sábado, 23 de fevereiro de 2019

Portugal | O inimigo principal


Álvaro Figueiredo | Manifesto 74 | opinião

Quais as razões da descabelada e acintosa ofensiva de deturpações, calúnias, mentiras e meias verdades contra o PCP?

Os deputados do PCP trabalham com afinco e responsabilidade. Sobre eles não há casos de moradas falsas, viagens fantasma, subsídios indevidos, marcações de presença por terceiros.

No entanto, as «investigações», para tentarem encontrar uma falta, sucedem-se.

Há alguns anos atrás chegou a noticiar-se uma viagem de avião em que os deputados iam em primeira e contrapunha-se isto às dificuldades do povo e dos outros utentes do avião. Na notícia era sublinhado que também um deputado do PCP, o deputado António Filipe, fazia parte do grupo. Apesar de ser perfeitamente legal e costume na Assembleia da República, azar dos azares, o único deputado que tinha prescindido da viagem em primeira era o deputado António Filipe.

Em relação ao PCP, volta, meia volta, falam do seu património imobiliário para tentarem lançar a suspeita, embora saibam muito bem que muito desse património o PCP recebeu-o por herança de generosos comunistas, e o restante foi comprado com fundos do PCP e a subscrição dos militantes e de amigos, como é o caso do terreno da Festa do Avante!.


Quanto ao financiamento do PCP os caluniadores também sabem que o PCP segue um princípio para os seus eleitos que é o de nenhum deve ser prejudicado ou beneficiado, e como a larga maioria recebe nas instituições mais do que recebia na sua ocupação anterior a diferença reverte para o PCP. Sabem ainda, basta ver no Tribunal Constitucional que o montante destas verbas é muito significativo. Como é o único que segue este princípio, e como as verbas são substanciais, nunca referem este facto.

Sobre a Festa do Avante!, a sua contestação começou à bomba logo na primeira edição.

Ciclicamente inventam casos. Favores da Câmara de Lisboa, quando se realizava em Lisboa, da Câmara de Loures, quando se realizou em Loures, e agora Câmara do Seixal. O artigo de Miguel Esteves Cardoso sobre a Festa resumiu todas estas ofensivas.: nenhum outro partido seria capaz de fazer uma festa como a do Avante!, designadamente com a sua dimensão de trabalho voluntário, de solidariedade e humanismo.

Voltemos então à questão inicial.

Quais as razões de intensificação desta ofensiva anti comunista, e agora centrada nas questões de pseudo "corrupção e de tráfico de influências"?

O bloco central das negociatas (PSD, PS, CDS) está atolado em casos que o desacreditam. Negociatas, bancos, autarquias com presidentes condenados ou a contas com a justiça...

Na Assembleia da República tivemos recentemente os casos das viagens, moradas falsas, subsídios indevidos.

Todos comprometidos, menos o PCP.

Precisavam de encontrar algo que pudesse "entalar" o PCP para poderem dizer que são todos iguais. E mesmo que a questão congeminada fosse de pouca monta, ela seria ampliada pelos seus meios de informação e comentadores de serviço. Depois, mesmo que os casos fossem de "pulgas", seriam óptimos para deixar passar os "elefantes da corrupção". Dava-lhes jeito. Mas nem a inventona de Loures, nem a do Seixal, nem a dos Inválidos do Comércio, nem a da rede vermelha das empresas, designadas por um jornalista ex-UDP como uma "avalanche" de empresas, conseguiram demonstrar a ilegalidade ou a ilegitimidade dos casos propalados.

Dificilmente, nos distritos onde o Partido tem mais influência, não haveriam empresários comunistas. Mas, mesmo nos de menor influência, o PCP conta com pequenos e médios empresários, filiados ou simpatizantes, que inclusivamente têm, também, em tal ou tal autarquia, até do PSD, contratos obtidos por adjudicação directa.

Não faltava mais nada que autarquias em que a CDU tem maioria não contratasse empresas lideradas por comunistas ou simpatizantes , só por serem comunistas...

Por muito que lhes custe, o PCP é diferente, tem princípios, e não abdica deles.

Se os casos são ilegais, como disse uma jornalista cretina, carreirista, em ar inquisitorial e de juíza (ver gravação feita pela Câmara do Seixal), porque razão não é movido aos respectivos presidentes das câmaras um processo, porque razão o Ministério da Administração Interna ou o Ministério Público não intervêm?

Será porque estão nas mãos dos comunistas?

Certamente que uma operação mãos limpas não só atingiria em cheio os partidos do centrão, mas também várias empresas jornalísticas e jornalistas. Bastava até que o saco azul do BES falasse...

Eles sabem que uma mentira várias vezes repetida em grandes meios de informação pode convencer muita gente, designadamente os que já há muito estão tocados pelos preconceitos. Pode confundir e "convencer", mas não deixa de ser mentira.

E quem tem a consciência tranquila, está certo da sua razão e da justiça da sua luta, não se intimida com tais falsificações e provocações.

Diz o nosso povo que a verdade vem sempre ao de cima, como o azeite. E, mais tarde ou mais cedo, é que acontece, para vergonha dos mercenários da informação, que se prestaram a este sujo trabalho, autênticos «cães de guarda do grande capital».

Quanto à particular sanha da TVI, neste momento, ela não está desligada do caso Goucha – entrevista fascista, que o PCP contestou e criticou com veemência e levou o caso à Assembleia da República.

A luta pelas audiências com a SIC e a presença de históricos e fanáticos anti comunistas na Estação desde logo com o casal Moniz, explicam o desvario desta ex-estação da igreja.

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