduro para o segundo mandato de seis anos como presidente da
Venezuela, o governo da República Bolivariana da Venezuela denunciou a
tentativa por parte da administração norte-americana de «consumar um golpe
de Estado» ao promover «o não reconhecimento das instituições legítimas e
democráticas do Estado venezuelano». A confirmação veio com
a auto-proclamação de Juan Guaidó, inserida num vasto esquema
de bloqueios e sanções que têm comprometido a economia da Venezuela.
AbrilAbril | Na foto: Augusto Santos Silva, o “alinhado”
/ Créditos: Kiko Huesca / EPA
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