Em
exclusivo à DW África, o Presidente guineense, José Mário Vaz, garante que vai
trabalhar com Domingos Simões Pereira no Governo. Ainda não marcou as
presidenciais e não confirma interesse em recandidatar-se.
O
Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, acredita que com os
resultados das eleições legislativas de 10 de março estão criadas as
condições para efetivamente estabilizar a governação do país. O chefe de Estado
também garante que as presidenciais vão decorrer ainda este ano, mas ainda não
confirma se será candidato.
Já
no fim do seu mandato, o Presidente afirmou em exclusivo à DW África, em
Bissau, que espera trabalhar, sem qualquer problema, com o futuro primeiro-ministro,
Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da
Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC).
"Eu
estou aqui para trabalhar com os dirigentes dos partidos que mereceram a
confiança do povo guineense", afirma Jomav.
Em
2015, após um ano das eleições gerais, José Mário Vaz demitiu Simões Pereira do
cargo de primeiro ministro e em 2019, através de um novo sufrágio, o líder do
PAIGC volta a merecer a sua confiança.
Ele
diz que, "passados cinco anos, ficamos a saber quem é quem, conhecemos
melhor os desafios do país e julgo que nós todos, se não tivéssemos feito
aquilo que gostaríamos de fazer, agora estamos em melhores condições para
trabalhar para o nosso país".
E
as presidenciais?
O
Presidente garante que depois de empossar o novo Governo irá fixar a data
das eleições presidenciais para ainda este ano, conforme estipula a
Constituição. "As eleições presidenciais vão ter lugar no ano 2019.
Falhámos relativamente às eleições legislativas, que deviam ter lugar em 2018.
Mas garanto que presidenciais terão lugar neste ano", diz.
E
José Mário Vaz sublinha: "Ainda não fechamos este processo: houve
campanha eleitoral, as pessoas já votaram, resultados vforam publicados e vamos
entrar numa fase importante. Estamos à espera da primeira reunião na Assembleia
Nacional Popular para a confirmação dos mandatos e a partir o PR vai chamar o
partido mais votado para indicar o nome do primeiro-ministro e iniciar a
governação. Depois atacamos as presidenciais."
Sobre
se será candidato à reeleição nas presidenciais previstas para novembro deste
ano, José Mário Vaz não abriu o jogo: "O futuro a Deus pertence. Se tiver
que entrar na corrida para as presidenciais ou não, esse assunto ainda é cedo.
Vamos ter tempo para falar sobre esse assunto, porque eleições não vão ser agora,
nem abril, nem maio e acho que não devíamos marcar a data da próxima eleição na
época das chuvas."
Pedido
de ajuda à Alemanha
No
fim do mantado presidencial de Jomav, a Polícia Judiciária fez a maior
apreensão de droga da história da Guiné-Bissau. Foram apreendidos
cerca de 800 kg
de cocaína pura em território nacional.
"Tenho
a minha mão limpa. Sem corrupção, sem sangue e sem droga. Acho muito injusto
considerarem o meu país com país de narcotráfico. Infelizmente, nós temos
coragem, temos força para esse combate, mas temos uma limitação, que é a falta
de meios para enfrentar esse desafio.
É
aí que eu espero poder ter o apoio da Alemanha na luta e no combate desse
flagelo também", assegura o Presidente.
Nesta
entrevista exclusiva à DW África, José Mário Vaz manifestou-se satisfeito pelo
seu desempenho no Executivo, sublinhando como ganho durante o seu Governo o
respeito a direitos consagrados na Constituição, como as liberdades de
expressão, de imprensa e de manifestação.
O
chefe de Estado também elogiou a si próprio pela forma como acha que soube
lidar com as forças armadas para evitar situações de golpe de Estado, permitido
que o seu mandato e a legislatura chegassem ao fim, facto que acontecerá pela
primeira vez na história da democracia guineense.
Braima
Darame (Bissau) | Deutsche Welle
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