domingo, 3 de fevereiro de 2019

Bruxelas acusa bancos de ilegalidades com títulos de dívida soberana


A Comissão Europeia acusou oito bancos europeus de ilegalidades com títulos de dívida soberana da zona Euro

A Comissão Europeia acusou oito bancos europeus de atuar ilegalmente na negociação de títulos de dívida soberana de vários países da zona Euro. O processo em curso investiga suspeitas de que traders desses bancos atuaram em conluio para coordenar preços e trocar informação privilegiada.

Segundo o comunicado(link is external) da Comissão, as práticas ilegais terão ocorrido entre 2007 e 2012, entre o início da crise financeira global e as subsequentes crises de dívida soberana da zona Euro, que levaram países como a Grécia, Irlanda e Portugal à insolvência, à intervenção externa da Troika e a ruinosos pacotes de austeridade.

Por enquanto não se sabe quais os bancos acusados, nem a dimensão dos ganhos ilegais que terão acumulado. Valendo o mercado de dívidas da zona Euro sete triliões (milhões de milhões) de Euros, poderão estar em causa quantias elevadas. As penalizações poderão ir até 10% das receitas dos bancos acusados.

Após escândalos como a manipulação do Libor, este é mais um caso que coloca em causa as grandes instituições financeiras, com suas práticas manipulatórias e ganhos abusivos. Tão pouco é a primeira vez que Comissão Europeia enfrenta ilegalidades no setor. Em Dezembro passado soube-se que três bancos (Deusche Bank, Crédit Suisse e Crédit Agricole) estão em investigação num processo à parte por práticas análogas. E continua em andamento outro processo por manipulação de taxas de câmbio que envolve oito bancos, entre eles grandes brancos britânicos (Barclays, HSBC, Royal Bank of Scotland), americanos (Citigroup, JPMorgan) e suíços (UBS).

Desde 2013, as autoridades europeias multaram mais de uma dezena de bancos por práticas ilegais, num valor total de cerca de dois mil milhões de Euros. Todavia, para se por este valor em perspectiva, um dos bancos investigados, o HSBC, fez apenas no ano de 2017 lucros que são cinco vezes esse valor.

Carta Maior

*Publicado originalmente em esquerda.net

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